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08 fevereiro 2020

"Justiça e Coragem: A Lição de um Professor"

Foto Ilustrativa

Era o primeiro dia de aula na USP São Francisco, e o clima de expectativa pairava no ar. O professor de "Introdução ao Direito" entrou na sala com uma expressão autoritária. Assim que avistou um aluno na primeira fila, disparou:

— Qual é o seu nome?
— Chamo-me Nelson, senhor.
— Saia da minha aula e não volte nunca mais! — gritou, de forma brusca.

Nelson ficou paralisado, atordoado pela agressividade. Quando conseguiu reagir, levantou-se rapidamente, apanhou seus materiais e saiu, deixando um rastro de desconforto. Os outros alunos, assustados e indignados, trocavam olhares cúmplices, mas a atmosfera de medo os impediu de se manifestar.

O professor, sem se importar com o clima tenso, prosseguiu:

— Agora sim! Vamos começar. — A voz dele ecoava na sala.
— Para que servem as leis? — perguntou, com um tom desafiador.

Os alunos, ainda impactados, hesitaram antes de responder. Um por um, começaram a murmurar respostas, tentando entender a lógica do professor:

— Para haver ordem em nossa sociedade.
— Não!
— Para cumpri-las.
— Não!
— Para que as pessoas erradas paguem por seus atos.
— Não!

A tensão aumentava. O professor parecia se divertir com a confusão. Então, sua voz ressoou novamente, quase em desespero:

— Será que ninguém sabe responder a esta pergunta?!

Uma garota, sentindo-se impulsionada pela pressão do momento, falou timidamente:

— Para que haja justiça.
— Finalmente! É isso. Mas agora, para que serve a justiça?

O desconforto se transformou em incômodo, e os alunos, apesar do medo, continuaram a tentar responder:

— Para salvaguardar os direitos humanos...
— Muito bem. E mais?
— Para diferenciar o certo do errado, para premiar quem faz o bem...
— Ok, não está mal. Mas agora me digam: "Agir corretamente ao expulsar Nelson da sala de aula foi justo?"

Um silêncio sepulcral tomou conta da sala. Ninguém ousava responder. O professor, impaciente, insistiu:

— Quero uma resposta clara e unânime!
— Não! — gritaram todos, em uníssono, revelando a indignação acumulada.

O professor, surpreso, continuou:

— Poderia se dizer que cometi uma injustiça?
— Sim!
— E por que ninguém fez nada a respeito? Para que queremos leis e regras se não temos a coragem de praticá-las? Cada um de vocês tem a obrigação de se manifestar diante da injustiça. Todos. Nunca mais fiquem calados! Vou buscar o Nelson — disse ele, lembrando que, afinal, era o professor, enquanto os alunos eram de outro período.

Aprendam: Quando não defendemos nossos direitos, perdemos a dignidade, e dignidade não se negocia. O povo é forte; juntos somos mais do que aqueles que nos oprimem. Pagar o preço pelas injustiças que sofremos é demais.

Sei que poucos lerão isso, mas a mensagem é essencial para entendermos a realidade política do Brasil. Precisamos retomar as rédeas do nosso país. Estamos à deriva, abandonados, sem ninguém ao nosso lado, e é hora de nos unirmos em busca de mudança.

Reflexão

A história do professor e de Nelson serve como um poderoso alerta para as igrejas e suas comunidades. Muitas vezes, as instituições religiosas têm leis e diretrizes claras que definem o que é justo e correto, mas, na prática, muitas ficam em silêncio diante da injustiça, permitindo que situações inaceitáveis persistam. Essa inação transforma essas instituições em cúmplices, pois não agem quando deveriam defender os princípios que pregam.

Assim como os alunos se sentiram impotentes diante da agressividade do professor, muitas pessoas nas comunidades religiosas se sentem intimidadas a se manifestar contra injustiças, mesmo sabendo que a justiça é um valor central em suas crenças. A pergunta crucial que deve ser feita é: por que permanecer em silêncio?

Aplicações para as Igrejas:

  1. Despertar a Coragem: Assim como o professor instigou os alunos a falarem, as igrejas devem incentivar seus membros a não apenas reconhecerem as injustiças, mas também a se manifestarem contra elas. É fundamental criar um ambiente onde a expressão de indignação e o clamor por justiça sejam bem-vindos. “Seja forte e corajoso. Não tema nem desanime, pois o Senhor, o seu Deus, estará com você por onde você andar.” (Josué 1:9)

  2. Praticar o que Pregam: As igrejas têm um papel fundamental na promoção da justiça e na defesa dos oprimidos. É necessário que as comunidades religiosas não apenas proclamem a justiça, mas que também a pratiquem ativamente, tomando posições claras e concretas diante de injustiças sociais. “Defendam a causa do oprimido e do pobre; façam justiça ao necessitado e ao aflito.” (Salmos 82:3)

  3. Educação e Conscientização: Assim como os alunos aprenderam sobre a função das leis e da justiça, as igrejas devem educar seus membros sobre seus direitos e deveres. Workshops, palestras e discussões em grupo podem ajudar a promover uma consciência crítica sobre questões sociais e éticas. “E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.” (João 8:32)

  4. Solidariedade e Ação Coletiva: O professor ressaltou que a força está na união. As igrejas devem promover a solidariedade entre seus membros e incentivar ações coletivas para enfrentar injustiças. Juntos, podem ser uma voz poderosa que desafia a opressão. “Se um cair, o outro levanta o seu companheiro.” (Eclesiastes 4:10)

  5. Responsabilidade Pessoal e Comunitária: Cada membro da comunidade deve entender que tem uma responsabilidade pessoal e coletiva em relação à justiça. O silêncio diante da injustiça é uma forma de consentimento. A igreja deve lembrar a todos que cada voz conta e que a ação é um imperativo moral. “Aquele que sabe que deve fazer o bem e não o faz, comete pecado.” (Tiago 4:17)

Situações Injustas e Inaceitáveis

  • Perseguição de Líderes Espirituais: Muitos pastores e líderes enfrentam perseguições dentro da própria congregação, frequentemente motivadas por ciúmes ou disputas de poder, o que não apenas prejudica os líderes, mas também divide a comunidade. “Não toquem nos meus ungidos, nem façam mal aos meus profetas.” (Salmos 105:15)

  • Manipulação da Humildade: Irmãos se aproveitam da humildade de outros, criando relações de dependência e manipulando em vez de promover um ambiente de apoio. “Portanto, se alguém pensa que está em pé, cuide-se para que não caia.” (1 Coríntios 10:12)

  • Engano e Falsidade: A presença de enganos e desonestidade cria um clima de desconfiança, ferindo a essência da comunidade cristã. “Não mintam uns aos outros, pois já vos despistes do velho homem com suas práticas.” (Colossenses 3:9)

  • Lutas pelo Poder: Rivalidades e disputas por controle substituem o amor e a solidariedade, minando a unidade da igreja. “Onde há inveja e ambição egoísta, aí há confusão e toda espécie de males.” (Tiago 3:16)

  • Julgamento e Condenação: Muitos irmãos preferem julgar e criticar em vez de oferecer apoio, criando um ambiente hostil. “Não julgueis, para que não sejais julgados.” (Mateus 7:1)

  • Críticas Destrutivas: Críticas feitas de maneira destrutiva ferem e desmotivam os membros, afastando-os da igreja. “A língua dos sábios é medicina, mas a boca dos tolos provoca calamidade.” (Provérbios 12:18)

  • Divisões na Comunidade: A formação de facções e rivalidades provoca desunião, afastando os irmãos e minando a força da comunidade. “Rogo-vos, irmãos, pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que faleis todos a mesma coisa e que não haja entre vós divisões.” (1 Coríntios 1:10)

  • Lobos na Pele de Ovelhas: Infelizmente, há aqueles que se infiltram nas comunidades com intenções maliciosas, agindo como "lobos na pele de ovelhas". Esses indivíduos podem manipular, enganar e causar divisões, visando seu próprio benefício em detrimento do bem coletivo. “Cuidado com os falsos profetas. Eles vêm até vocês disfarçados de ovelhas, mas por dentro são lobos devoradores.” (Mateus 7:15)

A Injustiça Não Deve Ser Ignorada

A injustiça não deve ser ignorada, especialmente dentro da igreja, que deve ser um baluarte da justiça e da verdade. Aqueles que escolhem permanecer em silêncio ou que ignoram essas situações se tornam coniventes com a injustiça, permitindo que ela se perpetue. “Examinai tudo. Retende o bem.” (1 Tessalonicenses 5:21) Se os membros são coniventes com a injustiça, a igreja sofre, o distrito sofre, a associação sofre, a união sofre; todos enfrentam as consequências. Assim como o povo de Israel, que, quando esteve em pecado e foi à luta, acabou perdendo:

  • Josué 7:1-5: Após a conquista de Jericó, Israel foi derrotado em Ai porque Acã desobedeceu e pecou ao tomar itens consagrados. A derrota foi um reflexo do pecado no meio do povo.

  • 1 Samuel 4:1-11: Israel foi derrotado pelos filisteus na batalha de Ebenézer. Eles trouxeram a arca da aliança como um amuleto, mas estavam em desobediência e sem buscar a orientação de Deus, resultando em uma grande derrota.

  • 2 Samuel 11-12: Embora não seja uma derrota em batalha imediata, o pecado de Davi com Bate-Seba e o subsequente assassinato de Urias resultaram em consequências severas para Israel, incluindo conflitos e perdas subsequentes. (2 Samuel 12:10-12)

  • 1 Crônicas 10:13-14: A morte de Saul é atribuída à sua desobediência e à busca de consulta a um espírito em vez de buscar a Deus, resultando em sua derrota na batalha contra os filisteus.

  • Isaías 30:1-5: Embora não mencione uma derrota específica em batalha, o texto fala sobre a rebelião de Israel e como isso traria consequências, inclusive em tempos de guerra.

Conclusão

Assim como os alunos finalmente se uniram em uma única voz, as igrejas e suas comunidades precisam se levantar contra as injustiças que testemunham. A dignidade e os direitos humanos são valores que não podem ser negociados. Que as igrejas se tornem faróis de justiça, desafiando suas comunidades a não apenas falar sobre justiça, mas a agir em prol dela, todos os dias. Quando a igreja se une para enfrentar essas injustiças, ela cumpre sua missão de ser uma luz no mundo, promovendo amor, unidade e verdadeira justiça. “Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade situada sobre um monte.” (Mateus 5:14)

Fonte: https://espelhosemaco.blogspot.com/2015/07/primeiro-dia-de-aula-na-usp-sao.html

Fonte imagem: https://editoraforum.com.br/noticias/curso-online-gratuito-de-formacao-docente-para-professores-de-direito-pela-fgv/

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