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08 setembro 2011

Os 1290 e 1335 Dias em Daniel 12

´´Depois do tempo em o costumado sacrifício for tirado, e posta a abominação assoladora, haverá ainda mil duzentos e noventa dias.´´ Daniel 12:11 e 12.

No capítulo oito de Daniel são dados detalhes a respeito do "contínuo", ou contínua mediação, intercessão de Jesus no santuário celestial e que seria substituída por um sistema falso de adoração e salvação, que não é nada mais nem menos do que o sistema papal estabelecido em lugar de Cristo. E na passagem acima é declarado que, depois de ser tirado o contínuo, ou "costumado sacrifício", haverá mil duzentos e noventa dias.

A substituição de Cristo por um sistema falso, foi sendo introduzido aos poucos, até que nos anos 503-508 tomou forma mais definida, As prerrogativas e atribuições inerentes a Cristo foram casa vez mais sendo reclamadas pelo bispo de Roma. Até um ´´trono´´ preparou para si, tentando igualar a Deus (II Tessalonicenses 2:3 e 4). Jesus, o único Salvador, Mediador e Intercessor, quando esteve na Terra declarou ainda certa ocasião que "o Pai a ninguém julga, mas ao Filho confiou todo o julgamento" (São João 5:22). O papado, além de se julgar substituto de Jesus, se atribui o poder de julgar: absolve ou excomunga a quem quer, conforme lhe apraz.

As prerrogativas e atribuições próprias de Jesus foram com o decorrer dos anos sendo defendidas e reclamadas pelos bispos de Roma. E esta posição ficou bem firmada através de um Concílio de bispos, realizado em Roma no ano 503. É conhecido como o "Sínodo Palmaris" ou Sínodo das Palmas, sob o papa São Símaco.

"... anteriormente já se pretendia a prerrogativa de ser o papa, o sucessor de Pedro. Porém, quando sob o papa Símaco (498-514) surgiram divergências entre ele e seu rival Lorenzo, e se dirigiu um chamamento ao rei ariano Teodorico, afirmou-se então ‘que o papa era juiz como vigário de Deus, e que ele não podia ser julgado por nada".

" Ennodio, bispo de Pávia, havia consignado em um livro a pretensão de que o papa estava acima de toda jurisdição temporal ou espiritual. Este livro foi lido no sínodo e adotado por unanimidade de votos como expressão do concílio. O rei Teodorico também concordou com esta decisão. Isto sucedeu em novembro de 503."

"... Este ato foi o decreto oficial de um Concílio Eclesiástico realizado em Roma em 503. A.D., pelo qual foi declarado que ‘como substituto de Deus, o papa era juiz, e não podia ser julgado por pessoa alguma."

Observem-se nestas duas citações as expressões: "substituto de Deus" e "vigário" aplicáveis ao papa. O papa agora passa a ser o "contínuo" intercessor, em lugar de Jesus. Dessa maneira, o contínuo ministério de Jesus estava sendo agora oficialmente trocado pela ´´abominação desoladora´´ de pretensões aplicáveis ao papa, estabelecidos por ato de um Concílio Eclesiástico.

Nessa época, Clóvis (Clodoveu), rei dos francos, influenciado por sua esposa cristã Clotilde, aceitou o cristianismo, tornando-se seu grande defensor. E "deixou-se batizar com seus guerreiros por uma questão de conveniência política, que já sabemos haver-lhe aproveitado".

De qualquer modo, Clóvis levou a efeito grandes campanhas políticas contra os reinos hostis ao papado. Estes feitos atingiram o auge nos anos 503-508 e sua devoção lhe conquistou o título de "filho mais velho da igreja católica".

Dessa forma, o caminho para a "abominação desoladora", estava aberto: o papado estava com apoio Eclesiástico, e civil. Alguns anos depois, com a expulsão definitiva de Roma, de tribos hostis ao papado, foi estabelecido o poder temporal (533-538, início do 1260 anos).

"O acesso da igreja de Roma ao poder assinalou o início da escura Idade Média. Aumentando o seu poderio, mais se adensavam as trevas. De Cristo, o verdadeiro fundamento, transferiu-se a fé para o papa de Roma. Em vez de confiar no filho de Deus para o perdão dos pecados e para a salvação eterna, o povo olhava para o papa e para os sacerdotes e prelados a quem delegavam autoridade. Ensinava-se-lhe ser o papa seu mediador terrestre, e que ninguém poderia se aproximar-se de Deus senão por seu intermédio; e mais ainda, que ele ficava para eles em lugar de Deus e deveria, por tanto, ser implicitamente obedecido".

A confirmação histórica e do Espírito de Profecia, conferem em detalhes com a mudança a ocorrer de acordo com Daniel 12:11. Os 1290 anos seriam após essa mudança, e, somando-se 1290 ao ano 508, chega-se ao ano 1798, que coincide com o final do poder temporal de supremacia papal (de acordo com a profecia dos 1260 anos).

Ambos os períodos se referem ao tempo de domínio papal. Os 1290 anos se referem ao estabelecimento e domínio teológico e religioso (abominação desoladora) como substituindo o "contínuo". Os 1260 anos se aplicam ao domínio temporal do papado (perseguições, estabelecimento e deposição de reis, etc.).

"Bem-aventurado o que espera e chega até 1335 dias." Daniel 12:12.

Este verso expressa a felicidade que experimentaria aquele que estivesse vivendo ao final do período mencionado. Bem-aventurado, por que?

Porque aquele que estivesse vivendo 1335 anos após o estabelecimento do sistema falso de culto (abominação desoladora), veria em verso da situação, ou seja, o restabelecimento do verdadeiro culto a Deus. Observe-se que o tempo de ´´espera´´ (1335 anos) nos leva até cerca de 1844.

De acordo com Daniel 8:14, a restauração da verdade seria ao final dos 2300 anos (comp. Apocalipse 14:6-12). Em Daniel 8:13, "um santo" pergunta a outro: "Até quando estará a verdade lançada por terra? (ver versos precedentes). E a resposta é: "Até" que se passe um período de 2300 anos. (A segunda parte do verso 14 se refere à purificação do santuário celestial ao final dos 2300 anos.)

Pois bem, uma vez chegado o tempo para a restauração da verdade, e isto ocorreu em volta de 1844, feliz, sim, "Bem-aventurado" aquele que estivesse vivendo a partir dessa época, ou seja, após uma "espera" de 1335 anos. (Os 1335 anos são, pois, uma extensão dos 1290 anos de apostasia teológica e religiosa.)

Temos então um sincronizado quadro profético (ver diagramas).

Assim, se o sistema falso de culto e adoração (abominação desoladora) foi imposto ao mundo em substituição ao costumado, ou contínuo sacrifício (intercessão contínua de Cristo) nos anos 503-508, ocasionando tristeza aos filhos de Deus, passados 1335 anos chega-se a 1839-1844, quando a Bíblia e suas doutrinas, e o preparo para a volta de Jesus estariam daí em diante em evidência outra vez. E isto constituiria uma “Bem-aventurança” para os que vivessem a partir de então.

Resta agora uma pergunta: Estou incluído na "Bem-aventurança" por viver à luz das verdades restauradas para este tempo? É Jesus o meu “contínuo Mediador” porquê O aceito como meu único e melhor Salvador?

Referências:
1. Ver O Grande Conflito, cap.3.
2. Los Videntes y Lo Porvenir, pág. 285.
3. Councils, de Hardouin; Councils de Labbe and Cosssart, citado em Estudos Bíblicos. pág. 217.
4. História da civilização, Oliveira Lima, pág. 157.
5. O Grande Conflito, cap. III, págs. 51 e 52

Fonte: RA Setembro/1982

Um comentário:

  1. o senhor seja contigo: a varios dias eu estava tetando entender esta profecia dos 1290 dias. fico feliz de ter recebido esta luz. Deus o abençoe

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