Quando o Motor Calou, Deus Falou
Na época em que eu trabalhava como capelão na Escola Adventista de Vila Matilde, finalizei mais um ano de trabalho com o coração grato. Com o início das férias, decidi aproveitar o tempo para reformar o motor do meu velho Fusca. A ideia era simples: deixá-lo em perfeitas condições para pegar a estrada com minha família e descansar.
No dia marcado para a viagem, o carro foi entregue. Tudo pronto. Malas no carro, planos feitos, corações animados. Antes de sair, reunimos a família ali mesmo, na garagem, e fizemos uma oração. Pedimos que Deus nos acompanhasse durante toda a viagem, que nos protegesse no caminho e nos abençoasse em cada momento das férias.
Com o “amém” ainda fresco nos lábios, entrei no carro e girei a chave... mas o motor não respondeu. Tentei de novo. E de novo. Nada. O carro, recém-revisado, simplesmente não queria ligar.
Chamei o mecânico imediatamente. Ele chegou, examinou tudo com calma, e depois de uma checagem completa, me disse com um olhar sincero:
— Johnny, o carro está em perfeitas condições. Não há nenhum defeito. Mas, por alguma razão que eu não consigo explicar, ele simplesmente não dá a partida. Talvez Deus esteja te impedindo de sair agora. Pode ser que Ele esteja te livrando de algo que você não pode ver.
Naquele momento, entendi. A oração tinha sido ouvida. A resposta não veio em forma de bênção para a viagem naquele instante, mas em forma de proteção. O “não” de Deus também era cuidado.
Aceitamos aquilo com confiantes. Não viajamos naquele dia. Esperamos para o dia seguinte.
Na manhã seguinte, acordamos cedo, fizemos outra oração de gratidão e proteção, entramos no carro — e, dessa vez, ele pegou na primeira tentativa. Viajamos com tranquilidade. O carro funcionou perfeitamente durante todos os dias de férias, sem apresentar nenhum problema.
A Lição que aprendi
Essa experiência me ensinou algo profundo: Deus ouve nossas orações, mesmo quando a resposta parece ser o silêncio ou um atraso inesperado.
Antes de tentar ligar o carro, oramos pedindo proteção. E Deus respondeu — não da maneira que esperávamos, mas da forma que mais precisávamos. Ele nos impediu de sair naquele momento porque sabia o que nós não sabíamos. Ele viu o que nossos olhos não viam.
Nem todo atraso é frustração. Às vezes, é livramento. Às vezes, é Deus dizendo: “Espere. Ainda não.” E se confiamos n’Ele, também precisamos confiar na forma como Ele responde.
Deus falou comigo através do Fusca. E me ensinou que quem confia de verdade, confia mesmo quando parece que nada está acontecendo. Porque o cuidado d’Ele nunca falha — apenas vem de jeitos que nos surpreendem.

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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