Quando João Batista declarou: “Aquele que vem após mim, do qual não sou digno de desatar a correia da alparca” (João 1:27), ele estava usando uma expressão muito significativa para a cultura judaica do primeiro século.
Naquele tempo, a tarefa de desatar as sandálias de alguém era considerada uma das funções mais humildes e desprezíveis, geralmente atribuída a escravos ou servos de condição inferior. Entre os rabinos, inclusive, havia uma regra que dizia que um discípulo deveria servir seu mestre em quase tudo, mas jamais era obrigado a tocar em suas sandálias, pois isso era visto como serviço de escravo.
Ao dizer que não era digno nem mesmo de realizar esse gesto em relação a Jesus, João Batista estava expressando sua profunda humildade diante da grandeza do Messias. Ele reconhecia que sua missão era apenas preparar o caminho, enquanto Cristo era o próprio Cordeiro de Deus, enviado para tirar o pecado do mundo (João 1:29).
Essa afirmação também destaca a enorme distância entre a natureza humana de João e a natureza divina de Jesus. João era o maior entre os profetas (como o próprio Cristo afirmou em Mateus 11:11), mas, ainda assim, se via como indigno diante da santidade e autoridade do Filho de Deus.
Portanto, quando João diz que não era digno de desatar as sandálias de Jesus, ele está ensinando uma poderosa lição de humildade e reverência: quanto mais próximo alguém está de Deus, mais reconhece sua própria pequenez e a grandeza do Senhor.
Fonte: Coletanea de curiosidades biblicas e historicas, Pr. Carvalho Junior
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