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28 maio 2012
Sansão
Baseado em Juízes 13-16.
Em meio da ampla apostasia, os fiéis adoradores de Deus continuaram a pleitear com Ele o livramento de Israel. Posto que não fossem aparentemente atendidos, embora ano após ano o poder do opressor continuasse a repousar mais pesadamente sobre a terra, a providência de Deus lhes estava preparando auxílio. Mesmo nos primeiros anos da opressão dos filisteus, nascera uma criança por meio da qual era desígnio de Deus humilhar a força daqueles poderosos adversários.
À beira do território montanhoso, sobranceiro à planície da Filístia, achava-se a cidadezinha de Zorá. Ali morava a família de Manoá, da tribo de Dã, uma das poucas casas que em meio da deserção geral permaneceram fiéis a Jeová. À mulher de Manoá, a qual não tinha filhos, o “Anjo do Senhor” apareceu, com a mensagem de que ela teria um filho, por meio de quem Deus começaria a livrar Israel. Em vista disto o Anjo lhe deu instruções com relação aos seus próprios hábitos, e também quanto ao tratamento do filho: “Agora, pois, guarda-te de que bebas vinho, ou bebida forte, ou comas coisa imunda”. Juízes 13:4. E a mesma proibição deveria ser imposta desde o princípio à criança, com o acréscimo de que o cabelo não lhe deveria ser cortado; pois que cumpria ser ele consagrado a Deus como nazireu desde o seu nascimento.
A mulher procurou o marido, e depois de descrever o Anjo, repetiu sua mensagem. Então, receosos de que cometessem algum erro na importante obra a eles confiada, orou o esposo: “Rogo-te que o homem de Deus, que enviaste, ainda venha para nós outra vez e nos ensine o que devemos fazer ao menino que há de nascer”. Juízes 13:8.
Quando o Anjo de novo apareceu, a ansiosa indagação de Manoá foi: “Qual será o modo de viver, e serviço do menino?” A instrução prévia foi repetida: “De tudo quanto Eu disse à mulher se guardará ela. De tudo quanto procede da vide de vinho não comerá, nem vinho nem bebida forte beberá, nem coisa imunda comerá; tudo quanto lhe tenho ordenado guardará.”
Deus tinha uma importante obra para o prometido filho de Manoá realizar, e foi para assegurar-lhe as habilitações para esta obra que os hábitos de ambos, mãe e filho, deveriam ser cuidadosamente regulados. “Nem vinho nem bebida forte beberá” foi a instrução do Anjo à mulher de Manoá; “nem coisa imunda comerá: tudo quanto lhe tenho ordenado guardará”. Juízes 13:12-14. O filho será influenciado para o bem ou para o mal pelos hábitos da mãe. Ela própria deve ser governada pelos princípios, e praticar a temperança e renúncia de si mesma, se quer o bem-estar do filho. Conselheiros imprudentes insistirão com a mãe quanto à necessidade de satisfazer todo o desejo e inclinação; mas tal ensino é falso e pernicioso. A mãe é colocada por ordem do próprio Deus sob a obrigação mais solene de exercer o domínio de si mesma.
E os pais, bem como as mães, acham-se incluídos nesta responsabilidade. Pai e mãe transmitem aos filhos suas características, mentais e físicas, e suas disposições e apetites. Como resultado da intemperança paterna, as crianças muitas vezes têm falta de força física, e de capacidade mental e moral. Alcoólatras e fumantes podem transmitir a seus filhos seu insaciável desejo, seu sangue inflamado e nervos irritáveis; e efetivamente o fazem. O libertino, muitas vezes, lega à prole, como herança, os seus desejos impuros, e mesmo doenças repugnantes. E, como os filhos têm menos poder para resistir à tentação do que o tiveram seus pais, a tendência é que cada geração decaia mais e mais. Em grau elevado, os pais são responsáveis não somente pelas paixões violentas e apetites pervertidos dos filhos, mas também pelas enfermidades de milhares que nascem mudos, cegos, doentes ou idiotas.
A indagação de cada pai e mãe deve ser: “Que faremos pelo filho que nos nascerá?” O efeito das influências pré-natais tem sido por muitos considerado levianamente; mas a instrução enviada do Céu àqueles pais hebreus, e duas vezes repetida da maneira mais explícita e solene, mostra como é este assunto considerado por nosso Criador.
E não era bastante que o filho prometido recebesse um bom legado dos pais. Este devia ser seguido de um ensino cuidadoso e da formação de hábitos corretos. Deus determinara que o futuro juiz e libertador de Israel fosse desde a infância ensinado na estrita temperança. Devia ser nazireu desde seu nascimento, achando-se assim posto sob proibição perpétua do uso do vinho ou de bebida forte. As lições de temperança, renúncia e governo de si mesmo devem ser ensinadas às crianças mesmo desde a primeira infância.
A proibição do Anjo incluía toda a “coisa imunda”. Juízes 13:14. A distinção entre alimentos limpos e imundos não era um estatuto meramente cerimonial e arbitrário, mas baseava-se em princípios sanitários. À observância desta distinção pode atribuir-se em grande parte a maravilhosa vitalidade que durante milhares de anos tem distinguido o povo judeu. Os princípios de temperança devem ser mais abrangentes do que a mera abstenção de bebidas alcoólicas. O uso de alimento estimulante e indigesto é, muitas vezes, tão ofensivo à saúde como aquelas, e em muitos casos lança as sementes da embriaguez. A verdadeira temperança nos ensina a dispensar inteiramente todas as coisas nocivas, e usar judiciosamente aquilo que é saudável. Poucos há que se compenetram, como deviam, do quanto seus hábitos no regime alimentar têm que ver com sua saúde, seu caráter, sua utilidade neste mundo e seu destino eterno. O apetite deve sempre estar sob a sujeição das faculdades morais e intelectuais. O corpo deve ser o servo da mente, e não a mente a serva do corpo.
A promessa divina a Manoá foi cumprida no tempo devido com o nascimento de um filho, a quem foi dado o nome de Sansão. Crescendo o rapaz, tornou-se evidente que possuía extraordinária força física. Isto, entretanto, não dependia, conforme Sansão e seus pais bem sabiam, de seus compactos músculos, mas sim de sua condição de nazireu, de que o seu cabelo não cortado era símbolo. Houvesse Sansão obedecido às ordens divinas tão fielmente como fizeram seus pais, e seu destino teria sido mais nobre e mais feliz. Mas a associação com os idólatras o corrompeu. Achando-se a cidade de Zorá próxima do território dos filisteus, Sansão veio a travar relações amistosas com eles. Assim, em sua mocidade surgiram camaradagens cuja influência lhe obscureceu toda a vida. Uma jovem que habitava na cidade filistéia de Timnate, conquistou as afeições de Sansão, e ele decidiu fazer dela sua esposa. A seus pais tementes a Deus, que se esforçavam por dissuadi-lo de seu propósito, sua única resposta era: “Ela agrada aos meus olhos”. Juízes 14:3. Os pais finalmente cederam aos seus desejos, e realizou-se o casamento.
Exatamente quando entrava para a varonilidade, época em que deveria executar sua missão divina — tempo este em que mais do que em todos os outros deveria ser fiel a Deus — ligou-se Sansão aos inimigos de Israel. Não procurou saber se poderia melhor glorificar a Deus estando unido ao objeto de sua escolha, ou se se encontrava a colocar-se em posição em que não poderia cumprir o propósito a ser realizado pela sua vida. A todos os que em primeiro lugar procuram honrá-Lo, Deus prometeu sabedoria; mas não há promessa àqueles que se inclinam a agradar a si mesmos.
Quantos não estão adotando a mesma conduta de Sansão! Quantas vezes se efetuam casamentos entre os que são tementes a Deus e os ímpios, porque a inclinação governa a escolha de marido ou mulher! As partes não pedem conselho de Deus, nem têm em vista a Sua glória. O cristianismo deve ter influência dominante na relação matrimonial; mas dá-se muitas vezes o caso de que os motivos que determinam esta união não se coadunam com os princípios cristãos. Satanás procura constantemente fortalecer o seu poder sobre o povo de Deus, induzindo-os a entrar em aliança com seus súditos; e a fim de realizar isto ele se esforça por despertar paixões impuras no coração. Mas o Senhor em Sua Palavra instruiu claramente Seu povo a não se unir àqueles nos quais não habita o amor para com Ele. “Que concórdia há entre Cristo e Belial? Ou que parte tem o fiel com o infiel? E que consenso tem o templo de Deus com os ídolos?” 2 Coríntios 6:15, 16.
Em sua festa nupcial foi levado Sansão à associação familiar com os que odiavam ao Deus de Israel. Quem quer que voluntariamente entre para uma relação tal, sentirá a necessidade de se conformar até certo ponto com os hábitos e costumes de seus companheiros. O tempo assim despendido é mais que desperdiçado. Entretêm-se pensamentos e falam-se palavras que tendem a derribar as fortalezas dos princípios e enfraquecer a cidadela da alma.
A esposa, para cuja obtenção Sansão transgredira o mandado de Deus, mostrara-se traidora a seu esposo antes de encerrar-se a festa nupcial. Irado pela sua perfídia, Sansão abandonou-a por algum tempo, e foi sozinho para sua casa em Zorá. Quando, depois de acalmar-se, voltou em busca da esposa, encontrou-a como mulher de outro. Sua vingança, devastando todos os campos e vinhas dos filisteus, induziu-os a assassiná-la, embora as ameaças deles a houvessem compelido ao dolo com que tivera início aquela calamidade. Sansão já havia dado prova de sua força maravilhosa, matando sozinho um leão novo, bem como matando trinta dos homens de Asquelom. Agora, levado à cólera pelo bárbaro assassínio da esposa, atacou os filisteus, e feriu-os “com grande ferimento”. Então, desejando um seguro refúgio de seus inimigos, retirou-se para a “rocha de Etã” (Juízes 15:8), na tribo de Judá.
Para aquele lugar foi ele perseguido por poderosa força, e os habitantes de Judá, grandemente alarmados, concordaram de maneira vil em entregá-lo a seus inimigos. Em conformidade com isto, três mil homens de Judá subiram a ele. Mas mesmo com tal disparidade não teriam ousado aproximar-se dele, se não se houvessem assegurado de que ele não faria mal a seus compatriotas. Sansão consentiu em ser ligado e entregue aos filisteus; mas primeiro exigiu dos homens de Judá a promessa de o não atacarem, e o compelirem assim a destruí-los. Permitiu-lhes que o amarrassem com duas cordas novas, e foi levado ao arraial de seus inimigos por entre demonstrações de grande alegria. Mas, enquanto suas aclamações estavam a despertar ecos nas colinas, “o Espírito do Senhor possantemente Se apossou dele”. Juízes 15:14. Rebentou as fortes cordas novas como se fossem fios de linho queimados. Agarrando então a primeira arma à mão, a qual, embora fosse apenas a queixada de um jumento, foi mais eficaz do que espada ou lança, feriu os filisteus até que fugiram aterrorizados, deixando mil homens mortos no campo.
Estivessem os israelitas prontos a unir-se a Sansão, e continuar a vitória, e poderiam nesta ocasião ter-se livrado do poder dos opressores. Mas eles se haviam tornado desanimados e covardes. Negligenciaram a obra que Deus lhes ordenara fazer, desapossando os gentios, e uniram-se a eles nas suas práticas degradantes, tolerando-lhes a crueldade, e mesmo favorecendo-lhes a injustiça enquanto esta não se revertia contra eles. Ao serem trazidos sob o poder do opressor, submetiam-se timidamente à degradação de que poderiam ter escapado, caso houvessem tão-somente obedecido a Deus. Mesmo quando o Senhor lhes levantava um libertador, abandonavam-no com freqüência e uniam-se a seus inimigos.
Depois da vitória de Sansão, os israelitas o tornaram juiz, e governou Israel durante vinte anos. Mas um passo errado prepara o caminho para outro. Sansão tinha transgredido o mandado de Deus, tomando esposa dentre os filisteus, e outra vez aventurou-se a ir entre eles — agora seus inimigos mortais — com o fim de satisfazer paixões ilícitas. Confiando em sua grande força, que inspirara tamanho terror aos filisteus, foi ousadamente a Gaza visitar uma prostituta do lugar. Os habitantes daquela cidade souberam da sua presença, e estavam ansiosos de vingança. Seu inimigo estava encerrado com segurança dentro dos muros da mais potentemente fortificada de todas as suas cidades; estavam certos de sua presa, e apenas esperavam a manhã para completarem o seu triunfo. À meia-noite Sansão foi despertado. A voz acusadora da consciência encheu-o de remorsos, ao lembrar-se de que violara seus votos de nazireu. Mas, apesar de seu pecado, a misericórdia de Deus o não abandonara. Sua prodigiosa força de novo serviu para livrá-lo. Indo à porta da cidade, arrancou-a do lugar, e levou-a com as ombreiras e tranca ao cimo de uma colina no caminho de Hebrom.
Contudo, mesmo esta difícil escapada não lhe deteve a má conduta. Não se arriscou outra vez a ir entre os filisteus, mas continuou à procura daqueles prazeres sensuais que o estavam atraindo à ruína. Ele “se afeiçoou a uma mulher do vale de Soreque” (Juízes 16:4), não longe de seu próprio lugar de origem. O nome dela era Dalila — “a consumidora”. O vale de Soreque era célebre pelas suas vinhas; estas também ofereciam uma tentação ao vacilante nazireu que já havia condescendido com o uso do vinho, quebrando assim outro laço que o ligava à pureza e a Deus. Os filisteus observavam vigilantemente os movimentos de seu inimigo; e, quando este se degradou pela sua nova aliança, resolveram por meio de Dalila efetuar sua ruína.
Uma delegação composta de um dos principais homens de cada província filistéia, foi enviada ao vale de Soreque. Não ousavam tentar prendê-lo, enquanto estivesse de posse de sua grande força, antes era seu propósito saber, sendo possível, o segredo de seu poder. Subornaram, portanto, a Dalila, para o descobrir e revelar.
Importunando a traidora a Sansão com suas perguntas, ele a enganou declarando que a fraqueza de outros homens lhe sobreviria se fossem experimentados certos processos. Quando ela punha aquilo à prova, descobria-se o engano. Então ela o acusou de falsidade, dizendo: “Como dirás: Tenho-te amor, não estando comigo o teu coração? já três vezes zombaste de mim, e ainda me não declaraste em que consiste a tua força”. Juízes 16:15. Três vezes Sansão teve a prova mais clara de que os filisteus se haviam coligado com aquela que o encantava, a fim de o destruir; mas, quando fracassava o propósito dela, tratava o caso como simples gracejo, e bania cegamente os seus receios.
Dia após dia, Dalila insistia com ele, até que “sua alma se angustiou até à morte”; contudo um poder sutil o conservava ao lado dela. Vencido finalmente, Sansão deu a conhecer o segredo: “Nunca subiu navalha à minha cabeça, porque sou nazireu de Deus desde o ventre de minha mãe; se viesse a ser rapado, ir-se-ia de mim a minha força, e me enfraqueceria, e seria como todos os mais homens.” Despachou-se imediatamente um mensageiro aos chefes dentre os filisteus, insistindo que viessem a ela, sem demora. Enquanto dormia o guerreiro, cortaram-lhe as pesadas porções de cabelo. Então, conforme fizera três vezes antes, ela chamou: “Os filisteus vêm sobre ti, Sansão.” Despertando subitamente, pensou em exercer sua força como antes, e destruí-los; mas os braços impotentes recusaram-se a cumprir a sua ordem, e soube que “o Senhor Se tinha retirado dele”. Juízes 16:16, 17, 20. Depois de ter sido rapado, Dalila começou a molestá-lo e a causar-lhe dor, pondo assim à prova a sua força; pois os filisteus não ousavam aproximar-se dele antes que estivessem completamente convencidos de que seu poder desaparecera. Então o agarraram, e havendo-lhe arrancado os olhos, levaram-no a Gaza. Ali foi preso com correntes e obrigado a trabalhos pesados.
Que mudança para aquele que fora juiz e campeão de Israel — agora fraco, cego, preso, rebaixado ao trabalho mais servil! Pouco a pouco, tinha violado as condições de sua vocação sagrada. Deus tinha tido muita paciência com ele; mas, quando se entregara tanto ao poder do pecado que traiu o seu segredo, o Senhor Se afastou dele. Não havia virtude alguma em seu longo cabelo, mas este era sinal de fidelidade para com Deus; e, quando sacrificou este símbolo na satisfação da paixão, perdeu também as bênçãos de que ele era um sinal.
No sofrimento e humilhação, como joguete dos filisteus, Sansão aprendeu mais acerca de sua fraqueza do que jamais soubera antes; e as aflições o levaram ao arrependimento. Crescendo-lhe o cabelo, a força lhe voltava gradualmente; seus inimigos, porém, considerando-o um prisioneiro algemado e indefeso, não tinham apreensões.
Os filisteus atribuíram a vitória aos seus deuses; e, exultantes, desafiaram ao Deus de Israel. Foi marcada uma festa em honra a Dagom, o deus-peixe, “protetor do mar”. Das cidades e dos campos, por toda a planície dos filisteus, o povo e seus grandes se congregaram. Multidões de adoradores enchiam o vasto templo e as galerias próximas do teto. Era uma cena de festa e regozijo. Havia a pompa do serviço sacrifical, seguido de música e banquetes. Então, como o máximo troféu do poder de Dagom, foi trazido Sansão. Aclamações de triunfo saudaram o seu aparecimento. O povo e os príncipes zombaram de seu estado miserável, e adoraram o deus que subvertera o “destruidor de seu país”. Depois de algum tempo, Sansão, como se estivesse cansado, pediu permissão para recostar-se de encontro às duas colunas centrais em que se apoiava o teto do templo. Proferiu então silenciosamente a oração: “Senhor Jeová, peço-Te que Te lembres de mim, e esforça-me agora só esta vez, ó Deus, para que de uma vez me vingue dos filisteus.” Com estas palavras, cingiu com os poderosos braços as colunas; e clamando: “Morra eu com os filisteus”, curvou-se e o teto caiu, destruindo em um só fragor toda aquela vasta multidão. “E foram mais os mortos que matou na sua morte do que os que matara na sua vida.”
O ídolo e seus adoradores, sacerdotes e camponeses, guerreiros e nobres, foram juntamente sepultados sob as ruínas do templo de Dagom. E entre eles estava o corpo gigantesco daquele que Deus escolhera para ser o libertador de Seu povo. Notícias da terrível destruição foram levadas à terra de Israel, e os parentes de Sansão desceram de suas colinas, e, sem encontrarem oposição, recobraram o corpo do finado herói. E “subiram com ele, e sepultaram-no entre Zorá e Estaol, no sepulcro de Manoá, seu pai”. Juízes 16:28-31.
A promessa de Deus de que por meio de Sansão começaria a “livrar a Israel da mão dos filisteus” (Juízes 13:5), foi cumprida; mas quão tenebroso e terrível é o relato daquela vida que poderia ter sido um louvor a Deus e uma glória para a nação! Se Sansão tivesse sido fiel à vocação divina, ter-se-ia cumprido o propósito de Deus em sua honra e exaltação. Mas ele rendeu-se à tentação, e mostrou-se infiel à sua incumbência; e sua missão cumpriu-se com a derrota, escravidão e morte.
Fisicamente falando, Sansão foi o homem mais forte da Terra; mas no domínio de si mesmo, na integridade e firmeza, foi um dos mais fracos. Muitos tomam erradamente as paixões fortes como caráter forte; mas a verdade é que aquele que é dominado por suas paixões é homem fraco. A verdadeira grandeza do homem é medida pela força dos sentimentos que ele domina, e não pelos sentimentos que o dominam.
O cuidado providencial de Deus estivera com Sansão, a fim de que ele pudesse estar preparado para realizar a obra que fora chamado a fazer. Mesmo no princípio da vida esteve cercado de condições favoráveis para a força física, vigor intelectual e pureza moral. Mas, sob a influência de companheiros ímpios, deixou aquele apego a Deus que é a única salvaguarda do homem, e foi arrastado pela onda do mal. Aqueles que no caminho do dever são levados à prova podem estar certos de que Deus os guardará; mas, se os homens voluntariamente se colocam sob o poder da tentação, cairão mais cedo ou mais tarde.
Justamente aqueles que Deus Se propõe usar como Seus instrumentos para uma obra especial, Satanás, empregando seu máximo poder procura transviar. Ele nos ataca em nossos pontos fracos, procurando, pelos defeitos do caráter, obter domínio sobre o homem todo; e sabe que, se tais defeitos são acalentados, terá bom êxito. Mas ninguém precisa ser vencido. O homem não é deixado só a vencer o poder do mal pelos seus fracos esforços. O auxílio está às mãos, e será dado a toda alma que realmente o desejar. Anjos de Deus, que sobem e descem pela escada que Jacó viu em visão, auxiliarão a toda alma, que o deseje, a subir mesmo aos mais altos Céus.
Fonte: Ellen G. White, Patriarcas e profetas, Capítulo 54.
Digitalização: Blog Sétimo Dia
Imagem: http://pr-joaomarcos.blogspot.com.br/2009/03/trajetoria-de-sansao.html
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