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segunda-feira, 14 de maio de 2012

Texto Massorético

Até recentemente, só uns poucos manuscritos hebraicos do Antigo Testamento eram conhecidos. Aliás, antes da descoberta dos manuscritos Cairo Certeza, em 1890, só 731 manuscritos hebraicos haviam sido publicados. É por isso que a edição corrente da Bíblia hebraica, de Kittel, baseia-se em apenas quatro principais manuscritos, mas sobretudo em um deles (o Códice do Leningrado). Nessa tradição, os principais textos foram copiados durante o período massorético, como comprovam as seguintes amostras.

O manuscrito Códice do Cairo ou Códice cairota (c) (895 d.C.) talvez seja o manuscrito massorético mais antigo dos profetas, e contém tanto os profetas antigos como os posteriores, mais recentes.

O Códice deLeningrado dos profetas ou Códice babilônia dos profetas posteriores (MX B 3), também conhecido como Códice de [São] Petersburgo (916 d.C), contém apenas os últimos profetas (Isaías Jeremias, Ezequiel e os Doze), tendo sido escrito com vocalização babilônica.

O Códice Aleppo (930 d.C.) do Antigo Testamento já não está mais completo. Deve ser a principal
autoridade em Bíblia hebraica a ser publicada em Jerusalém, tendo sido corrigida e vocalizada por Aaron ben Asher, em 930 d.C. O Códice do Museu Britânico (Oriental 4445) data de 950 d.C; trata-se de um
manuscrito incompleto do Pentateuco. Contém apenas de Gênesis 39.20 a Deuteronômio 1.33.

O Códice de Leningrado (B 19 A OU L) (1008 d.C.) é o maior manuscrito do Antigo Testamento, o mais completo. Foi escrito em velino, com três colunas de 21 linhas por página. Os sinais vocálicos e os acentos seguem o padrão babilônico, colocados acima da linha.

O Códice Reuchlin (MS Ad. 21161) dos profetas (1105 d.C.) contém um texto revisto que atesta a fidelidade do Códice de Leningrado. Os fragmentos de Cairo Geneza (500-800 d.C), descobertos em 1890, no Cairo, estão espalhados por diversas bibliotecas. Ernst Wurthwein afirma existirem cerca de 10 mil manuscritos bíblicos e fragmentos de manuscritos desse depósito.

O número relativamente reduzido de antigos manuscritos do Antigo Testamento, com exceção do Cairo Geneza, pode ser atribuído a vários fatores. O primeiro e mais óbvio é a própria antigüidade dos manuscritos, combinada com sua inerente destrutibilidade; esses dois fatores concorrem para o desaparecimento dos manuscritos. Outro fator que militou contra a sobrevivência dos manuscritos foi a deportação dos israelitas à Babilônia e ao domínio estrangeiro após o retorno à Palestina. Jerusalém foi
conquistada 47 vezes, em sua história, só no período de 1800 a 1948 d.C.

Isso também explica por que os textos massoréticos foram descobertos fora da Palestina. Outro fator que influi na escassez de manuscritos do Antigo Testamento diz respeito às leis sagradas dos escribas, que exigiam que os manuscritos gastos pelo uso ou com erros fossem enterrados. Segundo uma tradição talmúdica, todo manuscrito que contivesse erro ou falha e todo aquele que estivesse demasiado gasto pelo uso eram sistemática e religiosamente destruídos. Tais práticas sem dúvida alguma fizeram diminuir o número de manuscritos que se poderiam encontrar algures. Por fim, durante os séculos V e VI d.C, quando os massoretas (escribas judeus) padronizaram o texto hebraico, acredita-se que de modo sistemático e
 completo destruíram todos os manuscritos que discordassem do sistema de vocalização (adição de letras vocálicas) e de padronização do texto das Escrituras. Muitas evidências arqueológicas e a ausência de manuscritos mais antigos tendem a dar apoio a esse julgamento. O resultado é que o texto massorético impresso do Antigo Testamento, como o temos hoje, baseia-se nuns poucos manuscritos, nenhum dos quais com origem anterior ao século X d.C

Ainda que haja relativamente poucos manuscritos massoréticos primitivos, a qualidade dos manuscritos disponíveis é muito boa. Isso também se deve atribuir a vários fatores. Em primeiro lugar, há pouquíssimas variantes nos textos disponíveis, visto serem todos descendentes de um tipo de texto estabelecido por volta de 100 d.C. Diferentemente do Novo Testamento, que baseia sua fidelidade textual na multiplicidade de cópias de manuscritos, o texto do Antigo Testamento deve sua exatidão à habilidade e à confiabilidade dos escribas que o transmitiram. Com todo o respeito às Escrituras judaicas, só a exatidão dos escribas, no entanto, não basta para garantir o produto genuíno. Antes, a reverência quase supersticiosa que dedicavam às Escrituras é de primordial importância. Segundo o Talmude, só determinados tipos de peles podiam
ser utilizados, o tamanho das colunas era controlado por regras rigorosas, o mesmo acontecendo com respeito ao ritual que o escriba deveria seguir ao copiar um manuscrito. Se se descobrisse que determinado manuscrito continha um único erro, a peça era descartada e destruída. Tão severo formalismo dos escribas foi responsável, pelo menos em parte, pelo extremo cuidado aplicado no processo de copiar as Escrituras Sagradas.

Outra categoria de evidências quanto à integridade do texto massorético encontra-se na comparação de passagens duplas do próprio texto massorético do Antigo Testamento. O salmo 14, por exemplo, reaparece de novo como salmo 53; grande parte de Isaías 36— 39 reaparece em 2Reis 18.20; Isaías 2.2-4 corresponde a Miquéias 4.1-3, e grande parte de Crônicas se encontra de novo em Samuel e em Reis.

Um exame dessas passagens, bem como de outras, revela não só substancial acordo textual, mas também, em certos casos, igualdade quase absoluta, palavra por palavra. Resulta disso a conclusão de que os textos do Antigo Testamento não sofreram revisões radicais, ainda que as passagens paralelas tenham origem em fontes idênticas.

Outra prova substancial quanto à exatidão do texto massorético procede da arqueologia. Robert Dick Wilson e William F. Albright, por exemplo, fizeram numerosas descobertas que confirmam a exatidão histórica dos documentos bíblicos, até mesmo no que concerne aos nomes obsoletos de reis estrangeiros. A obra de Wilson, A scientific investigation of the Old Testament [Investigação científica do Antigo Testamento], e a de  Albright, From the Stone Age to Christianity [Da Idade da Pedra ao cristianismo], podem ser consultadas em busca de apoio para essa concepção. Talvez o melhor tipo de evidências em apoio à integridade do texto massorético é encontrada na tradução grega do Antigo Testamento, conhecida como Septuaginta ou LXX. Esse trabalho foi executado durante os séculos II e III a.C, em Alexandria, no Egito. Na maior parte, é praticamente uma reprodução livro por livro, capítulo por capítulo do texto massorético e contém diferenças estilísticas e idiomáticas comuns. Além disso, a Septuaginta foi a Bíblia que Jesus e os apóstolos usaram, e a maior parte das citações no Novo Testamento foram tiradas diretamente dessa tradução. No todo, a Septuaginta constitui-se correspondente do texto massorético e tende a confirmar a fidelidade do texto hebraico do século x d.C. Se não houvesse nenhuma outra evidência, a comprovação da fidelidade ao texto massorético poderia ser aceita com confiança, em razão das evidências aqui apresentadas.

Fonte: Como a Biblia chegou até nós, autor Norman Geisler e William Nix, pg. 140-143

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