A promessa
Era uma noite intensa, cheia de emoções. Estávamos reunidos, e eu, Pedro, sentia meu coração ardendo de amor e devoção por Jesus. Olhei para Ele e disse: “Senhor, eu prometo que irei aonde quer que você vá, mesmo que isso signifique ser preso ou sofrer! Estarei ao seu lado, não importa o que aconteça!” (Mateus 26:33).
Mas Jesus me olhou com uma tristeza profunda e, com calma, respondeu: “Pedro, eu te digo que, antes que o galo cante, você me negará três vezes” (Mateus 26:34). Aquilo me abalou, mas a certeza de que eu o defenderia me preenchia.
Quando chegou o momento da traição, vi os soldados se aproximando para prender Jesus. Meu coração disparou. Não pude suportar ver isso acontecer! Com coragem, puxei minha espada e cortei a orelha de um dos servos do sumo sacerdote, chamado Malco (João 18:10). Mas Jesus imediatamente se virou e disse: “Embainha a tua espada; porque todos os que lançam mão da espada, à espada morrerão” (Mateus 26:52). Ele curou o homem ferido, mostrando seu amor mesmo naquele momento sombrio.
Os soldados então prenderam Jesus, e, ao ver isso, todos os discípulos fugiram (Mateus 26:56). Eu me senti perdido e confuso, mas sabia que precisava ficar perto d’Ele.
E o galo cantou
Depois que Jesus foi preso, eu, Pedro, segui de longe, meu coração acelerado e repleto de medo. Estava apavorado com o que poderia acontecer. Fui até o pátio do sumo sacerdote, tentando me esconder entre a multidão, mas sabia que não poderia deixar de estar perto d’Ele.
Lá, uma criada se aproximou e me olhou fixamente. “Você também estava com Jesus, o galileu!” ela disse. Senti meu coração disparar. Em um impulso de pânico, respondi: “Não sei do que você está falando!” (Mateus 26:70). O medo tomou conta de mim.
Depois, fui para outro lugar, mas a tensão continuava. Mais tarde, alguém me reconheceu e disse: “Você é um deles!” E eu, novamente, neguei: “Não sou!” (Mateus 26:72). Cada negação era como uma facada no meu coração.
Por fim, outra pessoa se aproximou e insistiu: “Com certeza, você é um deles! Seu jeito de falar entrega você!” (Mateus 26:73). Nesse momento, a pressão era insuportável. Com raiva e desespero, gritei: “Não conheço esse homem!” (Mateus 26:74).
E então, ouvi o galo cantar. Foi como se o mundo desabasse sobre mim. Lembrei-me das palavras de Jesus, da promessa que fiz e da dor que causei. Saí dali em lágrimas, chorando amargamente, ciente de que havia falhado em um momento crucial.
O peso da traição
Depois de negar Jesus pela terceira vez, o galo cantou, e a realidade caiu sobre mim como uma avalanche. O peso da traição me esmagou. Cada palavra que eu havia dito, cada negação, ecoava na minha mente. “E imediatamente, o galo cantou pela segunda vez. Então, Pedro se lembrou da palavra que Jesus lhe dissera: 'Antes que o galo cante, você me negará três vezes'” (Marcos 14:72). Lembrei-me da promessa que fiz, do amor que sempre tive por Ele, e a dor que sentia era insuportável.
Vi Jesus sendo levado, e nossos olhares se cruzaram por um breve momento. Naquele instante, entendi a profundidade da minha falha. “E Pedro, lembrando-se do que Jesus dissera, chorou amargamente” (Lucas 22:62). O coração se partiu em mil pedaços, como se eu tivesse traído não apenas um amigo, mas o próprio Filho de Deus. Era como se toda a luz tivesse se apagado dentro de mim.
Saí correndo, desolado, sem saber para onde ir. O choro era incontrolável, uma expressão de uma dor que parecia interminável. O peso da traição não era apenas sobre o ato de negar, mas sobre saber que havia desapontado aquele que sempre acreditou em mim.
Sentia que não merecia perdão, que tinha manchado nosso relacionamento de forma irreversível. “Se dissermos que não temos pecado, a nós mesmos nos enganamos” (1 João 1:8). A solidão me envolveu, e a culpa me acompanhou em cada passo.
Mas, mesmo na escuridão daquela traição, uma pequena esperança ainda ardia em meu coração, a certeza de que, mesmo assim, o amor de Jesus poderia ser maior do que minha fraqueza. “Porque onde abundou o pecado, superabundou a graça” (Romanos 5:20).
O julgamento e a crucificação
Depois que Jesus foi preso, tudo aconteceu tão rápido. Eu vi os líderes levá-lo ao sinédrio, onde o acusavam de blasfêmia. Ele ficou em silêncio diante de tantas mentiras, e meu coração estava pesado. Aquelas palavras cortavam como facas, e eu me sentia impotente.
Quando Jesus foi levado a Pilatos, eu esperei que ele fosse solto, mas a multidão gritava pedindo sua crucificação. Eu não podia acreditar no que estava acontecendo. Pilatos parecia relutante, mas, pressionado, cedeu e entregou Jesus para ser crucificado.
No Gólgota, eu vi a cena horrenda. Jesus foi pregado na cruz, e sua dor era insuportável de assistir. Ele carregou não apenas nossos pecados, mas um sofrimento que eu não conseguia entender. Ouvi seu grito: “Está consumado!” e meu coração se partiu.
Após sua morte, um homem chamado José de Arimatéia pediu o corpo de Jesus a Pilatos. Com tristeza, acompanhei aquele momento. José colocou Jesus em um sepulcro novo, selando a entrada com uma grande pedra. Eu sabia que nossa vida nunca mais seria a mesma.
O peso da perda era enorme, e eu me perguntava como tudo isso poderia ter acontecido. Mas, mesmo na dor, uma pequena esperança permanecia: talvez, tudo ainda não tivesse terminado.
O coração pesado
Após a crucificação e o enterro de Jesus, meu coração estava pesado e cheio de dúvidas. Três dias se passaram desde que Ele foi colocado no sepulcro, e a tristeza dominava todos nós.
Na manhã do terceiro dia, Maria Madalena foi ao sepulcro e não encontrou o corpo de Jesus. Ela voltou correndo, aflita, dizendo: “Levaram o Senhor do sepulcro, e não sabemos onde o puseram!” (João 20:2). Aquilo me deixou em estado de confusão e angústia.
Então, eu e João decidimos ir ao sepulcro juntos. Correndo, chegamos lá e encontramos a pedra removida e o túmulo vazio. Entrei e vi os lençóis que cobriam o corpo de Jesus, mas Ele não estava lá (João 20:6-7). O medo e a confusão tomaram conta de mim.
Depois de tudo isso, voltei para casa, ainda processando o que havia acontecido. Estava cheio de perguntas e incertezas. Mas, de repente, Maria Madalena voltou, quase sem fôlego, e disse: “Eu vi o Senhor!” (João 20:18). Meu coração disparou. Ela contou que Jesus havia aparecido a ela e que estava vivo!
Jesus apareceu
Depois da crucificação, eu e os outros discípulos estávamos reunidos em uma casa, com as portas e janelas fechadas. Estávamos com muito medo dos judeus, confusos e desanimados com tudo o que tinha acontecido.
Naquela tarde, algo extraordinário aconteceu. De repente, Jesus apareceu no meio de nós! Eu mal podia acreditar no que meus olhos estavam vendo. Ele estava ali, e disse: “Paz seja convosco!” (Lucas 24:36). Sua voz era tão familiar e reconfortante. Toda a tensão e medo que estávamos sentindo começaram a se dissipar.
Ele nos mostrou as mãos e o lado, e eu vi as marcas da crucificação. Era realmente Ele, vivo entre nós! A alegria tomou conta de mim, e a incredulidade se transformou em uma fé renovada.
Então, Jesus nos falou, explicando que tudo o que aconteceu era parte do plano de Deus. Ele nos disse: “Como o Pai me enviou, eu também vos envio” (João 20:21). Foi nesse momento que Ele soprou sobre nós e disse: “Recebam o Espírito Santo” (João 20:22). Senti uma onda de poder e esperança invadindo meu coração.
Contamos pra Tomé
Jesus então continuou a nos instruir e disse que aqueles a quem perdoássemos os pecados seriam perdoados, e os que retivéssemos, seriam retidos (João 20:23). Isso nos deu uma grande responsabilidade em nossa missão.
Mais tarde, um dos discípulos, Tomé, não estava conosco quando Jesus apareceu. Quando contamos a ele que o vimos, ele duvidou, dizendo que precisava ver as marcas das feridas para acreditar. Uma semana depois, Jesus apareceu novamente, e desta vez Tomé estava presente. Jesus se voltou para ele e disse: “Ponha aqui o seu dedo e veja as minhas mãos; estenda a sua mão e coloque-a no meu lado” (João 20:27). Tomé, então, exclamou: “Meu Senhor e meu Deus!” (João 20:28).
Apareceu perto do mar onde pescávamos
Depois da ressurreição de Jesus, decidi voltar para a Galileia com alguns dos discípulos. Fomos pescar no Mar da Galileia, mas passamos a noite toda sem pegar nada. Estávamos desanimados, tentando entender tudo o que estava acontecendo (João 21:2-3).
Quando o dia começou a amanhecer, vi alguém na praia, mas não consegui reconhecer quem era. Esse homem nos chamou e perguntou: “Vocês têm algo para comer?” Nós respondemos que não. Então Ele disse: “Lancem a rede do lado direito do barco, e vocês encontrarão” (João 21:6).
Decidimos obedecer, e para nossa surpresa, pegamos uma quantidade tão grande de peixes que a rede quase se rompeu! No total, pegamos 153 peixes (João 21:11). Foi então que percebi que era Jesus. Minha alegria foi indescritível. Corri até Ele, enquanto os outros também foram rapidamente para a praia.
Quando chegamos lá, Jesus já tinha preparado um fogo com peixes grelhados e pão. Ele nos convidou a comer, e aquele momento foi especial, cheio de confraternização e amor (João 21:9-10).
Meu encontro com Jesus
Depois de termos comido com Jesus, senti que era um momento muito especial. Ele me olhou e perguntou: “Simão, filho de João, você me ama mais do que estes?” (João 21:15). Senti meu coração apertar, lembrando das minhas negações. Respondi: “Sim, Senhor, tu sabes que eu te amo.”
Jesus continuou: “Apascenta os meus cordeiros” (João 21:15). Essa primeira pergunta foi poderosa, mas eu não sabia que seria apenas o começo.
Então, Jesus perguntou novamente: “Simão, filho de João, você me ama?” (João 21:16). Desta vez, percebi que Ele queria aprofundar nossa conversa. Senti tristeza ao perceber que Ele precisava ouvir isso de mim novamente. Respondi: “Sim, Senhor, tu sabes que eu te amo.” E, novamente, Ele me disse: “Cuide das minhas ovelhas.”
Por fim, Jesus perguntou uma terceira vez: “Simão, filho de João, você me ama?” (João 21:17). Neste ponto, meu coração estava pesado. Eu sabia que Ele estava me questionando por causa das minhas negações anteriores. Respondi: “Senhor, tu sabes tudo; tu sabes que eu te amo.” E, mais uma vez, Ele me disse: “Apascenta as minhas ovelhas.”
A cada pergunta, eu sentia uma mistura de dor e alegria. Jesus estava me restaurando e me confiando uma missão, apesar de meus erros. Aqueles momentos foram transformadores e marcaram o início de uma nova fase na minha vida como Seu seguidor.
Eu saí daquele encontro com a certeza de que, apesar das minhas falhas, Jesus ainda me amava profundamente e contava comigo para cuidar do Seu rebanho.
Caro leitor
Ao refletir sobre a história de Pedro e seu encontro com Jesus após a ressurreição, somos convidados a mergulhar em um profundo diálogo sobre amor, perdão e renovação. Pedro negou Jesus três vezes, e, em resposta, Jesus aparece três vezes e pergunta a Pedro três vezes se ele O ama. Essa repetição é poderosa e cheia de significado.
Imagine o peso que Pedro carregava em seu coração, lembrando de suas negações enquanto olhava nos olhos do Senhor. Jesus, sabendo de tudo isso, ainda assim o restaurou. Ele queria que Pedro reafirmasse seu amor, mostrando que sempre há espaço para um novo começo em nossas vidas.
Da mesma forma, Jesus nos pergunta hoje: “Você me ama?” Apesar das nossas falhas, dúvidas e medos, Ele nos chama de volta, oferecendo amor e uma nova chance. Assim como Pedro, todos nós temos nossos momentos de fraqueza, mas somos convidados a recomeçar.
A história de Pedro é a história de todos nós. Em momentos de desespero, Jesus nos oferece redenção e confiança. Ele acredita em nós e quer usar nossas vidas de maneira poderosa.
Se você se sente distante, perdido ou cheio de arrependimentos, lembre-se de que Jesus está sempre pronto para restaurar e chamar você de volta. Responda ao Seu amor e permita que Ele transforme seu coração! Assim como Pedro, você pode se levantar e seguir em frente, abraçando a nova vida que Jesus oferece.
Autor Bíblia Curiosa
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