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sábado, 9 de setembro de 2023

COMO SURGIU A CRUCIFICAÇÃO

1.Cruz Símbolo Cristão
            
              O político e filósofo romano Cícero considerava a crucificação a punição "mais cruel e aterrorizante" que poderia existir. "Somente a palavra 'cruz' por si só deveria estar longe não apenas do corpo de um cidadão romano, mas também de seus pensamentos, de seus olhos, de seus ouvidos."
            
            "Das três formas mais brutais de executar alguém na antiguidade, a crucificação era considerada a pior", disse Louise Cilliers, autora e pesquisadora do Departamento de Estudos Clássicos da Universidade do Estado Livre, na África do Sul, à BBC News Mundo, serviço em espanhol da BBC. "Depois vinham a morte na fogueira e a decapitação." "Foi uma combinação de absoluta crueldade e espetáculo para fazer o máximo de terror possível na população", disse Diego Pérez Gondar, professor da Faculdade de Teologia da Universidade de Navarra.
               
            Em muitos casos, a morte do executado só ocorria dias após ser colocado na cruz, diante do olhar de transeuntes. O corpo passava por um misto de sufocamento, perda de sangue, desidratação, falência de diversos órgãos, entre outros problemas.

            

            Jesus, o homem que transformou o mundo com uma mensagem de paz, foi um dos muitos que morreram na cruz, um castigo cujas origens remontam a séculos.

            Isto é o que se sabe de onde e como surgiu.

OS ASSIRIOS


            No seu auge, o império assírio se estendia das costas do Golfo Pérsico até o que hoje são a Turquia e o Egito.  Na sua fase final era conhecido como império neoassírio, e era o maior do mundo até então.

            Entre o ano 900 a. C e 600 a.C, aproximadamente, tornou-se uma grande civilização, uma superpotência tecnológica, graças à riqueza de seus mercadores e à crueldade de seus exércitos.

            De fato, um de seus reis, Senaqueribe, é considerado o expoente original do que hoje é conhecido como guerra total.

            Os assírios tiveram o cuidado de deixar testemunho não apenas de seu poder, mas também dos cruéis castigos que impuseram a seus rivais.

            E embora os conflitos com povos inimigos estivessem presentes na narrativa e no discurso da realeza em todo o Oriente Médio, isso se tornou "especialmente evidente nos textos e na arte neo-assírios, onde a guerra e o castigo dos inimigos são ainda mais importantes do que para outros reis" da região.

            Assim escreveu a historiadora Eva Miller no artigo Crime and Testament: Enemy Direct Speech in Inscriptions of Esarhaddon and Ashurbanipal (Crime e testamento: discurso direto do inimigo nas inscrições de Assaradão e Assurbanípal) da revista especializada Journal of Ancient Near Eastern History.

            Dessa forma, os inimigos deveriam estar no centro dessas manifestações de expressão para "poderem recriar sua subjugação e derrota".

            De acordo com Louise Cilliers, o castigo da crucificação provavelmente "se originou com os assírios e babilônios e foi usada sistematicamente pelos persas no século 6 a.C".

            O professor Pérez aponta que as informações mais antigas disponíveis vêm de algumas decorações de palácios assírios.

            "Nas paredes havia relevos com desenhos que representavam algumas batalhas e conquistas e a forma como os prisioneiros eram executados. Aparece a técnica da empalação, algo semelhante ao que seria uma crucificação", diz.

            Um desses relevos, relata a historiadora Rebecca Denova, mostra "prisioneiros pendurados em postes, com o poste inserido em suas costelas", após a conquista da cidade israelita de Laquis por Senaqueribe em 701 a.C.

            "O objetivo dessa punição excruciante era enfatizar a crueldade e o terror que aguardavam os prisioneiros e rebeldes", indica, em um artigo da World History Encyclopedia.

Cilliers, junto com F. P. Retief, escreveu o artigo The history and pathology of crucifixion (A história e patologia da crucificação) para o South African Medical Journal.

OS PERSAS

            No texto, eles explicam que os persas realizavam as crucificações em árvores ou postes em vez de uma cruz formal.

            "Combinar a pena de morte com o escárnio do condenado e uma morte cruel era frequente e uma das técnicas era deixá-lo pendurado em um pedaço de madeira para que morresse de asfixia e cansaço", disse Pérez.


OS MACEDONIOS

Disseminação

            No século 4 a.C, Alexandre, o Grande, levou a forma de punição para os países do Mediterrâneo oriental.

            "Alexandre e suas tropas sitiaram a cidade de Tiro (atual Líbano), que era mais ou menos inexpugnável", disse Cilliers.  "Quando finalmente entraram, crucificaram cerca de 2 mil habitantes."

Crucificação ao longo da estrada, costume romano
3. Crucificação ao longo da estrada, costume romano

            Os sucessores de Alexandre, o Grande, introduziram o castigo no Egito e na Síria, bem como em Cartago, a grande cidade norte-africana fundada pelos fenícios. Durante as Guerras Púnicas, os romanos aprenderam a técnica e "a aperfeiçoaram por 500 anos".

            "Onde as legiões romanas iam, praticavam a crucificação."

            E em alguns lugares em que a implementaram, os locais a adotaram.

            No ano 9 d.C, o líder alemão Arminio mandou crucificar os soldados do general romano Varo, após um confronto conhecido como a batalha da Floresta de Teutoburgo (hoje território alemão) e que representou uma derrota humilhante para os romanos.

            No ano 60 d.C., Boudica, a rainha da tribo britânica dos Iceni, liderou uma grande revolta contra os invasores romanos e crucificou vários de seus legionários.

Terra Santa

            Em Israel, antes da chegada dos romanos, esse tipo de castigo também foi usado.  "Temos fontes que falam de crucificações anteriores à dominação romana na Terra Santa", disse Pérez.

            A informação surgiu graças ao historiador, político e soldado judeu Flávio Josefo, nascido em Jerusalém no século 1. Um de seus relatos é sobre o reinado de Alexandre Janeu (125 a.C-76 a.C), que governou os judeus por 27 anos.

            Depois de conquistar vários territórios vizinhos, o líder expandiu a dinastia asmoneu ao seu apogeu.  No entanto, ele intensificou o conflito entre fariseus e asmoneus, iniciando uma guerra que deixou milhares de mortos.

            "Enquanto ele estava celebrando com suas concubinas, ordenou a crucificação de cerca de oitocentos judeus e a morte de seus filhos e esposas diante dos olhos dos infelizes que ainda estavam vivos", escreveu Flávio Josefo sobre eventos do ano 88 a.C.

Os romanos

            De acordo com o artigo de Cilliers e Retief, os romanos também chegaram a crucificar os condenados em árvores ou postes, mas incorporaram uma variedade de cruzes, como uma cruz em forma de X (crux decussata).

            "No entanto, na maioria dos casos, eles usavam a familiar cruz latina (crux immissa) ou a cruz em "t" (crux commissa). Essas cruzes podiam ser altas (crux sublimis), mas as baixas (crux humilis) eram mais comuns, e consistiam em um poste vertical (stipes) e uma barra transversal (patibulum)”.

            O condenado era obrigado a carregar a parte horizontal da cruz até o local da execução.

            As mulheres de Jerusalém, dizem os autores, ofereciam ao condenado uma bebida que tinha efeitos analgésicos.

            "Se ele não estava nu, sua roupa era removida e ele era deitado de costas com as mãos estendidas ao longo do patíbulo."

            Amarravam os braços à trave ou cravavam pregos mais nos pulsos e menos nas mãos porque estas não suportavam o peso do corpo, rasgavam e se soltavam da cruz.

            Os pregos podiam medir até 18 cm de comprimento e 1 cm de espessura.


Procedimento

            Quando o condenado estava preso à trave horizontal, era levantado e fixado na estaca vertical que já estava cravada no chão.  Os pés podiam ser amarrados ou pregados no poste vertical, um de cada lado ou os dois ao mesmo tempo, um em cima do outro.

            Nesse caso, explicam os autores, um único prego era cravado nos metatarsos de ambos os pés, enquanto os joelhos estavam flexionados.  A dor era inimaginável, "muitos nervos eram tocados", destacou o professor Pérez.

            "Você tinha que fazer força com as pernas sobre aqueles pregos para poder ajeitar o corpo e respirar."  E nessas tentativas, "se perdia muito sangue, havia uma dor tremenda, mas se não fizesse isso, você morria sufocado".

            Em muitos casos, era uma morte lenta, que ocorria após uma falência de vários órgãos. Isso, explicam Cilliers e Retief, era causado por um colapso circulatório devido ao choque hipovolêmico.

            Os condenados sofriam "diminuição do volume de sangue (hipovolemia) devido à perda traumática de sangue e desidratação, mas talvez principalmente por insuficiência respiratória".

            Muitos morriam por asfixia.

Horas, dias de agonia

            A crueldade da execução também se refletia no fato de que muitos dos executados demoravam dias para morrer, embora também pudessem morrer em questão de poucas horas.

            "Como normalmente levavam dias, em alguns casos o que os soldados faziam para acelerar a morte era golpear os joelhos e quebrar as pernas. Dessa forma, o condenado não conseguia elevar o corpo para respirar usando os músculos das pernas, isso fazia com que morressem em seguida”, contou Pérez.

            Segundo o relato bíblico, os soldados romanos fizeram isso com condenados que haviam sido crucificadas com Jesus, mas não com ele, porque já havia morrido.

            “É que antes ele havia sofrido com outra punição, tipicamente romana, a flagelação”, disse o acadêmico.

            "Jesus já tinha sido açoitado com flagelos, uma espécie de chicote com pedaços de metal, ossos pontiagudos, lâminas, tinha perdido muito sangue. Aliás, teve gente que morreu só com a flagelação."

'Os piores inimigos'

            Amarrado ou pregado, o castigo da crucificação buscava "expor e humilhar" o condenado.  "Era uma morte reservada aos piores inimigos para deixar claro que não queriam ver ninguém cometendo o mesmo crime", segundo Pérez.

            Aplicava-se também a escravos e estrangeiros, muito raramente a cidadãos romanos.  "Em muitos casos, estava associado a traição, a levantes militares, a terrorismo, a algum crime que teria levado a derramamento de sangue, ou seja, quando alguém era especialmente violento, também era punido com violência especial".

            "É por isso que chama a atenção o fato de Jesus ter sido crucificado, pois não havia cometido um crime." 

4.Jesus carregando a cruz

            "Eles tinham percebido um perigo em Jesus, já que o que representava mudou o mundo."

            "E aqueles que não queriam que o mundo mudasse não apenas tentaram acabar com ele, mas acabar de forma cruel, para deixar claro que (sua mensagem) não deveria continuar."

        Mas ela continuou.

            Constantino aboliu a punição da crucificação no século 4 d.C. e se tornou o primeiro imperador romano a professar o cristianismo.  Ele legalizou a religião, deu privilégios a seus seguidores, levando à cristianização do império.

            No entanto, a punição foi repetida em outro lugar. Por exemplo, no século 16, no Japão, 26 missionários foram crucificados, no início do longo período de perseguição contra os cristãos naquele país.

            Apesar de seu passado cruel, a cruz representa para muitos cristãos e não cristãos uma mensagem de entrega por amor.


Fonte: https://www.bbc.com/portuguese/articles/cd12j417nddo

Imagens respectivamente: 1. https://super.abril.com.br/historia/jesus-nao-tivesse-sido-crucificado

2.https://www.infoescola.com/artes/arte-assiria/ 

3. https://pt.quora.com/Quais-s%C3%A3o-alguns-fatos-sobre-a-Revolta-de-Esp%C3%A1rtaco-Spartacus

4. https://selesnafes.com/2016/03/pascoa-como-foram-as-6-horas-de-agonia-antes-da-ressurreicao/
            

O VERDADEIRO PROFETA DE DEUS, SEGUNDO A BÍBLIA

  Biblicamente falando, as características do profeta verdadeiro são descritas em vários livros da Bíblia, especialmente no Antigo Testament...