Hoje, queremos falar sobre algo que toca o mais íntimo de cada um de nós: nossa humanidade. E com ela, nossas falhas, nossos erros... nossa necessidade de redenção.
É fácil olhar ao redor e enxergar o que está errado no mundo. Vemos manchetes chocantes, atos de violência, corrupção, injustiças. Muitas vezes, esses comportamentos são apontados como os “piores”, como se pertencessem a uma classe separada de pessoas. Criminosos, abusadores, extremistas, golpistas. Mas o que a Bíblia nos convida a fazer é muito mais difícil — e muito mais transformador: olhar para dentro.
Sim, todos nós erramos. Todos nós caímos. Às vezes, caímos em silêncio, em pecados que ninguém vê. Às vezes, tropeçamos em atitudes que até o mundo aplaude, mas que sabemos que nos afastam de Deus. O orgulho, o egoísmo, a mentira, o julgamento, a indiferença... São formas mais sutis de escuridão, mas que também nos adoecem por dentro.
A grande notícia — a mais linda de todas — é que a Bíblia não é um livro para os perfeitos. Ela é um chamado àqueles que reconhecem sua dor, sua luta, sua ferida. A Bíblia é para o que se sente quebrado, perdido, confuso, culpado. É um abraço para quem acha que já foi longe demais, que já errou demais, que não merece mais.
Jesus disse, em Lucas 5:31-32:
“Os que têm saúde não precisam de médico, mas sim os doentes. Eu não vim chamar justos, mas pecadores ao arrependimento.”
Que declaração poderosa. Jesus veio para quem está doente por dentro. Para quem sangra escondido. Para quem não vê mais saída. Ele não veio buscar os “certos”, mas aqueles que precisam de transformação.
É claro que existem comportamentos que ferem profundamente outras pessoas — como crimes, abusos, injustiças. Esses atos trazem sofrimento real e não devem ser ignorados. Mas mesmo diante dos maiores erros, há algo que jamais se perde: a possibilidade de redenção. A graça de Deus alcança lugares onde a justiça humana não chega. A Bíblia nos mostra isso, repetidas vezes, em histórias de transformação radical: como a de Paulo, que antes perseguia cristãos; como a da mulher adúltera, que estava prestes a ser apedrejada; como a do ladrão na cruz, que, no último suspiro, foi acolhido no Reino.
A mensagem é clara: ninguém está perdido demais para o amor de Deus.
E se a graça é tão ampla, tão escandalosamente inclusiva, quem somos nós para julgar ou excluir alguém? Quem somos nós para decidir quem merece ou não ouvir a Palavra? Todos estamos no mesmo caminho: aprendendo, caindo, levantando... e sendo alcançados por uma misericórdia que renova todas as manhãs.
Que possamos refletir, com humildade, sobre nossas próprias falhas. Que deixemos de lado o julgamento fácil e passemos a estender a mão. Que o amor de Cristo nos inspire a ver além das aparências, além dos erros, e a reconhecer em cada pessoa a possibilidade de recomeço.
A Bíblia é para todos. Para mim. Para você. Para quem está bem e para quem está no fundo do poço. Porque Deus não vê rótulos. Ele vê corações. E nenhum coração está perdido demais para Ele.
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