Quando pensamos na crucificação de Jesus, é comum lembrarmos de sua dor e sofrimento. Contudo, ao lado de Cristo, estavam dois outros homens, ambos condenados à morte, mas suas histórias são muito mais do que simples figuras no contexto de um evento histórico. As duas cruzes que acompanhavam a de Jesus são representações simbólicas dos dois caminhos que toda a humanidade pode seguir.
Através desses dois homens, Gestas e Dimas, Jesus mostra ao mundo as opções que estão diante de todos: a escolha pela rejeição ou pela aceitação, pelo orgulho ou pelo arrependimento, pela dureza ou pela humildade. Eles são, de fato, espelhos que refletem o comportamento humano diante de Deus.
Dois homens, duas atitudes, dois destinos
Na cruz de Jesus, estavam dois homens, com atitudes diametralmente opostas. De um lado, havia um homem endurecido, que zombava de Cristo, rejeitava qualquer possibilidade de salvação e insistia em sua própria visão de mundo. Ele não queria entender a dor de Jesus e nem se importar com o que estava acontecendo. Em seu coração, havia apenas zombarias e descrença.
Do outro lado, estava um homem completamente diferente. Humilde, quebrantado, arrependido e consciente de seus pecados. Esse homem reconheceu em Jesus algo muito além de um simples condenado. Ele enxergou, mesmo em meio à sua própria angústia, que aquele homem que estava ao seu lado era o Salvador. Enquanto o primeiro homem rejeitava a verdade, o outro a aceitava com toda a sinceridade do coração.
Esses dois homens, conhecidos tradicionalmente como Gestas e Dimas, não estavam ali apenas como criminosos sendo punidos. Eles estavam representando a eterna divisão da humanidade, um retrato de como o ser humano reage ao chamado divino. Dois destinos opostos aguardavam cada um deles, e suas escolhas definiriam suas eternidades.
A cruz, o julgamento e a separação definitiva
A cruz não apenas simboliza a dor e o sacrifício de Cristo; ela também é um ponto de partida para o julgamento divino. Na Bíblia, Jesus não apenas veio ao mundo para salvar a humanidade, mas também deixou claro que um dia voltará para separar os justos dos injustos, os santos dos pecadores, o joio do trigo. Ele disse:
“Voltarei para separar os justos dos injustos, os santos dos pecadores, o joio do trigo…” (Mateus 13:30, 24:31-51).
A crucificação já era um prenúncio disso. Naquele momento, diante de Cristo, estava a escolha de cada um: aceitar ou rejeitar, crer ou não crer. Um ladrão rejeitou Jesus e zombou, e o outro o reconheceu, fazendo sua escolha em um último momento de vida. Esse momento simboliza a separação que ocorrerá no fim dos tempos, quando Cristo voltar para julgar a todos.
A cruz, portanto, não é apenas um símbolo de sofrimento, mas um sinal da escolha que todos terão de fazer: se render à graça ou rejeitá-la. A separação será definitiva.
O ladrão que zombou — o símbolo da rejeição
O ladrão que zombou de Jesus, em seu momento final, se tornou o símbolo de muitos que, durante sua vida, se recusam a reconhecer a verdade de Deus. Ele representa aqueles que, por orgulho ou dureza de coração, se fecham para o arrependimento. Essa atitude é vista em muitas pessoas hoje, que preferem confiar em suas próprias forças e crenças, desconsiderando a misericórdia e a graça oferecidas por Deus.
Esse ladrão é um reflexo das pessoas que endurecem seus corações diante do chamado divino. Ele escolheu as ilusões temporárias da vida em vez da promessa de uma eternidade com Deus. Sua zombaria e incredulidade são um retrato do orgulho humano que prefere continuar acreditando nas mentiras deste mundo do que se submeter à verdade de Deus. Quando ele fez sua escolha, ele rejeitou a salvação.
E assim como a Bíblia afirma:
“Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno…” (Mateus 25:41),
o destino desse ladrão é uma advertência para todos aqueles que endurecem seus corações diante do chamado divino.
O bom ladrão — o símbolo da esperança e da graça
Do outro lado, o bom ladrão, Dimas, se tornou o símbolo de todos aqueles que, mesmo em seu estado de falência espiritual e moral, respondem ao chamado de Deus com arrependimento e fé. Ele não tinha mais tempo para fazer boas ações ou para reverter os erros do passado. Mas, em um último momento, ele reconheceu a autoridade de Cristo e, com humildade, pediu a salvação.
Dimas representa a esperança infinita que a graça de Deus oferece. Ele fez a escolha mais importante da sua vida, uma escolha que alterou seu destino. Embora estivesse sendo punido por seus crimes, ele escolheu reconhecer sua necessidade de Deus e confiar no perdão divino.
Jesus, ao ver essa fé simples e sincera, prometeu a ele:
“Em verdade te digo: hoje estarás comigo no Paraíso.” (Lucas 23:43).
Essa promessa de salvação, feita em um momento de total desespero, é um lembrete de que nunca é tarde demais para aceitar a graça de Deus. Mesmo no último instante, mesmo diante da morte, há esperança para quem se arrepende.
Reflexão para o leitor: Quem você quer ser?
Agora, diante dessas duas figuras, você se vê em algum deles? Essa é uma reflexão que todos devemos fazer. Ao olharmos para o ladrão que zombou de Jesus e o bom ladrão, precisamos perguntar a nós mesmos:
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Quem somos nós diante de Deus?
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Temos endurecido nossos corações, preferindo as ilusões do mundo e o orgulho de achar que podemos viver sem a ajuda divina?
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Ou, assim como Dimas, estamos dispostos a reconhecer nossas falhas e nos entregar humildemente a Deus, confiando na misericórdia que Ele oferece?
Essa escolha não é apenas uma questão de fé, mas de vida e morte. Ela tem consequências eternas. O destino de cada um daqueles homens foi decidido na cruz, e o mesmo pode acontecer com cada um de nós.
O convite urgente da cruz
O que aconteceu naquele dia, há mais de dois mil anos, não foi apenas um evento histórico. A crucificação de Jesus é um convite urgente para todos nós, que chega até o presente, até você:
“Jesus está no centro da cruz, oferecendo perdão e vida nova.
E ao seu lado, duas cruzes mostram que a escolha é sua.”
Hoje, assim como os dois ladrões, você também tem uma escolha a fazer. Você pode rejeitar o chamado de Deus e zombar, ou pode se arrepender, confiar e aceitar a salvação que Ele oferece. Você pode continuar vivendo distante de Deus, ou pode, como Dimas, se arrepender e confiar na misericórdia de Cristo, encontrando a esperança no último momento.
Conclusão: A escolha que determina tudo
A volta de Cristo trará uma separação definitiva. O tempo do arrependimento será encerrado, e o juízo será real. Mas, enquanto ainda houver vida, a graça de Deus está disponível. Não espere para fazer sua escolha. O arrependimento e a fé precisam ser decididos agora.
Não espere estar na cruz para fazer sua escolha. O convite está diante de você. Reconheça suas falhas, peça perdão e aceite a misericórdia que o bom ladrão recebeu. Lembre-se de que, mesmo naquele momento de dor extrema, Jesus olhou para Dimas e disse:
“Hoje estarás comigo no Paraíso.”
Que essa promessa seja seu alento e sua decisão hoje. Não adie o momento de se entregar ao chamado de Deus. A cruz está diante de você, e a escolha é sua.
Fonte imagem:https://www.luterano.org.br/predica-para-cristo-rei-em-lucas-23-33-43/
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