A Bíblia é o texto religioso central tanto para o judaísmo quanto para o cristianismo, desempenhando um papel fundamental nas práticas e crenças dessas tradições. O termo "Bíblia" vem do grego "βίβλια" (bíblia), que significa "rolo" ou "livro". Foi São Jerônimo, o tradutor da Vulgata latina, quem primeiro denominou o conjunto dos livros do Antigo e Novo Testamento como "Biblioteca Divina", refletindo sua visão da Escritura como uma coleção sagrada de textos inspirados por Deus.
Para as três grandes religiões abraâmicas — judaísmo, cristianismo e islamismo — a Bíblia (ou Tanakh no judaísmo, que corresponde ao Antigo Testamento cristão) é considerada divinamente inspirada e é por isso que essas religiões são frequentemente chamadas de "religiões do Livro". No cristianismo, a Bíblia é também conhecida como as "Escrituras Sagradas" e a "Palavra de Deus", destacando sua importância e autoridade espiritual.
Há, no entanto, diferenças significativas entre as denominações cristãs em relação aos seus cânones sagrados. As igrejas protestantes, por exemplo, aceitam 39 livros no Antigo Testamento. Em contraste, a Igreja Católica inclui 46 livros, que compreendem os textos deuterocanônicos, como Tobias, Judite, Sabedoria, Eclesiástico, Baruque, I Macabeus e II Macabeus, além de adições em Ester e Daniel. Essas adições são livros que não estão presentes no cânon hebraico tradicional, mas que foram incluídos na Septuaginta, a versão grega do Antigo Testamento usada amplamente no início do cristianismo.
As igrejas ortodoxas, por sua vez, aceitam os mesmos livros deuterocanônicos reconhecidos pela Igreja Católica e incluem outros textos adicionais como Esdras, Macabeus e a Oração de Manassés. O número e a aceitação desses livros podem variar conforme a tradição ortodoxa específica, refletindo a diversidade dentro do cristianismo oriental.
No Novo Testamento, há um consenso entre todas as tradições cristãs sobre os 27 livros canônicos. No entanto, as igrejas protestantes consideram os livros deuterocanônicos como apócrifos, embora alguns reconheçam sua utilidade moral e histórica. Traduções protestantes influentes, como a Bíblia do Rei James e a Reina-Valera, ocasionalmente incluem esses textos em edições específicas, apesar de sua classificação como apócrifos.
Essas variações na aceitação dos livros bíblicos ilustram a riqueza e a complexidade da herança bíblica, refletindo diferentes abordagens quanto à formação e autoridade das Escrituras Sagradas ao longo da história do cristianismo. Essas diferenças não apenas destacam a diversidade dentro da tradição cristã, mas também ressaltam o profundo impacto que a Bíblia tem nas práticas e crenças das comunidades religiosas em todo o mundo.
Colaboração: Wikipedia
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