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A Bíblia Curiosa reúne temas fascinantes relacionados à Bíblia, abordando sua origem, formação e autores. Além disso, traz artigos encontrados na internet, escritos pelo autor, e uma variedade de histórias e curiosidades que enriquecem nosso conhecimento. Essas experiências são fundamentais para fortalecer nossa fé e confiança em Deus. Aqui, você encontrará insights valiosos que podem transformar sua jornada espiritual. Desejamos a você uma ótima leitura!

21 setembro 2012

A Midia e a Espiritualidade



A INFLUÊNCIA DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO

Os meios de comunicação podem conduzir a atitudes e pensamentos contrários ao evangelho

RAEstamos na era das Telecomunicações. Até que ponto podemos ser influenciados pela mídia? Ela altera comportamentos?

VSL Mídia é a somatória dos meios de comunicação: rádio, TV, jornal, revista, outdoor, propagandas em geral, etc. ela é necessária a qualquer sociedade civilizada e não há como viver hoje sem estar envolvido com ela. A maneira como é utilizada, entretanto, nem sempre é de forma eticamente aceitável. Ela nos atinge passiva ou ativamente, positiva ou negativamente. E como vivemos em um mundo capitalista, que necessita de consumo para o crescimento e sobrevivência, a mídia é o veículo adequado para impulsionar o processo que tende a visualizar mais as coisas do que as pessoas.
 
Não é necessário ligar o aparelho para estar envolvido com a propaganda. Basta dirigir na cidade, que os outdoors estão lá de plantão, basta vestir um tênis que a marca está lá... e pior, na época da Copa de 98, apontar o indicador para cima já era fazer, inconscientemente, propaganda de cerveja.

Na propaganda, o que há de mais importante é ser o primeiro a chegar a sua mente e fazer de você um cliente. E se o elemento em questão é a mente, o assunto é realmente sério. As pessoas que lidam com a mídia sabem que o ser humano tem desejos, ansiedades, sonhos, e que, se relacionarem seus produtos a essas necessidades materiais (e mesmo espirituais), conseguirão consumidores em potencial.

Exemplo: “Kolinos, o gosto da vitória!” Não há vitória em Kolinos; há uma associação de um bem espiritual (vitória) com um bem material (creme dental). O fato de que o creme dental previne as cáries não é relevante para as pessoas, portanto, não se vende prevenção, vendem-se ilusões de realização.

Assim, podemos ser influenciados pela mídia porque ela entra em nossa mente sem pedir licença.

A propaganda privilegia o fracasso, a carência, a necessidade, porque sabe que uma pessoa realizada não necessita de consumo para se afirmar. O comportamento se molda a partir de impressões cristalizadas pelo tempo. Hábitos formados por sugestões da mídia podem facilmente alterar seus valores de forma inconsciente. Você não precisa decidir para que sua mente seja influenciada e aqui está a diferença entre a mídia e o evangelho, que é também comunicação por excelência. Para aceitar um novo comportamento cristão, você precisa tomar decisões conscientes. A mídia não pede licença para entrar em sua vida. Jesus, sim. Aquele que pregou a liberdade, Aquele que é a Liberdade em Pessoa diz: “Eis que estou à porta e bato, se você abrir...” Veja, “se você abrir”, Jesus não força; Ele quer alterar nosso comportamento também, mas com a nossa escolha, com a nossa decisão.

 RAOs pontos no IBOPE são o alvo dos meios de comunicação. Isso parece estar causando um rebaixamento da moral e dos bons costumes. Qual deve ser a postura do cristão diante disso?

VSL – Excetuando-se alguns poucos programas, ninguém faz TV por amor ao próximo (aliás, parece que não se faz mais quase nada por amor ao próximo). A programação é parte de uma máquina que visa dinheiro, muito dinheiro. Quanto mais qualidade se aplica, maior o preço cobrado. Um filme pode custar 200 milhões, como no caso do Titanic, mas o retorno é certo (e que retorno!). as propagandas podem custar milhares de reais por segundo em horários nobre e por que são tão caras? Simples, porque têm retorno. Portanto, se a opinião pública demonstra não apreciar certo produto, ele estará fora de circulação ou sofrerá significativas alterações (procedimento muito frequente em novelas). A arte imita a vida que imita os cofres dos produtores.

            Portanto, quando um produto não rende o esperado, ocorrem mudanças que, com toda certeza, não serão feitas com base no crescimento moral da população, mas nos índices do IBOPE. E para isso vale tudo: sexo, violência, etc.

            Há algum tempo, a rede OM de televisão (hoje, CNT) resolveu pôr um filme obsceno no ar. Várias sociedades protestaram: “Onde já se viu colocar pornografia na televisão!” A reação da Rede foi a mais previsível possível: “Estamos quase no século XXI e não há censura. Não gostam do filme? Vocês são livres, mudem de canal!” Por que é que a TV usa essa argumentação? Ironicamente, porque extraíram da Bíblia um conceito que, usado às avessas, conduz sua filosofia: “O bem que quero fazer, esse não faço; o mal que não quero fazer, esse faço.” Esse texto do apóstolo Paulo mostra a angústia que o homem passa quanto às suas intenções e seus atos. A psicologia da TV, portanto, é a seguinte: “o bom filme a que a sociedade gostaria de ver, a esse ela não vê; mas o mau filme, a baixaria que ela gostaria de evitar, a esse/essa ela vê. E se as pessoas assistem a esses programas, mesmo sem querer, dão-nos IBOPE; e é isso que nos interessa.”

RAComo os pais devem agir com os filhos em relação à TV? Censurar, simplesmente?

VSL – A concorrência é desleal. Pesquisas indicam que os pais gastam muito pouco tempo com os filhos por semana. Somos transformados ou moldados por aquilo que passamos mais tempo contemplando. O problema é que o televisor reveste a mensagem com uma beleza incomum, irreal. Tanto cria, como acaricia nossas necessidades e nosso ego para obter cada vez mais nossa atenção e aprovação; molda seus programas a essas necessidades e carências. E com as crianças não é diferente. E o pior é que para elas o bombardeamento se apresenta em suas piores cores. Elas são um tremendo mercado hoje e mais ainda, um mercado futuro em potencial.

            É sabido que o comportamento não se altera pela verdade científica. As pessoas não são transformadas pela verdade da ciência, mas pela beleza. A verdade exige decisão, tomada de atitude consciente. Quando uma criança está na frente do televisor, ela não precisa exercitar o poder de decisão. As mensagens já vêm decididas (não se iluda com o programa Você Decide; muita coisa vital já vem decidida). A beleza e graça das personagens que imitam a vida real são imbatíveis. É como a visita de um tio que dá presentes, beijinhos e sorvete, mas quem tem que punir os erros é o pai. A parte difícil da educação compete aos pais. Assim é com a TV: mostra só o “belo”, prende a atenção da garotada e os pais, que já dispõem de pouco tempo para a educação dos filhos, quando querem colocá-los nos trilhos, têm de apresentar a dolorida verdade. É óbvio que as crianças inconscientemente preferirão a Xuxa ou a Angélica; afinal, “elas não brigam com a gente”.

            Lembre-se: a batalha é vencida por aquele que chega primeiro à mente. Quem está ocupando o primeiro lugar na mente de seus filhos?

RA –
Há um conflito evidente entre o que os jovens ouvem nos cultos e os valores e costumes que lhes são transmitidos pela mídia. Como fica a mente deles diante disso?

VSL – Se cremos em tudo o que é dito na Igreja e aceitamos as lições extraídas da Bíblia, mas vivemos de forma oposta àquilo com que concordamos, estaremos criando uma diferença muito grande entre a teoria e a prática. Viveremos em constante estado de desarmonia interior; e esta divisão gera sofrimento. Isso é bíblico: “O homem de coração dobre é inconstante em todos seus caminhos.” Nossa vida parece estar segmentada em duas partes distintas: a espiritual, no sábado, e a material, que se inicia sábado à noite e vai até o pôr do sol de sexta.

James A. Shlemberg apresenta uma teoria chamada “Dissonância Cognitiva.” Essa teoria se divide em três partes: (1) você vive de acordo com o que crê, ou (2) você crê naquilo que vive. (3) Se você não viver de acordo com qualquer desses dois princípios, fatalmente perderá o equilíbrio mental.

Quem chega primeiro à nossa mente altera nossos hábitos. Quanto tempo dedico à Bíblia e à meditação? Se não dedico nada, meu testemunho será negativo, mesmo que eu não queira. Só minhas convicções não adiantam. Uma vez que minha vida é susceptível às influências, só posso testemunhar daquilo que acredito e vivo.

A mídia nos olha como consumidores, clientes, lucro em potencial. Até mesmo o

tão atual processo de Qualidade Total tem limites. Segundo a Bíblia. Temos que olhar o homem não como cliente, mas como nosso próximo.

RA  Uma vez que há uma flagrante diferença entre aquilo que a sociedade secular nos propõe e o caminho cristão, ser jovem adventista é ser “rebelde”?

VSL – Em certo sentido sim. Deus não muda; Seus princípios são eternos. Já a sociedade está em constante movimento, alterando suas normas de comportamento e, junto, está alterando também seus princípios morais. Aquilo que era errado, não é mais. Na sociedade, há sempre constante adaptação às necessidades de cada tempo, mesmo que para isso sejam sacrificadas algumas normas de conduta. “Como o homem veio do macaco,” – dizem – “a moral divina não importa.” A lei moral é uma “bela lenda.” E deve ser seguida com ressalvas, pois as necessidades dos tempos modernos nos obrigam a constantes adaptações. O problema é que a sociedade mudou tanto que obriga os seres humanos a se comportarem adaptando-se aos novos tempos. Temos que nos curvar aos apelos modernos para garantir a sobrevivência. Assim, adiamos muitas vezes nosso compromisso com o Céu, porque parece que seus apelos não se adaptam aos nossos dias. Curvamo-nos perante as exigências da sociedade, porém, quando o assunto é obediência a Deus, solicitamos que Ele nos entenda; afinal, “estamos bem intencionados”. “Trabalhei demais nesta semana para garantir minha sobrevivência e a de meus filhos, portanto, neste sábado não irei à Igreja. O motivo é justo e bom; Deus há de entender.”- pensamos. Assim, curvamo-nos perante os apelos do mundo e nos esquecemos de nos curvar perante os apelos de Deus, achando que Ele, em sua bondade, há de entender nossas “justas” necessidades”. Mas Deus não aceita que O coloquemos em segundo plano. “Buscai primeiro o reino de Deus e a Sua justiça”, é o que Ele diz.

Deus nos criou à Sua imagem e parece que o homem quer criar Deus à sua imagem e semelhança. É a criatura querendo fazer Deus se sujeitar às suas necessidades. Deus é bom, sim, e temos que seguir os Seus planos.

Os três jovens hebreus foram altamente rebeldes: “e fica sabendo, ó rei, que não nos curvaremos...” Paulo foi rebelde. Basta lembrarmos de onde suas cartas foram escritas: da prisão. Ele se rebelou por uma causa. Essa “rebeldia” é necessária hoje. Homens que não se comprem nem se vendam por sua natureza rebeldes em relação às causas injustas.        


Fonte: Revista Adventista

20 agosto 2012

O Pastor

Quando um pastor finalmente recupera a sua ovelha insignificante, tola e errante, ele não a repreende imediatamente ou a espanca por ter lhe causado tantos problemas e trabalho adicional. Não! O pastor observa como é grande o cansaço daquela ovelha, como esteve perdida por entre espinhos e cortou-se no meio das pedras, olha ternamente para suas feridas e a carrega de volta para o rebanho em seus próprios braços.

Miserável e vacilante pecador, o evangelho tem chegado intensamente sobre você e você não pode mais correr adentrando nos caminhos do pecado, a Graça parou a sua carreira insana e fez você estremecer com a culpa do pecado. Você tem medo de Jesus porque sabe como o tem afligido severamente. Você teme que Ele te censure severamente e talvez te despreze e expulse de Sua presença. Não pense isso do Bom Pastor! Ele está olhando agora para o sangue em suas feridas e preparando o curativo. Logo ele irá se compadecer de suas fraquezas e te carregar nos braços dEle. Confiai a Ele, miserável pecador, como a insignificante ovelha confia no pastor. Um homem é muito mais precioso do que uma ovelha e Jesus é muito mais gentil do que o mais cuidadoso pastor e é realmente amável aos pecadores que se achegam a Ele. Quando o filho pródigo chegou todo esfarrapado e sujo seu pai amoroso não o colocou em quarentena até que ele estivesse purificado e limpo. Ele pulou sobre seu pescoço e o beijou sem ao menos dizer uma palavra de repreensão. O filho pródigo veio direto do curral para os braços do Pai. Aquele pródigo acolhido é o tipo de pecador como você é. À você também são todos os beijos e não o olhar carrancudo, todo o amor e não a ira, toda a benevolência e não a severidade. Oh! Se você conhecesse o Salvador você não se atrasaria. Agora, misero e abatido pecador, confie no Senhor Jesus e viva. Ele nunca tratou um filho pródigo que retorna com aspereza e Ele não pode mudar, Ele irá te tratar da mesma forma generosa com que trata os outros filhos. Quer você confie nEle ou não – eu irei – eu confio. Misero pecador, que o Espirito Santo guie teu olhar para Jesus e viva.

Charles H. Spurgeon

FONTE: http://respirandodeus.blogspot.com.br/2010/07/o-pastor.html
Imagem: http://blogdopcamaral.blogspot.com.br/2012/04/ovelhas-ne.html
Spurgeon.org
tradução: Vitor Higo Cid

27 junho 2012

COMO SE LIVRAR DE UM PASTOR FRACO

Um grupo de crentes procurou o pastor de uma outra igreja, numa cidade vizinha, e perguntou-lhe:

- Pastor, estamos tentando achar um jeito diplomático de dispensar o nosso pastor. O senhor tem alguma sugestão de como podemos fazer isso sem sermos indelicados com ele?

- Mas, por que vocês querem se livrar dele?

- É que a nossa igreja está estagnada e infeliz. O nosso pastor não tem visão nem liderança, não sabe pregar e não é um homem de oração.

Após refletir uns instantes, o pastor aconselhou-os a agir da seguinte maneira:

a) Cada vez que ele pregar, recitem para ele os pontos do sermão, na saída do culto. Isso vai obrigá-lo a se preparar cada vez mais, pois agora ele sabe que vocês estão acompanhado atentamente as suas mensagens.

b) Cada vez que ele trouxer uma nova idéia, dêem a ele todo o apoio de que a sua idéia precisa para dar certo. E faça isso com entusiasmo. Em breve a sua visão vai se abrir, pois agora ele sabe que pode "sonhar", pois tem o apoio entusiástico da igreja.

c) Reunam um bom grupo de irmãos e comecem a orar por ele. Em breve ele vai estar orando com vocês e por vocês.

- Logo, logo, assim que ele estiver pregando melhor, tiver adquirido ampla visão de ministério e vida de oração, uma grande igreja o convidará e tirará ele de vocês.


Fonte: http://www.sitedopastor.com.br/ilustracoes/comoselivrar.htm
Imagem: http://caixadamemoria.blogspot.com.br/2011_02_01_archive.html



28 maio 2012

Quando os anjos se alegram




LINDO TESTEMUNHO DO SR. PERSONA

Fonte: youtube

Sansão


Baseado em Juízes 13-16.

Em meio da ampla apostasia, os fiéis adoradores de Deus continuaram a pleitear com Ele o livramento de Israel. Posto que não fossem aparentemente atendidos, embora ano após ano o poder do opressor continuasse a repousar mais pesadamente sobre a terra, a providência de Deus lhes estava preparando auxílio. Mesmo nos primeiros anos da opressão dos filisteus, nascera uma criança por meio da qual era desígnio de Deus humilhar a força daqueles poderosos adversários.

À beira do território montanhoso, sobranceiro à planície da Filístia, achava-se a cidadezinha de Zorá. Ali morava a família de Manoá, da tribo de Dã, uma das poucas casas que em meio da deserção geral permaneceram fiéis a Jeová. À mulher de Manoá, a qual não tinha filhos, o “Anjo do Senhor” apareceu, com a mensagem de que ela teria um filho, por meio de quem Deus começaria a livrar Israel. Em vista disto o Anjo lhe deu instruções com relação aos seus próprios hábitos, e também quanto ao tratamento do filho: “Agora, pois, guarda-te de que bebas vinho, ou bebida forte, ou comas coisa imunda”. Juízes 13:4. E a mesma proibição deveria ser imposta desde o princípio à criança, com o acréscimo de que o cabelo não lhe deveria ser cortado; pois que cumpria ser ele consagrado a Deus como nazireu desde o seu nascimento.

A mulher procurou o marido, e depois de descrever o Anjo, repetiu sua mensagem. Então, receosos de que cometessem algum erro na importante obra a eles confiada, orou o esposo: “Rogo-te que o homem de Deus, que enviaste, ainda venha para nós outra vez e nos ensine o que devemos fazer ao menino que há de nascer”. Juízes 13:8.

Quando o Anjo de novo apareceu, a ansiosa indagação de Manoá foi: “Qual será o modo de viver, e serviço do menino?” A instrução prévia foi repetida: “De tudo quanto Eu disse à mulher se guardará ela. De tudo quanto procede da vide de vinho não comerá, nem vinho nem bebida forte beberá, nem coisa imunda comerá; tudo quanto lhe tenho ordenado guardará.”

Deus tinha uma importante obra para o prometido filho de Manoá realizar, e foi para assegurar-lhe as habilitações para esta obra que os hábitos de ambos, mãe e filho, deveriam ser cuidadosamente regulados. “Nem vinho nem bebida forte beberá” foi a instrução do Anjo à mulher de Manoá; “nem coisa imunda comerá: tudo quanto lhe tenho ordenado guardará”. Juízes 13:12-14. O filho será influenciado para o bem ou para o mal pelos hábitos da mãe. Ela própria deve ser governada pelos princípios, e praticar a temperança e renúncia de si mesma, se quer o bem-estar do filho. Conselheiros imprudentes insistirão com a mãe quanto à necessidade de satisfazer todo o desejo e inclinação; mas tal ensino é falso e pernicioso. A mãe é colocada por ordem do próprio Deus sob a obrigação mais solene de exercer o domínio de si mesma.

E os pais, bem como as mães, acham-se incluídos nesta responsabilidade. Pai e mãe transmitem aos filhos suas características, mentais e físicas, e suas disposições e apetites. Como resultado da intemperança paterna, as crianças muitas vezes têm falta de força física, e de capacidade mental e moral. Alcoólatras e fumantes podem transmitir a seus filhos seu insaciável desejo, seu sangue inflamado e nervos irritáveis; e efetivamente o fazem. O libertino, muitas vezes, lega à prole, como herança, os seus desejos impuros, e mesmo doenças repugnantes. E, como os filhos têm menos poder para resistir à tentação do que o tiveram seus pais, a tendência é que cada geração decaia mais e mais. Em grau elevado, os pais são responsáveis não somente pelas paixões violentas e apetites pervertidos dos filhos, mas também pelas enfermidades de milhares que nascem mudos, cegos, doentes ou idiotas.

A indagação de cada pai e mãe deve ser: “Que faremos pelo filho que nos nascerá?” O efeito das influências pré-natais tem sido por muitos considerado levianamente; mas a instrução enviada do Céu àqueles pais hebreus, e duas vezes repetida da maneira mais explícita e solene, mostra como é este assunto considerado por nosso Criador.

E não era bastante que o filho prometido recebesse um bom legado dos pais. Este devia ser seguido de um ensino cuidadoso e da formação de hábitos corretos. Deus determinara que o futuro juiz e libertador de Israel fosse desde a infância ensinado na estrita temperança. Devia ser nazireu desde seu nascimento, achando-se assim posto sob proibição perpétua do uso do vinho ou de bebida forte. As lições de temperança, renúncia e governo de si mesmo devem ser ensinadas às crianças mesmo desde a primeira infância.

A proibição do Anjo incluía toda a “coisa imunda”. Juízes 13:14. A distinção entre alimentos limpos e imundos não era um estatuto meramente cerimonial e arbitrário, mas baseava-se em princípios sanitários. À observância desta distinção pode atribuir-se em grande parte a maravilhosa vitalidade que durante milhares de anos tem distinguido o povo judeu. Os princípios de temperança devem ser mais abrangentes do que a mera abstenção de bebidas alcoólicas. O uso de alimento estimulante e indigesto é, muitas vezes, tão ofensivo à saúde como aquelas, e em muitos casos lança as sementes da embriaguez. A verdadeira temperança nos ensina a dispensar inteiramente todas as coisas nocivas, e usar judiciosamente aquilo que é saudável. Poucos há que se compenetram, como deviam, do quanto seus hábitos no regime alimentar têm que ver com sua saúde, seu caráter, sua utilidade neste mundo e seu destino eterno. O apetite deve sempre estar sob a sujeição das faculdades morais e intelectuais. O corpo deve ser o servo da mente, e não a mente a serva do corpo.

A promessa divina a Manoá foi cumprida no tempo devido com o nascimento de um filho, a quem foi dado o nome de Sansão. Crescendo o rapaz, tornou-se evidente que possuía extraordinária força física. Isto, entretanto, não dependia, conforme Sansão e seus pais bem sabiam, de seus compactos músculos, mas sim de sua condição de nazireu, de que o seu cabelo não cortado era símbolo. Houvesse Sansão obedecido às ordens divinas tão fielmente como fizeram seus pais, e seu destino teria sido mais nobre e mais feliz. Mas a associação com os idólatras o corrompeu. Achando-se a cidade de Zorá próxima do território dos filisteus, Sansão veio a travar relações amistosas com eles. Assim, em sua mocidade surgiram camaradagens cuja influência lhe obscureceu toda a vida. Uma jovem que habitava na cidade filistéia de Timnate, conquistou as afeições de Sansão, e ele decidiu fazer dela sua esposa. A seus pais tementes a Deus, que se esforçavam por dissuadi-lo de seu propósito, sua única resposta era: “Ela agrada aos meus olhos”. Juízes 14:3. Os pais finalmente cederam aos seus desejos, e realizou-se o casamento.

Exatamente quando entrava para a varonilidade, época em que deveria executar sua missão divina — tempo este em que mais do que em todos os outros deveria ser fiel a Deus — ligou-se Sansão aos inimigos de Israel. Não procurou saber se poderia melhor glorificar a Deus estando unido ao objeto de sua escolha, ou se se encontrava a colocar-se em posição em que não poderia cumprir o propósito a ser realizado pela sua vida. A todos os que em primeiro lugar procuram honrá-Lo, Deus prometeu sabedoria; mas não há promessa àqueles que se inclinam a agradar a si mesmos.

Quantos não estão adotando a mesma conduta de Sansão! Quantas vezes se efetuam casamentos entre os que são tementes a Deus e os ímpios, porque a inclinação governa a escolha de marido ou mulher! As partes não pedem conselho de Deus, nem têm em vista a Sua glória. O cristianismo deve ter influência dominante na relação matrimonial; mas dá-se muitas vezes o caso de que os motivos que determinam esta união não se coadunam com os princípios cristãos. Satanás procura constantemente fortalecer o seu poder sobre o povo de Deus, induzindo-os a entrar em aliança com seus súditos; e a fim de realizar isto ele se esforça por despertar paixões impuras no coração. Mas o Senhor em Sua Palavra instruiu claramente Seu povo a não se unir àqueles nos quais não habita o amor para com Ele. “Que concórdia há entre Cristo e Belial? Ou que parte tem o fiel com o infiel? E que consenso tem o templo de Deus com os ídolos?” 2 Coríntios 6:15, 16.

Em sua festa nupcial foi levado Sansão à associação familiar com os que odiavam ao Deus de Israel. Quem quer que voluntariamente entre para uma relação tal, sentirá a necessidade de se conformar até certo ponto com os hábitos e costumes de seus companheiros. O tempo assim despendido é mais que desperdiçado. Entretêm-se pensamentos e falam-se palavras que tendem a derribar as fortalezas dos princípios e enfraquecer a cidadela da alma.

A esposa, para cuja obtenção Sansão transgredira o mandado de Deus, mostrara-se traidora a seu esposo antes de encerrar-se a festa nupcial. Irado pela sua perfídia, Sansão abandonou-a por algum tempo, e foi sozinho para sua casa em Zorá. Quando, depois de acalmar-se, voltou em busca da esposa, encontrou-a como mulher de outro. Sua vingança, devastando todos os campos e vinhas dos filisteus, induziu-os a assassiná-la, embora as ameaças deles a houvessem compelido ao dolo com que tivera início aquela calamidade. Sansão já havia dado prova de sua força maravilhosa, matando sozinho um leão novo, bem como matando trinta dos homens de Asquelom. Agora, levado à cólera pelo bárbaro assassínio da esposa, atacou os filisteus, e feriu-os “com grande ferimento”. Então, desejando um seguro refúgio de seus inimigos, retirou-se para a “rocha de Etã” (Juízes 15:8), na tribo de Judá.

Para aquele lugar foi ele perseguido por poderosa força, e os habitantes de Judá, grandemente alarmados, concordaram de maneira vil em entregá-lo a seus inimigos. Em conformidade com isto, três mil homens de Judá subiram a ele. Mas mesmo com tal disparidade não teriam ousado aproximar-se dele, se não se houvessem assegurado de que ele não faria mal a seus compatriotas. Sansão consentiu em ser ligado e entregue aos filisteus; mas primeiro exigiu dos homens de Judá a promessa de o não atacarem, e o compelirem assim a destruí-los. Permitiu-lhes que o amarrassem com duas cordas novas, e foi levado ao arraial de seus inimigos por entre demonstrações de grande alegria. Mas, enquanto suas aclamações estavam a despertar ecos nas colinas, “o Espírito do Senhor possantemente Se apossou dele”. Juízes 15:14. Rebentou as fortes cordas novas como se fossem fios de linho queimados. Agarrando então a primeira arma à mão, a qual, embora fosse apenas a queixada de um jumento, foi mais eficaz do que espada ou lança, feriu os filisteus até que fugiram aterrorizados, deixando mil homens mortos no campo.

Estivessem os israelitas prontos a unir-se a Sansão, e continuar a vitória, e poderiam nesta ocasião ter-se livrado do poder dos opressores. Mas eles se haviam tornado desanimados e covardes. Negligenciaram a obra que Deus lhes ordenara fazer, desapossando os gentios, e uniram-se a eles nas suas práticas degradantes, tolerando-lhes a crueldade, e mesmo favorecendo-lhes a injustiça enquanto esta não se revertia contra eles. Ao serem trazidos sob o poder do opressor, submetiam-se timidamente à degradação de que poderiam ter escapado, caso houvessem tão-somente obedecido a Deus. Mesmo quando o Senhor lhes levantava um libertador, abandonavam-no com freqüência e uniam-se a seus inimigos.

Depois da vitória de Sansão, os israelitas o tornaram juiz, e governou Israel durante vinte anos. Mas um passo errado prepara o caminho para outro. Sansão tinha transgredido o mandado de Deus, tomando esposa dentre os filisteus, e outra vez aventurou-se a ir entre eles — agora seus inimigos mortais — com o fim de satisfazer paixões ilícitas. Confiando em sua grande força, que inspirara tamanho terror aos filisteus, foi ousadamente a Gaza visitar uma prostituta do lugar. Os habitantes daquela cidade souberam da sua presença, e estavam ansiosos de vingança. Seu inimigo estava encerrado com segurança dentro dos muros da mais potentemente fortificada de todas as suas cidades; estavam certos de sua presa, e apenas esperavam a manhã para completarem o seu triunfo. À meia-noite Sansão foi despertado. A voz acusadora da consciência encheu-o de remorsos, ao lembrar-se de que violara seus votos de nazireu. Mas, apesar de seu pecado, a misericórdia de Deus o não abandonara. Sua prodigiosa força de novo serviu para livrá-lo. Indo à porta da cidade, arrancou-a do lugar, e levou-a com as ombreiras e tranca ao cimo de uma colina no caminho de Hebrom.

Contudo, mesmo esta difícil escapada não lhe deteve a má conduta. Não se arriscou outra vez a ir entre os filisteus, mas continuou à procura daqueles prazeres sensuais que o estavam atraindo à ruína. Ele “se afeiçoou a uma mulher do vale de Soreque” (Juízes 16:4), não longe de seu próprio lugar de origem. O nome dela era Dalila — “a consumidora”. O vale de Soreque era célebre pelas suas vinhas; estas também ofereciam uma tentação ao vacilante nazireu que já havia condescendido com o uso do vinho, quebrando assim outro laço que o ligava à pureza e a Deus. Os filisteus observavam vigilantemente os movimentos de seu inimigo; e, quando este se degradou pela sua nova aliança, resolveram por meio de Dalila efetuar sua ruína.

Uma delegação composta de um dos principais homens de cada província filistéia, foi enviada ao vale de Soreque. Não ousavam tentar prendê-lo, enquanto estivesse de posse de sua grande força, antes era seu propósito saber, sendo possível, o segredo de seu poder. Subornaram, portanto, a Dalila, para o descobrir e revelar.

Importunando a traidora a Sansão com suas perguntas, ele a enganou declarando que a fraqueza de outros homens lhe sobreviria se fossem experimentados certos processos. Quando ela punha aquilo à prova, descobria-se o engano. Então ela o acusou de falsidade, dizendo: “Como dirás: Tenho-te amor, não estando comigo o teu coração? já três vezes zombaste de mim, e ainda me não declaraste em que consiste a tua força”. Juízes 16:15. Três vezes Sansão teve a prova mais clara de que os filisteus se haviam coligado com aquela que o encantava, a fim de o destruir; mas, quando fracassava o propósito dela, tratava o caso como simples gracejo, e bania cegamente os seus receios.

Dia após dia, Dalila insistia com ele, até que “sua alma se angustiou até à morte”; contudo um poder sutil o conservava ao lado dela. Vencido finalmente, Sansão deu a conhecer o segredo: “Nunca subiu navalha à minha cabeça, porque sou nazireu de Deus desde o ventre de minha mãe; se viesse a ser rapado, ir-se-ia de mim a minha força, e me enfraqueceria, e seria como todos os mais homens.” Despachou-se imediatamente um mensageiro aos chefes dentre os filisteus, insistindo que viessem a ela, sem demora. Enquanto dormia o guerreiro, cortaram-lhe as pesadas porções de cabelo. Então, conforme fizera três vezes antes, ela chamou: “Os filisteus vêm sobre ti, Sansão.” Despertando subitamente, pensou em exercer sua força como antes, e destruí-los; mas os braços impotentes recusaram-se a cumprir a sua ordem, e soube que “o Senhor Se tinha retirado dele”. Juízes 16:16, 17, 20. Depois de ter sido rapado, Dalila começou a molestá-lo e a causar-lhe dor, pondo assim à prova a sua força; pois os filisteus não ousavam aproximar-se dele antes que estivessem completamente convencidos de que seu poder desaparecera. Então o agarraram, e havendo-lhe arrancado os olhos, levaram-no a Gaza. Ali foi preso com correntes e obrigado a trabalhos pesados.

Que mudança para aquele que fora juiz e campeão de Israel — agora fraco, cego, preso, rebaixado ao trabalho mais servil! Pouco a pouco, tinha violado as condições de sua vocação sagrada. Deus tinha tido muita paciência com ele; mas, quando se entregara tanto ao poder do pecado que traiu o seu segredo, o Senhor Se afastou dele. Não havia virtude alguma em seu longo cabelo, mas este era sinal de fidelidade para com Deus; e, quando sacrificou este símbolo na satisfação da paixão, perdeu também as bênçãos de que ele era um sinal.

No sofrimento e humilhação, como joguete dos filisteus, Sansão aprendeu mais acerca de sua fraqueza do que jamais soubera antes; e as aflições o levaram ao arrependimento. Crescendo-lhe o cabelo, a força lhe voltava gradualmente; seus inimigos, porém, considerando-o um prisioneiro algemado e indefeso, não tinham apreensões.

Os filisteus atribuíram a vitória aos seus deuses; e, exultantes, desafiaram ao Deus de Israel. Foi marcada uma festa em honra a Dagom, o deus-peixe, “protetor do mar”. Das cidades e dos campos, por toda a planície dos filisteus, o povo e seus grandes se congregaram. Multidões de adoradores enchiam o vasto templo e as galerias próximas do teto. Era uma cena de festa e regozijo. Havia a pompa do serviço sacrifical, seguido de música e banquetes. Então, como o máximo troféu do poder de Dagom, foi trazido Sansão. Aclamações de triunfo saudaram o seu aparecimento. O povo e os príncipes zombaram de seu estado miserável, e adoraram o deus que subvertera o “destruidor de seu país”. Depois de algum tempo, Sansão, como se estivesse cansado, pediu permissão para recostar-se de encontro às duas colunas centrais em que se apoiava o teto do templo. Proferiu então silenciosamente a oração: “Senhor Jeová, peço-Te que Te lembres de mim, e esforça-me agora só esta vez, ó Deus, para que de uma vez me vingue dos filisteus.” Com estas palavras, cingiu com os poderosos braços as colunas; e clamando: “Morra eu com os filisteus”, curvou-se e o teto caiu, destruindo em um só fragor toda aquela vasta multidão. “E foram mais os mortos que matou na sua morte do que os que matara na sua vida.”

O ídolo e seus adoradores, sacerdotes e camponeses, guerreiros e nobres, foram juntamente sepultados sob as ruínas do templo de Dagom. E entre eles estava o corpo gigantesco daquele que Deus escolhera para ser o libertador de Seu povo. Notícias da terrível destruição foram levadas à terra de Israel, e os parentes de Sansão desceram de suas colinas, e, sem encontrarem oposição, recobraram o corpo do finado herói. E “subiram com ele, e sepultaram-no entre Zorá e Estaol, no sepulcro de Manoá, seu pai”. Juízes 16:28-31.

A promessa de Deus de que por meio de Sansão começaria a “livrar a Israel da mão dos filisteus” (Juízes 13:5), foi cumprida; mas quão tenebroso e terrível é o relato daquela vida que poderia ter sido um louvor a Deus e uma glória para a nação! Se Sansão tivesse sido fiel à vocação divina, ter-se-ia cumprido o propósito de Deus em sua honra e exaltação. Mas ele rendeu-se à tentação, e mostrou-se infiel à sua incumbência; e sua missão cumpriu-se com a derrota, escravidão e morte.

Fisicamente falando, Sansão foi o homem mais forte da Terra; mas no domínio de si mesmo, na integridade e firmeza, foi um dos mais fracos. Muitos tomam erradamente as paixões fortes como caráter forte; mas a verdade é que aquele que é dominado por suas paixões é homem fraco. A verdadeira grandeza do homem é medida pela força dos sentimentos que ele domina, e não pelos sentimentos que o dominam.

O cuidado providencial de Deus estivera com Sansão, a fim de que ele pudesse estar preparado para realizar a obra que fora chamado a fazer. Mesmo no princípio da vida esteve cercado de condições favoráveis para a força física, vigor intelectual e pureza moral. Mas, sob a influência de companheiros ímpios, deixou aquele apego a Deus que é a única salvaguarda do homem, e foi arrastado pela onda do mal. Aqueles que no caminho do dever são levados à prova podem estar certos de que Deus os guardará; mas, se os homens voluntariamente se colocam sob o poder da tentação, cairão mais cedo ou mais tarde.

Justamente aqueles que Deus Se propõe usar como Seus instrumentos para uma obra especial, Satanás, empregando seu máximo poder procura transviar. Ele nos ataca em nossos pontos fracos, procurando, pelos defeitos do caráter, obter domínio sobre o homem todo; e sabe que, se tais defeitos são acalentados, terá bom êxito. Mas ninguém precisa ser vencido. O homem não é deixado só a vencer o poder do mal pelos seus fracos esforços. O auxílio está às mãos, e será dado a toda alma que realmente o desejar. Anjos de Deus, que sobem e descem pela escada que Jacó viu em visão, auxiliarão a toda alma, que o deseje, a subir mesmo aos mais altos Céus.

Fonte: Ellen G. White, Patriarcas e profetas, Capítulo 54.

Digitalização: Blog Sétimo Dia

Imagem: http://pr-joaomarcos.blogspot.com.br/2009/03/trajetoria-de-sansao.html

15 maio 2012

Os Lecionários

Livros Litúrgicos

Outra testemunha do texto do Novo Testamento que em geral tem sido subvalorizada são os numerosos lecionários (livros usados no culto da igreja), que continham textos selecionados para leitura, tirados da própria Bíblia. Esses lecionários serviam de manuais, sendo usados nos cultos ao longo de um ano. A maior parte desses manuais teria surgido talvez entre os séculos VII e XII, e deles sobreviveram dezenas de folhas e fragmentos de folhas, datados dos séculos iv e vi. Só cinco ou seis lecionários sobreviveram intactos, copiados em papiro, com letras unciais, ainda que essas houvessem sido substituídas pelo tipo de grafia denominado minúsculo.

Embora Caspar René Gregory houvesse relacionado cerca de 1 545 lecionários gregos, em seu Canon and text of the New Testament [Cânon e texto do Novo Testamento] (1912), cerca de 2 000 foram utilizados na obra crítica da United Bible Societies [Sociedades Bíblicas Unidas], The Greek New Testament (1966). A grande maioria dos lecionados consiste de textos para leitura tomados dos evangelhos. Os demais consistem de textos de Atos, às vezes ao lado de trechos das cartas. Ainda que fossem ornamentados com muita elaboração e às vezes até contivessem notações musicais, é preciso que se admita que os lecionários têm apenas valor secundário no estabelecimento do texto genuíno do Novo Testamento, No entanto, desempenham papel importante na compreensão de passagens específicas das Escrituras, como João 7.53— 8.11 e Marcos 16.9-20.(ide fonte no final do blog)

Estudos do Autor

Os lecionários são coleções de passagens selecionadas das Escrituras que são designadas para serem lidas durante os serviços religiosos, especialmente nas celebrações litúrgicas cristãs. Eles são organizados de forma a proporcionar uma sequência de leituras ao longo do ano litúrgico, geralmente seguindo um ciclo anual.

Importância dos Lecionários para a Formação da Bíblia:

  1. Preservação e Transmissão Textual:

    • Os lecionários ajudaram na preservação e transmissão dos textos bíblicos ao longo dos séculos, pois muitas vezes incluem passagens completas ou parciais das Escrituras. Isso é especialmente relevante porque algumas cópias individuais dos livros bíblicos podem ter se perdido ao longo do tempo, mas as leituras litúrgicas continuaram a garantir a exposição regular dos textos sagrados.
  2. Padrões de Leitura e Uso Litúrgico:

    • Os lecionários estabelecem padrões para quais partes da Bíblia são lidas em diferentes períodos litúrgicos, como Advento, Natal, Quaresma, Páscoa, entre outros. Isso influencia a prática e a adoração da comunidade cristã ao longo do ano, proporcionando um contexto específico para a interpretação e reflexão das Escrituras.
  3. Seleção de Passagens Significativas:

    • A seleção cuidadosa das passagens nos lecionários enfatiza temas e eventos-chave da fé cristã, como a vida de Jesus, sua morte e ressurreição, e a mensagem dos apóstolos. Isso ajuda a moldar a compreensão teológica e espiritual da comunidade cristã através da repetição e contemplação regular das mesmas passagens ao longo dos anos.
  4. Influência na Liturgia e na Teologia:

    • Os lecionários não apenas influenciam a prática litúrgica, mas também contribuem para o desenvolvimento da teologia cristã ao enfatizar certos temas, relações simbólicas e a conexão entre o Antigo e o Novo Testamento. Eles ajudam a manter a coesão e a continuidade na interpretação das Escrituras dentro da tradição cristã.

Em resumo, os lecionários desempenham um papel fundamental na formação da Bíblia como um texto sagrado que não apenas é lido e estudado, mas também é vivenciado e celebrado na vida litúrgica da igreja. Eles são uma parte vital da herança textual e espiritual cristã, conectando gerações ao redor do mundo através da leitura e reflexão das Escrituras durante o culto e celebração.


Fonte: Como a Biblia chegou até nós, autor Norman Geisler e William Nix
Imagem: http://angelusexverum.blogspot.com.br/2011/03/lecionario-jaharis.html

Óstracos


















Cacos de Cerâmica

Os óstracos são cacos de cerâmica freqüentemente utilizados como material de escrita entre as classes mais pobres da antigüidade. Exemplo do uso desse meio de escrita é uma cópia dos evangelhos registrados em vinte peças de óstracos. Seriam o que se poderia chamar "a Bíblia do pobre".

Essas peças de cerâmica (v. Is 45.9) permaneceram negligenciadas pelos estudiosos durante muito tempo, mas haveriam de lançar mais luz ao texto bíblico. Allen P. Wikgren relacionou cerca de 1 624 amostras desses humildes registros da história, em sua obra intitulada Greek ostraca [Óstracos gregos].1(vide fonte)

Os ostracos com fragmentos da época bíblica

A BÍBLIA é a inspirada Palavra de Deus. (2 Timóteo 3:16) O que ela diz sobre pessoas, lugares e situações religiosas e políticas dos tempos antigos é exato. A autenticidade das Escrituras certamente não depende de descobertas arqueológicas, embora tais descobertas confirmem ou esclareçam nosso entendimento do registro bíblico.

Os itens encontrados em maior quantidade nas escavações em antigos sítios arqueológicos são fragmentos ou pedaços de cerâmica. Esses fragmentos são também chamados de óstracos, da palavra grega para “concha, caco”. Pedaços de cerâmica eram usados como material de escrita barato em muitos lugares do Oriente Médio antigo, incluindo o Egito e a Mesopotâmia. Óstracos eram usados para registrar contratos, relatórios contábeis, vendas, e assim por diante, do mesmo modo como hoje se usam blocos de anotações e folhas de papel. Geralmente escritos a tinta, os textos nos óstracos variavam de apenas uma palavra a muitas dezenas de linhas ou colunas.

Escavações arqueológicas em Israel já descobriram muitos óstracos dos tempos bíblicos. Três coleções, datadas do sétimo e oitavo séculos AEC, são de especial interesse, pois confirmam vários detalhes das informações históricas contidas na Bíblia. São as coleções de óstracos de Samaria, de Arade e de Laquis. Vamos conhecer melhor cada uma dessas coleções.

 Os óstracos de Samaria

Samaria foi a capital do reino setentrional de Israel, composto por dez tribos, até sua queda para os assírios em 740 AEC. Segundo 1 Reis 16:23, 24, no trigésimo primeiro ano do reinado de Asa, rei de Judá (por volta de 947 AEC), Onri adquiriu o monte de Samaria de Semer por dois talentos de prata e fundou a cidade que levaria seu nome. A cidade continuou a existir até a era romana, quando foi renomeada para Sebaste, desaparecendo finalmente como cidade no sexto século EC.

Durante escavações em Samaria em 1910, arqueólogos descobriram uma coleção de óstracos datados do oitavo século AEC. Esses óstracos registravam carregamentos de óleo e vinho que chegavam a Samaria de várias localidades vizinhas. Comentando essa descoberta, o livro "Ancient Inscriptions—Voices From the Biblical World" descreve os 63 óstracos encontrados como um dos conjuntos mais importantes de inscrições antigas de Israel que sobreviveram. Sua importância não reside apenas no conteúdo, mas também no extenso inventário de nomes de israelitas, clãs e locais geográficos. Como esses nomes confirmam os detalhes do registro bíblico?

Quando os israelitas conquistaram a Terra Prometida e a dividiram entre as tribos, a região de Samaria foi atribuída à tribo de Manassés. Conforme Josué 17:1-6, os descendentes de Manassés, através de seu neto Gileade, receberam lotes de terra nessa área. Entre eles estavam os clãs de Abiezer, Heleque, Asriel, Siquém e Semida. Hefer, o sexto na lista, não teve filhos homens, mas cinco filhas: Maala, Noa, Hogla, Milca e Tirza, cada uma recebendo uma parte de terra (Números 27:1-7).

Os óstracos de Samaria preservam sete desses nomes de clã — os cinco filhos de Gileade e duas netas de Hefer, Hogla e Noa. De acordo com a NIV Archaeological Study Bible, "Os nomes de clã preservados nos óstracos de Samaria estabelecem uma conexão adicional, além do que está registrado na Bíblia, entre os clãs de Manassés e o território onde se estabeleceram". Assim, esses óstracos confirmam aspectos da história antiga das tribos de Israel conforme registrados na Bíblia.

Além disso, os óstracos de Samaria lançam luz sobre a situação religiosa dos israelitas na época, conforme descrita na Bíblia. Durante o período dos óstracos de Samaria, os israelitas frequentemente misturavam a adoração de Jeová com a adoração do deus cananeu Baal. A profecia de Oséias, do mesmo período, previa um tempo em que Israel, arrependido, chamaria Jeová de "meu esposo" ao invés de "meu baal" (Oséias 2:16, 17, nota). Alguns nomes encontrados nos óstracos de Samaria significam "Baal é meu pai", "Baal canta", "Baal é forte", "Baal se lembra" e similares. A proporção de nomes pessoais contendo alguma forma de "Jeová" é menor em comparação aos que contêm "Baal".

Os óstracos de Arade

Arade era uma antiga cidade localizada numa região semi-árida chamada Negebe, ao sul de Jerusalém. Durante as escavações em Arade, foram reveladas seis fortalezas israelitas consecutivas, desde os dias do reinado de Salomão (1037-998 AEC) até a destruição de Jerusalém pelos babilônios em 607 AEC. Os escavadores recuperaram de Arade a maior coleção de óstracos dos tempos bíblicos, incluindo mais de 200 objetos com inscrições em hebraico, aramaico e outros idiomas.

Alguns dos fragmentos de Arade corroboram as informações bíblicas sobre famílias sacerdotais. Por exemplo, um deles menciona “os filhos de Corá”, referidos em Êxodo 6:24 e Números 26:11. Os cabeçalhos dos Salmos 42, 44-49, 84, 85, 87 e 88 atribuem esses salmos especificamente aos “filhos de Corá”. Outras famílias sacerdotais mencionadas nos óstracos de Arade incluem as de Pasur e Meremote, conforme registrado em 1 Crônicas 9:12 e Esdras 8:33.

Um exemplo notável é um fragmento de cerâmica encontrado nas ruínas de uma fortaleza, datando do período pouco antes da destruição de Jerusalém pelos babilônios. O fragmento era endereçado ao comandante da fortaleza e, de acordo com a publicação The Context of Scripture, incluía a expressão: “A meu senhor Eliasibe. Que Iavé [Jeová] se preocupe com teu bem-estar... A respeito do assunto sobre o qual me deste ordens: está tudo bem agora; ele permanece no templo de Iavé.” Muitos estudiosos acreditam que este templo se refere ao de Jerusalém, originalmente construído nos dias de Salomão.

Os óstracos de Laquis

A antiga cidade-fortaleza de Laquis situava-se aproximadamente a 45 quilômetros a sudoeste de Jerusalém. Em escavações realizadas em 1930, foi descoberto um conjunto de fragmentos, dos quais pelo menos 12 eram cartas descritas como “extremamente importantes... por sua explicação da situação política e do tumulto geral que prevalecia enquanto Judá se preparava para o inevitável ataque do rei babilônio Nabucodonosor”.

As cartas mais significativas incluem correspondência entre um oficial subordinado e Yaosh, provavelmente o comandante militar em Laquis. A linguagem dessas cartas é similar à usada pelo profeta contemporâneo Jeremias. Considere como duas delas corroboram a descrição bíblica desse período crítico.

Jeremias 34:7 descreve o tempo em que “as forças militares do rei de Babilônia lutavam contra Jerusalém e contra todas as cidades de Judá que sobravam, contra Laquis e contra Azeca; porque elas, as cidades fortificadas, eram as que restavam dentre as cidades de Judá”. Uma das Cartas de Laquis parece descrever os mesmos eventos, mencionando: “Estamos atentos aos sinais [de fogo] de Laquis... porque não podemos ver Azeca.” Muitos estudiosos interpretam isso como indicação de que Azeca havia caído perante os babilônios e que Laquis seria a próxima a ser conquistada. Um detalhe interessante é a referência aos “sinais de fogo”, mencionados também em Jeremias 6:1.

Outra Carta de Laquis parece confirmar o que os profetas Jeremias e Ezequiel disseram sobre os esforços do rei de Judá para obter ajuda do Egito na rebelião contra Babilônia. A carta menciona: “Agora seu servo recebeu a seguinte informação: o general Konyáhu, filho de Elnatã, foi para o sul a fim de entrar no Egito.” Essa ação é frequentemente interpretada como um esforço para buscar assistência militar do Egito, conforme descrito por Jeremias 37:5-8; 46:25, 26 e Ezequiel 17:15-17.

Os óstracos de Laquis também mencionam vários nomes que aparecem no livro de Jeremias, como Nerias, Jaazanias, Gemarias, Elnatã e Osaías (Jeremias 32:12; 35:3; 36:10, 12; 42:1). Embora não se possa afirmar com certeza se esses nomes se referem às mesmas pessoas, a similaridade é notável, considerando que Jeremias viveu nesse período.

Um aspecto comum

As coleções de óstracos de Samaria, Arade e Laquis confirmam vários detalhes do registro bíblico, incluindo nomes de famílias, designações geográficas e aspectos do contexto religioso e político da época. No entanto, há um importante aspecto em comum entre as três coleções.

As cartas encontradas nas coleções de Arade e Laquis frequentemente incluem expressões como “Que Jeová peça a tua paz”. Em sete das mensagens de Laquis, o nome de Deus é mencionado 11 vezes. Além disso, muitos dos nomes pessoais hebreus encontrados nas três coleções contêm a forma abreviada do nome Jeová. Assim, esses óstracos confirmam que o nome divino era usado no dia-a-dia entre os israelitas daquela época.(vide fonte 2)

Fonte: 1. Como a Biblia chegou até nós, autor Norman Geisler e William Nix
2.https://wol.jw.org/pt/wol/d/r5/lp-t/2007843
Imagem: http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%93straco

Os Minúsculos


As datas dos manuscritos minúsculos (do século IX ao XV) mostram que em geral são de qualidade inferior, se comparados aos manuscritos em papiros ou unciais. A importância desses manuscritos está no relevo dispensado às famílias textuais e não à sua quantidade. Somam 4 643, dos quais 2646 são manuscritos e 1997 lecionários (livros antigos que a igreja usava no culto). Alguns desses manuscritos minúsculos mais importantes estão identificados abaixo.

Os minúsculos da família alexandrina são representados pelo ms. 33, "rei dos cursivos", datado do século IX ou X. Contém todo o Novo Testamento, menos o Apocalipse. É propriedade da Biblioteca Nacional de Paris.

O texto cesareense emprega um tipo que sobreviveu na Família 1, dentre os manuscritos minúsculos. Essa família contém os manuscritos 1, 118,131 e 209, e todos datam do século XII até o XIV.

A subfamília italiana do tipo cesareense é representada por cerca de doze manuscritos conhecidos por Família 13. Tais manuscritos haviam sido copiados entre os séculos XI e XV. Incluem os manuscritos 13,69,124, 230, 346, 543, 788, 826, 828, 983, 1689 e 1709. Julgava-se de início que alguns desses manuscritos tinham texto de tipo sírio.

Muitos dos demais manuscritos minúsculos podem ser colocados em uma ou outra das várias famílias textuais, mas sustentam-se por seus próprios méritos e não por pertencerem a uma das famílias de manuscritos mencionadas acima. Entretanto, no todo, foram copiados de manuscritos minúsculos ou manuscritos unciais primitivos, e poucas evidências novas acrescentam ao Novo Testamento. Proporcionam uma linha contínua de transmissão do texto bíblico, enquanto os manuscritos de outras obras clássicas apresentam brechas de novecentos a mil anos entre os autógrafos e suas cópias manuscritas, como se pode ver nos exemplos das Guerras gálicas, de César, e das Obras, de Tácito.

Características

Os "manuscritos minúsculos" referem-se a uma categoria específica de manuscritos antigos, principalmente do Novo Testamento grego. Aqui estão algumas informações sobre eles:

1.    Definição e Características: Os manuscritos minúsculos são manuscritos do Novo Testamento que são numerados com algarismos arábicos menores que 2000. Eles são assim chamados para distingui-los dos "manuscritos unciais", que são escritos com letras maiúsculas.

2.    Idade e Datamento: Os manuscritos minúsculos geralmente datam do nono século em diante. Eles foram produzidos após a transição da escrita uncial para a minúscula no mundo grego e bizantino.

3.    Variedade e Distribuição: Existem cerca de 2750 manuscritos minúsculos conhecidos, cobrindo uma ampla gama de variantes textuais do Novo Testamento. Eles foram copiados e usados em várias regiões do mundo cristão oriental e ocidental.

4.    Importância para a Crítica Textual: Os manuscritos minúsculos são fundamentais para a crítica textual do Novo Testamento, pois fornecem uma base extensa para estudar as variantes textuais e reconstruir o texto original. Muitos deles contêm correções e anotações marginais que são valiosas para entender como o texto foi interpretado e usado ao longo do tempo.

5.    Exemplos Notáveis: Alguns manuscritos minúsculos famosos incluem o 33 (Minúscula 33), conhecido como "Codex Athous Lavrensis", que é um dos mais antigos manuscritos minúsculos completos do Novo Testamento (século IX); e o 1739 (Minúscula 1739), um manuscrito minúsculo grego do Novo Testamento que contém várias adições únicas e variantes textuais interessantes.

6.    Estudos e Recursos: Para estudiosos e pesquisadores, os manuscritos minúsculos são frequentemente acessados por meio de edições críticas do Novo Testamento grego, como o Novum Testamentum Graece (NA28, NA29) e o UBS5, que apresentam variantes textuais e a base manuscrita para cada passagem.

Esses manuscritos representam uma parte crucial da tradição textual do Novo Testamento e são fundamentais para entender a história e o desenvolvimento do texto bíblico cristão ao longo dos séculos.



Fonte: Como a Biblia chegou até nós, autor Norman Geisler e William Nix
Imagem: http://miquels007.wordpress.com/category/historia-crista/

Códex Washingtoniano - também conhecido como Codex W ou Codex Freerianus




























O Códex Washingtoniano (também conhecido como Codex W ou Codex Freerianus) é um antigo manuscrito do Novo Testamento em grego, datado do início do século IV d.C. Ele recebe esse nome por estar localizado na Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos, em Washington D.C.

Características Principais:

  1. Conteúdo: O Codex Washingtoniano contém quatro evangelhos completos (Mateus, Marcos, Lucas e João), além de algumas lacunas e partes faltantes.

  2. Formato: Escrito em letras unciais (maiúsculas gregas) em pergaminho, o manuscrito tem um formato relativamente grande.

  3. Origem: A origem exata do Codex Washingtoniano não é totalmente clara, mas é amplamente aceito que foi escrito no Egito, provavelmente na região de Alexandria, conhecida por sua tradição textual rica e variada.

  4. História: Foi descoberto em 1906-1907 por Charles Lang Freer, um colecionador de arte e manuscritos antigos, durante uma expedição ao Egito. Freer adquiriu o manuscrito e eventualmente o doou para a Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos em 1906.

  5. Importância: O Codex Washingtoniano é importante para os estudos do Novo Testamento por ser um dos poucos manuscritos completos dos evangelhos do século IV. Ele ajuda na compreensão da transmissão textual e das variantes textuais no início da era cristã.

  6. Crítica Textual: O texto do Codex Washingtoniano é significativo para a crítica textual do Novo Testamento, pois oferece uma das primeiras evidências completas dos evangelhos em grego, auxiliando os estudiosos na reconstrução do texto original e na comparação com outros manuscritos da mesma época.

Em resumo, o Codex Washingtoniano é um dos tesouros da coleção de manuscritos antigos da Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos, representando uma importante fonte para os estudos acadêmicos e críticos do Novo Testamento.O Códice washingtoniano(w) data do século IV ou início do V.

Como foi descoberto

Charles F. Freer, de Detroit, em 1906, o havia adquirido de um negociante do Cairo, no Egito. Entre 1910 e 1918 foi editado pelo professor H. A. Sanders, da Universidade de Michigan, estando hoje na Instituição Smithsoniana, em Washington, DC. Esse manuscrito contém os quatro evangelhos, porções das epístolas de Paulo (exceto Romanos), Hebreus, Deuteronômio, Josué e Salmos. A ordem dos evangelhos é: Mateus, João, Lucas e Marcos. Marcos contém o final mais longo (Mc 16.9-20); entretanto, acrescenta uma inserção após o versículo 14. E um códice volumoso, feito de velino, cujos tipos de letras são misturados de modo curioso.

Fonte: Como a Biblia chegou até nós, autor Norman Geisler e William Nix
Imagem: http://www.asia.si.edu/collections/zoomObject.cfm?ObjectId=48653


O Códice efraimita (c) provavelmente se originou na Alexandria, no Egito, por volta de 345. Foi levado à Itália ao redor de 1500 por John Lascaris e depois vendido a Pietro Strozzi. Catarina de Mediei, italiana, mãe e esposa de reis franceses, o comprou em 1533. Após sua morte, o manuscrito foi colocado na Biblioteca Nacional de Paris, onde permanece até hoje. Falta a esse códice a maior parte do Antigo Testamento, constando dele partes de Jó, Provérbios, Eclesiastes, Cânticos dos Cânticos e dois livros apócrifos — Sabedoria de Salomão e Eclesiástico. Ao Novo Testamento faltam 2Tessalonicenses, 2João e parte de outros livros.

O manuscrito é um palimpsesto (raspado, apagado) reescrito em que originariamente estavam gravados o Antigo e o Novo Testamento. O texto sagrado foi apagado para que nesses pergaminhos se escrevessem sermões de Efraim, pai da igreja do século IV. Mediante reativação química, o conde Tischendorf foi capaz de decifrar as escritas quase invisíveis dos pergaminhos. Esse manuscrito está guardado na Biblioteca Nacional de Paris, e deixa à mostra sinais e evidências de duas fases de correções: a primeira, c2 ou cb, foi realizada na Palestina, no século vi, e a segunda, c3 ou Cc, foi acrescentada no século IX, em Constantinopla.

Fonte: Como a Biblia chegou até nós, autor Norman Geisler e William Nix

Codex Basilensis

O Codex Basilensis, também conhecido como Manuscrito Ee ou 07 (Gregory-Aland), ε 55 (von Soden), pertence provavelmente do século século VIII.

Descoberta

Codex contém o texto dos quatro Evangelhos em 318 folhas de pergaminho, com lacunas (Lucas 1,69-2,4; 3,4-15; 12,58-13,12; 15,8-20; 24,47-fin). O texto está escrito em uma coluna por página, em 21 linhas por página.[1]

Contém tábulas do κεφαλαια, κεφαλαια, τιτλοι, as Seções Amonianas, e os Cânones Eusebianos.[2]

Atualmente acha-se no Universidade de Basiléia (AN III 12).[1]

Texto

O texto grego desse códice é um representante do Texto-tipo Bizantino. Aland colocou-o na Categoria V.[1]

Referências

1. ↑ a b c ALAND & ALAND, Kurt & Barbara. The Text of the New Testament: An Introduction to the Critical Editions and to the Theory and Practice of Modern Textual Criticism: Trad. por Erroll F. Rhodes (em inglês). Grand Rapids, Michigan: William B. Eerdmans Publishing Company, 1995. 110 p.
2. ↑ GREGORY, Caspar René. Textkritik des Neuen Testaments, Vol. 1. Leipzig: Hinrichs, 1900. 48 p.

Bibliografia

• Russell Champlin, Family E and Its Allies in Matthew (Studies and Documents, XXIII; Salt Lake City, UT, 1967).
• J. Greelings, Family E and Its Allies in Mark (Studies and Documents, XXXI; Salt Lake City, UT, 1968).
• J. Greelings, Family E and Its Allies in Luke (Studies and Documents, XXXV; Salt Lake City, UT, 1968).
• F. Wisse, Family E and the Profile Method, Biblica 51, (1970), pp. 67–75.

Ligações externas

• O Commons possui uma categoria com multimídias sobre Codex Basilensis
• R. Waltz, Codex Basilensis E (07) (em inglês): na Encyclopedia of Textual Criticism

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Codex_Basilensis
Imagem: http://en.wikipedia.org/wiki/File:Codex_Basilensis_08.jpg

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