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A Bíblia Curiosa reúne temas fascinantes relacionados à Bíblia, abordando sua origem, formação e autores. Além disso, traz artigos encontrados na internet, escritos pelo autor, e uma variedade de histórias e curiosidades que enriquecem nosso conhecimento. Essas experiências são fundamentais para fortalecer nossa fé e confiança em Deus. Aqui, você encontrará insights valiosos que podem transformar sua jornada espiritual. Desejamos a você uma ótima leitura!

10 dezembro 2010

O Maior no Reino: A Grandeza do Serviço

O cristão tem grande prazer em declarar que é um servo(a) de Deus. Mas nem todos refletem nos privilégios que isto representa, na importância que isto confere e na responsabilidade que isto significa. O privilégio do crente ser filho de Deus pela fé em Jesus é indizível, pois faz parte da família de Deus.

Para sermos servos de Deus, precisamos considerarmos o fato de Cristo ser chamado de Servo de Deus,

Is 42.1: Eis aqui o meu servo, a quem sustenho; o meu escolhido, em quem se compraz a minha alma; pus o meu espírito sobre ele. ele trará justiça às nações.

Is. 52.13 Eis que o meu servo procederá com prudência; será exaltado, e elevado, e mui sublime.

Fp 2.7 mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, tornando-se semelhante aos homens;
8 e, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz.

Precisamos contemplar a vida e o trabalho de Jesus como Servo Modelo. Quanto à responsabilidade do crente como servo de Deus, está a sua obediência irrestrita à vontade do Senhor. "Não servindo à vista como para agradar aos homens, mas como servos de Cristo, fazendo de coração a vontade de Deus", Ef 6.6.

O crente torna-se seu servo por amor. Obedece ao Senhor e para Ele trabalha impulsionado pelo amor que recebeu de Deus e que para Ele retorna como adoração, consagração, comunhão e serviço, uma vez que o amor sempre requer um objeto para tornar-se ativo. Tal servo é o inverso do mercenário, que trabalha apenas por lucro, interesse e conveniências pessoais.

Impressionante o fato por Deus dirigido, que na promulgação da lei divina no monte Sinai, logo após o seu preâmbulo (Ex 20), o primeiro assunto é o do servo (Ex 21). E servo por amor (v5), e por isso servo "para sempre" (v6).

O conceito bíblico de servo vem do Antigo Testamento e nele também está o conceito de redenção do servo ou escravo. Esses dois lados de um mesmo assunto estão bem patentes no AT. Por outro lado, a revelação divina de servo de Deus é vista através do Novo testamento, a começar pelos ensinos de Jesus sobre servo, e daí prossegue até Apocalipse 22.3,6, onde a figura do servo aparece nas últimas palavras da Bíblia. Ainda reportando-nos ao AT sobre os servos, no estupendo milagre divino do êxodo de Israel, quando Deus com mão poderosa o resgatou do cativeiro egípcio, temos aí o princípio fundamental do servo e seu serviço (Ex 6.6 e Dt 15.15).

Na exposição da doutrina do servo, o NT emprega vários termos no original, sendo dois deles de maior peso. Os demais são complementares.

O servo em relação ao seu Dono, Deus. Nesse caso o termo é doulos, que aparece repetidamente no NT. É o servo em relação ao seu Redentor e Se¬nhor, para fazer a sua vontade; como propriedade, por Ele adquirida. Alguns desses textos em que aparece o servo como doulos (Mt 25.21,23; 20.27; At 2.18; Rm 1.1 e Fp 1.1, a idéia, não o terno propriamente dito, está patente em muitas outras passagens como Êxodo 15.16; 19.5; Mt 20.28; Atos 20.28; Hb 9.28; Ef 1.7; l Co 6.20;

I Pedro 2.9 e Apocalipse 5.9.

O servo em relação ao seu trabalho para Deus, o terno original é diakonos; isto é, servo em relação ao trabalho que executa para seu senhor. Trabalho abundante, de bom gosto, boa vontade, prazeroso, bem acabado, no prazo determinado e conforme as ordens recebidas. Crentes há que em relação ao Senhor - como amo - são exemplos de testemunho, firmeza, perseverança, comunhão, adoração. Mas quanto a serviço para Deus são negligentes, descuidados, desorganizados, improvisadores e irreverentes.

Nos dias bíblicos o servo era como diakonos, que na casa do seu senhor executava todos os trabalhos, inclusive os mais humildes e comezinhos, como levar e trazer recados, cuidar da copa, da cozinha, dos bens de seu senhor, animais domésticos, rachar lenha, manter o fogo aceso, tirar água e carregá-Ia para a família. Alguns prin¬cipais textos em que aparece o servo como diakonos no original (Mt 20.26,28; l Tm 4.6; II Tm 4.11; Ef 3.7; Fp 1.1; 2.7 e 1 Ts 3.2.

O servo em relação a si mesmo no original é huperetes; e está relacionado ao desempenho do diakonos. Huperetes designava nas embarcações comerciais da época, o remador escravo, da terceira fileira de remadores (a última, de cima para baixo) nos navios trirremes. O trabalho dos huperetes não era visto, por ficar ele muito abaixo, na embarcação. Seu trabalho era humilde, pesado, mourejante e requeria o máximo das forças desses trabalhadores. O termo huperetes aparece em relação a servo em Mateus 26.58; Lucas 4.20; Atos 26.16; Coríntios 4.1 e Marcos 15.54,65.

O servo em relação ao povo em geral é o crente como servo de Deus em relação à sua congregação. Trata-se de leitourgeo, como aparece em Atos 13.2; 9.21; Romanos 15.16 e Filipenses 2.17. Daí vem o nosso "liturgia", ligado ao culto coletivo cristão. Portanto, leitourgeo é o crente como servo em relação ao culto religioso.

O servo e seu culto pessoal é latreuo e está relacionado à sua adoração a Deus. Desse termo vem latria (adoração). Latria no original aparece em Lucas 2.37; Atos 27.23 e II Timóteo 1.3.

O servo como uma pessoa do lar é oiketes, relacionado a doulos, mas voltado para a família. Crente como servo de Deus, há mais de um, mas, como filho, não. Deus não tem afilhados, prediletos, favoritos. Que tipo de servo somos nós?

Em Lucas 17.10 Jesus nos instruiu que após fazermos tudo o que nos for ordenado, devemos considerar-nos como servos inúteis (diakonos, no original). Sem qualquer méritos em nós mesmos. Noutras palavras: Deus nunca será nosso devedor. Nós é que devemos tudo a Ele. O termo "inútil" corresponde a "desprovido de mérito adquirido".

Devemos tanto a Deus, que na execução do seu trabalho, seja ele qual for, nunca iremos além do nosso dever; nunca atingiremos a área do mérito. Para servimos a Deus, é Dele mesmo que nos vem a graça, capacidade, dons e recursos. Mesmo que façamos o melhor, estaremos sempre em falta com Ele.

Quem são os servos de Deus. Servo é aquele que serve, serve a Deus, quem são os servos,

• Apo. 11:18 diz que servos são os que temem o nome do Senhor,

• Apo. 7:3 diz que os servos são selados na fronte.

• Tito 2:9 diz que servos são submissos ao seu Senhor. (obedecem)

• II Tim. 2:24-26 diz que servo é brando com todos, é apto a ensinar, pacientes e se desprendem do laço do diabo.

• Fil. 2:8 servo é aquele que é obediente até a morte.

• Ef. 6:6 faz de coração a vontade do seu Senhor.

• Atos 16:17 são os que anunciam o caminho da salvação.

• Gálatas 4:7, fala que aquele que se torna servo, Deus o tornará filho e também herdeiro de Deus.

A pergunta é: Sou eu um servo de Deus? Aquele que é servo de Deus compreende as escrituras, não importa o nível de inteligência que tenha, há pessoas muito simples que não tem nenhum grau de escolaridade que conhecem as escrituras de capa a capa.

Onde mora aquele que é servo? Mora na casa do seu Senhor!!! Ali ele ouve a voz do seu senhor e o serve.
O lugar do cristão que serve ao Senhor é na igreja, para ouvir a sua voz, e seguir seus ensinamentos.

O crente não será julgado diante de Deus como filho (quanto a salvação), mas como servo (quanto a serviços, obras). O crente como filho deve julgar-se a si mesmo, através da Palavra (I Co 11.31-32). Nesse julgamento prestaremos contas de nosso tempo, liberdade cristã, responsabilidade e talentos recebidos de Deus. Quase todo crente pensa que no dia do julgamento da Igreja haverá somente galardões de Jesus para os seus, mas não é bem isso que a Bíblia revela, se examinarmos o assunto com mais cuidado.

Fomos graciosamente resgatados da miserável servidão do pecado, por preço incalculável, o do sangue precioso de Jesus, (I Pd 1.18-19). Somos para sempre devedores a Deus e temos que nos render voluntária e plenamente a Ele como Redentor. Por nossa plena submissão como servos é que desfruta¬mos da verdadeira liberdade espiritual (Ef 6.6).

Essa elevada posição será eterna na glória celestial, enquanto aqui, cargos e posições como pastor, ancião, diáconos, diaconisas com certeza muda constantemente.

No céu, conforme Apocalipse 22.3, não seremos conhecidos como diácono, presbítero, evangelista, pastor, escritor, cantor, bispo etc, mas como servos. "E nela estará o trono de Deus e do Cordeiro, e os seus servos o servirão".

07 dezembro 2010

Inerrancia Biblica Por Dr. Samuelle Bacchiocchi

  A questão da inspiração e autoridade da Bíblia raramente perturbava os cristãos até um século atrás. Eles consideravam a Bíblia como fonte de sua crença. Aceitavam a autoridade da Bíblia sem defini-la em termos de inerrância. Nenhum dos principais credos católicos ou protestantes discute a noção de inerrância bíblica. Somente desde o século XIX é que essa questão tem dominado o cenário religioso.

  Um fator que destacadamente contribuiu para isso foi o impacto negativo da crítica liberal que reduziu a Bíblia a uma coleção de documentos religiosos cheios de dificuldades e erros textuais. Esse movimento crítico tem levado muitos cristãos a abandonarem seu comprometimento para com a infalibilidade da Bíblia. A fim de defender o ponto de vista cristão tradicional da inspiração e autoridade da Bíblia contra os ataques dos críticos liberais, cristãos conservadores desenvolveram o que se tornou conhecido como a “Doutrina da Inerrância Bíblica”.

  Definir a doutrina da inerrância bíblica não é fácil, porque vem numa variedade de formas que vão desde o ditado mecânico a inerrância funcional, posição que define a Bíblia isenta de erros em sua função de revelar o plano de Deus para nossa eterna salvação, mas não nas informações que oferece sobre vários aspectos factuais. Para o propósito de nosso estudo limitaremos a distinção a dois pontos de vista mais comuns de inerrância, conhecidos como inerrância “absoluta” e “limitada”.

—> Inerrância Absoluta

  É a posição de que a Bíblia em seus autógrafos originais, em sua inteireza é inerrante, sendo livre de toda falsidade, fraude, ou engano, e apropriadamente interpretados, será constatada como verdadeira e fiel em tudo quanto afirma concernente a todas as áreas da vida, fé e prática. Ou seja, que a Bíblia não contém erro de espécie alguma, seja de história, geografia, astronomia, cronologia, ciência, ou qualquer área que seja.

  A aceitação dessa posição é vista por muitos evangélicos como um divisor de águas da ortodoxia. Igualam a autoridade da Bíblia a sua inerrância, porque presumem que se não se puder demonstrar ser a Bíblia isenta de erros em questões não-religiosas, então nela não se pode confiar nas áreas religiosas mais importantes. Chegam ao ponto de reivindicar que os cristãos não podem ser legitimamente considerados evangélicos a menos que creiam na inerrância absoluta da Bíblia. A negação de tal crença supostamente conduziria à rejeição de outras doutrinas evangélicas e ao colapso de qualquer denominação ou organização cristã.

—> Inerrância Limitada

  É a posição que defende a inspiração conceitual, não verbal, e aceita exatidão da Bíblia somente em questões de salvação e ética, mas não a sua inerrância. A inspiração divina não impediu que os autores bíblicos cometessem “erros” de natureza histórica ou científica, uma vez que estes não afetam nossa salvação. A Bíblia não é inerrante em tudo quanto diz, mas é infalível em tudo quanto ensina com respeito a fé e a prática.

A INSPIRAÇÃO CONCEITUAL

  O reconhecimento da natureza divino-humana da Bíblia exclui dois grandes equívocos na consideração da inspiração bíblica. O primeiro é o ponto de vista inerrantista, que defende a inspiração verbal e exalta o aspecto divino da Escritura, minimizando a participação humana, a fim de assegurar que o texto seja completamente livre de todos os erros. O segundo é o ponto de vista liberal dos críticos que mantêm que os escritos bíblicos simplesmente refletem idéias e aspirações humanas. Eles crêem que as Escrituras são o produto de gênios religiosos que foram influenciados — não pela inspiração do Espírito Santo — mas pela cultura de seu tempo. Como faremos notar, o conceito de inspiração conceitual ou inerrância limitada está em equilíbrio, numa posição moderada entre esses dois conceitos extremos.

—> A Escritura como Divina e Humana

  A perspectiva dos que defendem a inspiração conceitual da Bíblia baseia-se em dois importantes versos: “Toda Escritura é inspirada por Deus” (2Tm.3:16) e “Nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana, entretanto homens santos falaram da parte de Deus movidos pelo Espírito Santo” (2Pd.1:21). Estes versos realçam o caráter divino-humano da Bíblia. As mensagens dos autores bíblicos originaram-se com Deus, mas foram expressas em linguagem humana, refletindo a base cultural e educacional dos escritores.

  Devemos rejeitar as errôneas posições mantidas pelos inerrantistas bíblicos, por um lado, e pelos críticos liberais, por outro. Em vez disso, sustentam um ponto de vista equilibrado da Bíblia, baseados em seu testemunho (2Tm.3:16/1Pd.1:21) com respeito a seu caráter divino-humano. Os aspectos divino-humanos da Bíblia são misteriosamente fundidos, algo similar à união divino-humana da natureza de Cristo.

—> A Humanidade da Bíblia

  A humanidade da Bíblia pode ser vista, por exemplo, no uso do grego koine, que era a língua do mercado, antes que da literatura clássica. É evidente também no pobre estilo literário de tais livros como o Apocalipse, que tem um vocabulário limitado e alguns erros gramaticais. Aparece no uso de tradições orais por homens como Lucas, ou de registros escritos pelos autores de Reis e Crônicas. É também refletido na expressão de emoções humanas em lugares como o Salmo 137 que descreve o sentimento dos cativos hebreus em Babilônia, dizendo: “Filha de Babilônia, que hás de ser destruída. (…) Feliz aquele que pegar teus filhos e esmagá-los contra a pedra”! (Sl.137:8–9). Tal linguagem violenta expressa emoções humanas de profunda mágoa, antes que o divino amor por amigos e inimigos.

—> A Divindade da Bíblia

  A divindade da Bíblia é sugerida pela unidade subjacente aos ensinos da Bíblia. Cerca de 40 autores escreveram 66 livros ao longo de 1600 anos, contudo todos compartilham o mesmo ponto de vista da criação, redenção e restauração final. Somente a inspiração divina poderia assegurar a unidade temática subjacente da Bíblia ao longo de séculos de sua composição.

  Outra indicação do divino caráter da Bíblia é seu impacto sobre vidas e sociedades humanas. A Bíblia superou o ceticismo, preconceito e perseguição do mundo romano. Têm transformado os valores sociais e práticas de sociedades que abraçaram os seus ensinos. Tem atribuído novo valor à vida, um senso de valor ao indivíduo, uma nova condição às mulheres e escravos, derribado discriminações sociais e raciais, dado uma razão para viver, amar e servir a incontáveis milhões de pessoas.

  O divino caráter da Bíblia é também indicado por seu maravilhoso conceito de Deus, da criação, redenção, natureza e destino humanos.. Tais elevados conceitos são estranhos aos livros sagrados das religiões pagãs. Por exemplo, nos mitos da criação do Oriente Próximo, o descanso divino é geralmente alcançado, seja por eliminar deuses perturbadores ou por criar a humanidade.

  No sábado da criação, contudo, o divino repouso é assegurado não por subordinar ou destruir competidores, nem por explorar o trabalho da humanidade, mas pelo completar de uma perfeita criação. Deus descansou no sétimo dia porque Seu trabalho estava “terminado… feito” (Gn.2:2–3). Ele cessou de fazer para expressar Seu desejo de estar com a Sua criação, por dar a Suas criaturas não somente coisas, mas a Si mesmo. Tal conceito maravilhoso de Deus, que entrou no tempo humano por ocasião da criação e na carne humana em função da encarnação a fim de fazer-se “Emanuel — Deus Conosco”, não se acha nas religiões pagãs, onde os deuses tipicamente compartilham das falhas humanas.

  A admirável natureza da Bíblia é também indicada por sua miraculosa preservação ao longo da história, a despeito de incansáveis esforços de destruí-la. Anteriormente mencionamos as tentativas passadas de suprimir a Bíblia, pelos imperadores romanos, reis cristãos, e regimes comunistas. A despeito das deliberadas tentativas de destruir a Bíblia, seu texto nos veio substancialmente inalterado. Alguns dos mais antigos manuscritos nos levam para mais perto da composição dos originais. Revelam a impressionante exatidão do texto que tem chegado até nós. Podemos ser confiantes de que nossas Bíblias são versões confiáveis das mensagens originais.

  Por fim, a validade da Bíblia é comprovada por considerações conceituais e existenciais. Conceitualmente, a Bíblia propicia uma explicação razoável de nossa situação humana e da solução divina para nossos problemas. Existencialmente, os ensinos da Bíblia dão significado a nossa existência e nos oferece razões para viver, amar e servir. Mediante eles podemos experimentar as ricas bênçãos da salvação.

OBJEÇÕES À INERRÂNCIA

  Há cinco principais razões pelas quais não devemos adotar a doutrina da inerrância bíblica.

 1 — Primeiramente que os autores bíblicos foram os redatores de Deus, e não a pena do Espírito Santo. Eles estavam plenamente envolvidos na produção de seus escritos. Alguns deles, como Lucas, reuniram as informações entrevistando testemunhas visuais do ministério de Cristo (Lc.1:1–3). Outros, como os autores de Reis e Crônicas, fizeram uso de registros históricos que lhes estavam disponíveis. O fato de que tanto os escritores e suas fontes eram humanos, torna-se irreal insistir em que não há declarações inexatas na Bíblia.

 2 — Em segundo lugar, as tentativas dos inerrantistas em conciliar as diferenças entre as descrições bíblicas do mesmo evento, amiúde resulta em interpretações distorcidas e rebuscadas da Bíblia. Por exemplo, alguns tentam conciliar os divergentes relatos da negação de Pedro a Jesus com relação ao cantar do galo propondo que Pedro negou a Jesus um total de seis vezes! Tais especulações gratuitas podem ser evitadas por simplesmente aceitar a existência de pequenas e insignificantes discrepâncias factuais nos relatos dos Evangelhos quanto à negação de Pedro.

 3 — Em terceiro lugar, por basear a confiabilidade e infalibilidade da Bíblia na exatidão de seus detalhes, a doutrina da inerrância ignora que a principal função da Escritura é revelar o plano de Deus para a nossa salvação. A Bíblia não tem intenção de suprir-nos com informações geográficas, históricas ou culturais precisas, mas revelar-nos como Deus nos criou perfeitamente, remiu-nos completamente, e por fim nos restaurará.

 4 — Em quarto lugar, a doutrina da inerrância bíblica é carente de apoio bíblico. Em parte alguma os autores bíblicos reivindicam que suas declarações sejam inerrantes. Tal conceito tem sido deduzido a partir da idéia da inspiração divina. Presume-se que, sendo a Bíblia divinamente inspirada, deve também ser inerrante. Todavia, a Bíblia nunca faz a equivalência de inspiração com inerrância. A natureza da Bíblia deve ser definida indutivamente, ou seja, considerando-se todos os dados propiciados pela própria Bíblia, antes que dedutivamente, ou seja, por tirar conclusões de premissas subjetivas. Uma análise indutiva das discrepâncias existentes na Bíblia não apóia o ponto de vista de inerrância absoluta.

 5 — Uma razão final para a rejeição da inerrância absoluta, no caso dos adventistas, são os ensinos de Ellen White, e o exemplo da produção de seus escritos. Ela claramente reconhece o papel humano na produção da Bíblia. Escreveu ela:

  “A Bíblia aponta a Deus como seu autor, contudo foi escrita por mãos humanas, e no variado estilo de seus diferentes livros apresenta as características dos vários autores. As verdades reveladas são todas dadas por inspiração de Deus (2 Tim. 3:16); contudo são todas expressas nas palavras dos homens. O Infinito por Seu Espírito Santo derramou luz nas mentes e corações de Seus servos”. — Em “Selected Messages”, (Washington, D.C., 1958), book 1, p. 21.

  A inspiração, segundo Ellen White, impressionou os autores da Bíblia com pensamentos, não com palavras:

  “Não são as palavras da Bíblia que são inspiradas, mas os homens é que foram inspirados. A inspiração não atua nas palavras do homem, ou suas expressões, mas no próprio homem, que, sob a influência do Espírito Santo, é imbuído com os pensamentos”. — Idem.

  Deus inspirou homens, não suas palavras. Isso significa, como explica Ellen White, que a Bíblia “não é o modo de pensamento e expressão de Deus. Os homens muitas vezes dirão que tal expressão não parece como de Deus. Mas Deus não Se colocou em palavras, em lógica, em retórica, em julgamento na Bíblia. Os escritores da Bíblia foram redatores de Deus, não Sua pena.” (Idem).

  Ellen White reconheceu a presença de discrepâncias ou inexatidões na produção da Bíblia e na transmissão de seu texto:

  “Alguns nos encaram seriamente e dizem, ‘Não acha que poderia ter havido alguns erros nos copistas ou tradutores?’ Isso é muito provável. (…) todos os erros não causarão perturbação a uma alma, ou levarão quaisquer pés a tropeçarem, que não manufaturarem dificuldades das verdades mais claramente reveladas”. — Idem, p. 16.

  “Nem sempre ocorre perfeita ordem ou unidade aparente na Escritura”. — Idem, p. 20.

  Para Ellen White, a presença de inexatidões na produção ou transmissão do texto bíblico é somente um problema para aqueles que desejam “manufaturar dificuldades da verdade mais claramente revelada”. A razão é que a presença de detalhes inexatos não enfraquece a validade das verdades fundamentais reveladas na Escritura.

  OBS.: Os adventistas consideram os escritos de Ellen White como possuindo inspiração conceitual, não verbal. Inclusive, ela mesma não rogava para seus escritos o grau de inerrância.

CONCLUSÃO

  A controvérsia entre os inerrantistas e os liberais, faz com que a Bíblia seja atacada hoje por amigos e inimigos. O pêndulo está se movendo para ambos os extremos. Por um lado, os críticos liberais reduzem a Bíblia a um livro estritamente humano contendo erros e isento de revelações sobrenaturais e manifestações milagrosas. Tratam a Bíblia estritamente como uma produção literária humana. Por outro lado, alguns evangélicos conservadores elevam a Bíblia a um nível tão divino que passam por alto a dimensão humana da Escritura. Afirmam que a Bíblia é absolutamente sem erro em todas as suas referências que tratam de história, geografia, cronologia, cosmologia, ciência, e assim por diante.

  Por fim, tanto as posições de errância quanto de inerrância são pontos de vista extremos, heréticos que solapam a autoridade da Bíblia por torná-la, ou demasiada humana ou demasiada divina. A solução para essas posições extremadas se acha na palavra-chave “equilíbrio” — um equilíbrio que reconhece tanto o caráter divino quanto humano da Bíblia. A Igreja Adventista do Sétimo Dia tem historicamente mantido uma visão equilibrada da Bíblia por reconhecer tanto seu caráter divino quanto humano. Muito do crédito para isso deve-se à direção profética de Ellen White.

  Em suma, a Bíblia é o produto de uma misteriosa combinação da participação divina e humana. A fonte é divina, os escritores são humanos, e os escritos contêm pensamentos divinos em linguagem humana. Esta combinação singular nos oferece uma revelação digna de confiança e infalível da vontade e plano de Deus para nossa vida presente e destino futuro. Como declarado na primeira das crenças fundamentais dos adventistas do sétimo dia, “As Sagradas Escrituras são a revelação infalível de Sua vontade. São o padrão do caráter, o teste da experiência, a autoridade reveladora de doutrinas e o registro digno de confiança dos atos de Deus na história”.

Fonte: Artigo “Inerrância Bíblica”. Adaptado.

Só para enrriquecer mais o conteúdo...

A Biblia é a Inspiração de Deus, ela foi "soprada" pelo Senhor. A Bíblia, na verdade é respirada por Deus e aspirada pelo homem. O homem ganha vida com o hálito de Deus.

O plano original de Deus não era dar ao homem a sua palavra de forma escrita. Os anjos eram os ensinadores dos homens. Adão e Eva eram visitados livremente por Deus e os anjos, porém com a entrada do pecado esta livre comunhão foi interrompida.” (Pedro Apolinário, Hiistória do Texto Bíblico, p. 21)

“Ninguém que possua este tesouro é pobre e abandonado. Quando o vacilante peregrino avança, para o chamado “vale da sombra e da morte”, não teme penetrá-lo. Ele toma o bastão e o cajado da Escritura em sua mão e diz ao amigo e companheiro: ‘Adeus até nos encontrarmos novamente.’ E confortado por aquele apoio, segue o trilho solitário como quem caminha das trevas para a luz.” (Pedro Apolinário, Hiistória do Texto Bíblico, p. 4)

“Este livro contém a mente de Deus, o estado espiritual do homem, o caminho da salvação, a condenação dos pecadores e a felicidade dos crentes. As suas doutrinas são santas, os seus preceitos são obrigatórios, as suas histórias são verídicas, as suas decisões imutáveis. … Ele é o mapa do viajante, o cajado do peregrino, a bússola do piloto, a espada do soldado, a carta magna do cristão. Nele o paraíso é restaurado, os céus abertos e as portas do inferno desmascaradas. Cristo é seu único assunto; o nosso bem é o seu desígnio e a glória de Deus é o seu fim. Ele deve encher a memória, reinar no coração e guiar os pés. …É nos oferecido na vida presente, será o código de lei do Juízo Final e o único a permanecer na Biblioteca da eternidade.” (Pedro Apolinário, Hiistória do Texto Bíblico, p. 41)

Não se deve adorar o Livro, mas sim, o Jesus contido nele. Pois a Bíblia é a palavra de Deus e o ser humano deve lembrar que Deus pode ter outras palavras para outros mundos mas, para este mundo a Palavra de Deus é Jesus.

Fonte: http://adventista.forumbrasil.net/acervo-teologico-f1/inerrancia-biblica-t499.htm

30 novembro 2010

Biblia Poliglota Complutense

Bíblia Poliglota Complutense é o nome por que é conhecida a primeira edição poliglota da bíblia por inteiro, projeto do Cardeal Cisneiros. Incluía as primeiras versões impressas do Novo Testamento grego, a Septuaginta completa e o Targum Onkelos. Das seiscentas impressas, apenas 123 chegaram aos nossos dias.


História


Com o surgimento da prensa móvel em 1450 tornou-se possível a impressão de textos numa escala até então desconhecida. Por esta época o Cardeal Cisneiros convidou vários eruditos, incluindo Hernán Nuñez para o ambicioso projeto de compilar uma edição poliglótica completa da bíblia. Encontraram-se em Alcalá de Henares (em latim, Complutum) na Universidade de Alcalá, fundada pelo próprio cardeal e, sob seus cuidados iniciaram o trabalho, que teve a direção de Diego Lopez de Zúñiga e lá continuou por quinze anos.

O Novo testamento estava completo e impresso em 1514, porém não se deu sua publicação enquanto trabalhava-se ainda no Velho Testamento para que pudessem vir a luz como uma única obra. Por essa época, notícia do projeto chegou até o conhecimento de Erasmo de Roterdã que produziu sua própria edição impressa do Novo Testamento grego. Erasmo obteve do imperador Maximiliano e do papa Leão X o privilégio de publicação exclusiva por quatro anos. Este texto tornou-se o Textus receptus e suas edições posteriores foram a base para o Novo Testamento da versão do rei James.

O Velho testamento complutense estava completo em 1517, mas por força do privilégio obtido por Erasmo a publicação da Poliglota Complutense foi adiada até que o papa Leão X pudesse sancioná-la em 1520. Acredita-se que sua distribuição foi reduzida até 1522. O cardeal Cisneiros morreu em julho de 1517, cinco meses após o término da obra e não chegou a ver sua publicação.

Conteúdo


A Poliglota complutense foi publicada em seis volumes. Os primeiros quatro volumes contêm o Velho Testamento. Cada página consiste em três colunas de texto paralelo: hebraico à esquerda, a Vulgata no meio e a Septuaginta grega na última coluna. Em cada página do Pentateuco o texto aramaico (Targum Onkelos) e sua tradução para o latim estavam na parte inferior. O quinto volume, o Novo Testamento, consistia em colunas paralelas do texto grego e da Vulgata; O sexto volume continha dicionários de hebraico, aramaico e grego e textos de apoio.

Um fac-símile em tamanho fólio foi publicado em Valência entre 1984 e 1987, reproduzindo os cinco primeiros volumes a partir da cópia da Biblioteca dos Jesuítas em Roma. O raro sexto volume foi reproduzido a partir da cópia da Universidade de Madri.

A letra criada para a Complutense por Arnaldo Guillén de Brocar foi considerada por tipógrafos como Robert Proctor como o ápice do desenvolvimento da tipografia grega naquela época de início das publicações impressas. Antes que a letra criada por Aldus Manutius tomasse conta do mercado pelos próximos dois séculos. Proctor baseou sua criação, a letra Otter Greek na letra da Poliglota. A GFS Complutensian Greek da organização grega Greek Font Society igualmente baseou-se na Poliglota.

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/B%C3%ADblia_Poliglota_Complutense
Foto: http://tipografos.net/historia/brocar.html
Por volta de 1455, ocorreu uma revolução na maneira de publicar a Bíblia. Johannes Gutenberg usou uma impressora para produzir a primeira Bíblia impressa com tipos móveis. Por fim, a distribuição da Bíblia não se restringia mais ao número limitado de documentos escritos à mão. Ela podia então ser produzida em grandes quantidades e a um custo relativamente baixo. Em pouco tempo, a Bíblia passaria a ser o livro mais amplamente distribuído no mundo.


A Bíblia de Gutenberg era em latim. Mas eruditos europeus logo se deram conta de que precisavam de um texto fidedigno da Bíblia nas línguas originais — hebraico e grego. A Igreja Católica considerava a Vulgata latina a única versão aceitável da Bíblia, mas havia duas grandes desvantagens. No século 16, a maioria das pessoas não entendia latim. Além disso, por um período de mil anos, o texto da Vulgata havia acumulado um grande número de erros de copistas.

Tanto tradutores como eruditos precisavam duma Bíblia nas línguas originais, bem como uma tradução melhor em latim. Em 1502, o cardeal Jiménez de Cisneros, conselheiro político e espiritual de Isabel I da Espanha, decidiu suprir a necessidade com apenas uma publicação. Essa tradução histórica ficou conhecida como a Poliglota Complutense. Cisneros pretendia ter uma Bíblia poliglota, ou multilíngüe, com o melhor texto em hebraico, grego e latim, junto com algumas partes em aramaico. A arte de impressão ainda estava no começo, de modo que essa realização também seria um marco nesse campo.

Cisneros começou a sua enorme tarefa por comprar antigos manuscritos hebraicos, dos quais havia muitos na Espanha. Coletou também diversos manuscritos gregos e latinos. Estes constituiriam a base para o texto poliglota. Cisneros confiou o trabalho de compilação a uma equipe de eruditos, que ele organizou na recém-fundada Universidade de Alcalá de Henares, na Espanha. Entre os eruditos convidados para colaborar estava Erasmo de Roterdã. Mas esse famoso lingüista não aceitou o convite.

Os eruditos levaram dez anos para compilar a obra monumental, e o trabalho de impressão durou mais quatro anos. Havia muitas dificuldades técnicas, visto que as impressoras espanholas não tinham tipos de letras hebraicas, gregas ou aramaicas. De modo que Cisneros recorreu aos serviços de um grande impressor, Arnaldo Guillermo Brocario, a fim de preparar tipos para essas línguas. Por fim, os impressores começaram a produção em 1514. Os seis volumes foram terminados em 10 de julho de 1517, apenas quatro meses antes do falecimento do cardeal. Publicaram-se umas seiscentas cópias da obra completa e isso numa época em que a Inquisição espanhola estava no auge.

I. A composição da obra


Cada página da Poliglota oferecia uma abundância de informações. Nos quatro volumes das Escrituras Hebraicas, o texto da Vulgata estava na coluna central de cada página; o texto hebraico estava na coluna da extremidade; e o texto grego, junto com uma tradução interlinear em latim, na coluna interna. Nas margens aparecia a raiz de muitos termos hebraicos. E na parte inferior de cada página do Pentateuco, os editores incluíram também o Targum de Onkelos (uma paráfrase em aramaico dos primeiros cinco livros da Bíblia) junto com uma tradução em latim.

O quinto volume da Poliglota continha as Escrituras Gregas em duas colunas. Uma tinha o texto grego; e a outra, o texto equivalente em latim, da Vulgata. As palavras correspondentes nos dois textos eram indicadas por meio de letras pequenas, que levavam o leitor para a palavra equivalente em cada coluna. O texto grego da Poliglota foi o primeiro livro completo das Escrituras Gregas, ou do “Novo Testamento”, que foi impresso, seguido pouco depois pela edição preparada por Erasmo.

Os eruditos tiveram tanto cuidado ao revisar o texto do quinto volume, que houve apenas cinqüenta erros de impressão. Por causa de tal cuidado escrupuloso, os críticos modernos consideraram o quinto volume superior ao famoso texto grego de Erasmo. O grande estilo dos caracteres gregos combinou com a beleza simples dos manuscritos unciais mais antigos. R. Proctor declara no seu livro The Printing of Greek in the Fifteenth Century (A Impressão em Grego no Século Quinze): “Cabe à Espanha a honra de ter produzido os tipos na língua grega que são, sem dúvida, os melhores já encontrados.”

O sexto volume da Poliglota continha diversas ajudas para o estudo da Bíblia: um dicionário hebraico e aramaico, a interpretação de nomes gregos, hebraicos e aramaicos, uma gramática hebraica, e um índice em latim para o dicionário. Não é de admirar que a Poliglota Complutense tenha sido considerada um “monumento de arte tipográfica e da ciência das Escrituras”.

Cisneros pretendia que essa obra ‘incentivasse o estudo das Escrituras que até então havia estado adormecido’, mas não queria tornar a Bíblia disponível ao público em geral. Achava que “a Palavra de Deus tinha de estar envolta em mistérios discretos, longe do alcance do homem comum”. Acreditava também que “as Escrituras deviam ficar restritas às três línguas antigas, nas quais Deus permitiu que fossem escritas as palavras que apareciam acima da cabeça do seu Filho crucificado”. Por esse motivo, a Poliglota Complutense não incluía nenhuma tradução em espanhol.


Fonte: http://bibliotecabiblica.blogspot.com/2009/05/poliglota-complutense-part-1.html
           http://bibliotecabiblica.blogspot.com/2009/05/poliglota-complutense-part-2.html

O primeiro Novo Testamento Grego foi impresso em 1514 como parte de uma Bíblia Poliglota. Esta Bíblia, planejada em 1502 pelo Cardeal da Espanha, Francisco Ximenes, chama-se Poliglota por trazer os textos hebraico, aramaico, grego e latino. Pelo fato de ter sido impressa na Universidade de Alcalá (nome árabe para o lugar onde estava a Universidade, em latim o nome era Complutum) esta Bíblia recebeu também o nome de Poliglota de Alcalá.


Das 600 coleções que foram impressas, são conhecidas e localizadas hoje 97 delas, estando uma na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro.

Esta Bíblia é constituída de seis volumes, sendo que os quatro que contêm o Velho Testamento apresentam o texto hebraico massorético, o latim da Vulgata e o grego da Septuaginta. Na parte inferior vem o texto do Targum aramaico de Onkelos, acompanhado de uma tradução latina. O Novo Testamento está no quinto volume, havendo no final deste um índice de nomes próprios, uma gramática da língua grega e um dicionário grego-latino. No sexto volume há um extenso dicionário hebraico-latino e outro pequeno latino hebraico, além de uma gramática hebraica.

Embora fosse o primeiro Novo Testamento impresso, não foi o primeiro a ser vendido, porque para a sua divulgação era necessária uma autorização papal e esta só foi obtida em 1520. Por alguma razão, até hoje não explicada, a Bíblia Poliglota Complutense não circulou antes de 1522.

Não sabemos que manuscritos foram usados pelo Cardeal Ximenes na elaboração desta grande obra. Em sua dedicação ao Papa Leão X, depois de mencionar as dificuldades enfrentadas para obter manuscritos latinos, hebraicos e gregos, Ximenes afirma:

“Pelas cópias gregas somos reconhecidos a Sua Santidade, que muito bondosamente, nos enviou da Biblioteca Apostólica códices mui antigos, tanto do Velho como do Novo Testamento, que nos ajudaram muito nesta empreitada.”

Houve outras poliglotas famosas publicadas em Antuérpia (1569 – 1572) e Paris (1629-1645); porém, a mais notável de todas foi a Poliglota de Londres (1657-1669), publicada por Briam Walton em oito volumes, contendo cada página o texto do Velho Testamento em hebraico, latim da Vulgata, Targum, grego da Septuaginta, siríaco, árabe e Pentateuco Samaritano.

Fonte: História do Texto Biblico, autor Pedro Apolinário

Hemorroidas ou peste bubonica?

Possivelmente a primeira notícia sobre a peste bubônica seja a narrativa que se encontra na Bíblia sobre a praga que acometeu os filisteus. Estes tomaram dos hebreus a arca do Senhor e foram castigados. "A mão do Senhor veio contra aquela cidade, com uma grande vexação; pois feriu aos homens daquela cidade, desde o pequeno até ao grande e tinham hemorróidas nas partes secretas" (Samuel 1:6.9). Decidiram, então, devolver a arca, com a oferta de 5 ratos de ouro e 5 hemorróidas de ouro. "Fazei, pois, umas imagens das vossas hemorróidas e as imagens dos vossos ratos, que andam destruindo a terra, e dai glória ao Deus de Israel" (Samuel 1:6.5). E os hebreus também foram vitimados pela peste após receberem a arca de volta. "E feriu o Senhor os homens de Bete-Semes, porquanto olharam para dentro da arca do Senhor, até ferir do povo cinqüenta mil e setenta homens; então o povo se entristeceu, porquanto o Senhor fizera grande estrago entre o povo (Samuel 1:6.19).1


É digno de nota o fato de que os povos daquela época já haviam estabelecido ligação entre os ratos e a peste; do contrário, a oferta de expiação não seria constituída de hemorróidas (bubões) e de ratos. Aliás, esta ligação já havia sido referida em textos antigos da medicina hindu (Susruta, 1000 d.C.) 2

A palavra Epholim do texto original hebraico tem o sentido de inchação, tumefação, e poderia referir-se a gânglios enfartados (bubões na região inguinal) e não a uma afecção benigna como as hemorróidas. Os gânglios inflamados ou bubões, que caracterizam a peste é que lhe valeram o nome de peste bubônica.3

Em edições mais recentes da Bíblia, os seus organizadores tiveram o bom senso de trocar "hemorróidas" por "tumores" (A Bíblia Sangrada. Trad. de João Ferreira de Almeida, 4a. edição, revista e atualizada no Brasil. Milwaukee, Spanish Publications, Inc., 1993, p. 302-3).4

1. A Bíblia Sagrada. Trad. de João Ferreira de Almeida, 1981, p. 287-9).


Fonte:http://usuarios.cultura.com.br/jmrezende/epidemias.htm

A Bíblia de Genebra - 1560

A Bíblia de Genebra foi produzido pelo Inglês refugiados que se estabeleceram em Genebra para escapar das perseguições da Igreja Católica Romana Queen Mary, na Inglaterra, que reinou de 1553 a 1558.


Genebra foi um bastião do texto bíblico e da atividade de tradução.

Em 1535 o francês Robert Olivetan tradução foi publicada em Genebra. O apoio financeiro para a impressão tinha vindo de igrejas valdenses no norte da Itália (Daniel Lortch, Histoire de la Bíblia Francaise [História do francês Bíblia], p. 105, a partir de uma tradução em Inglês aparecendo em Documentação sobre a Bíblia-Ostervald Olivetan por Curtis Gibson , p. 2).

Em 1556, a Bíblia traduzida para espanhol Juan Pérez de Pineda foi publicado em Genebra.

Genebra foi a casa de Theodore Beza, um dos estudiosos bíblicos de destaque do dia e um editor do grego Recebido do Novo Testamento. Beza, que assumiu o lugar de João Calvino em Genebra, em 1564, publicaram edições do Texto recebido em 1565, 1582, 1588-9 e 1598.

A Bíblia de Genebra, em Inglês foi principalmente o trabalho de William Whittingham, que se casou com Catarina Chauvin, a irmã de João Calvino. Ele era um graduado de Oxford e tinha viajado muito na Europa.  Ele se mudou para Genebra em 1555, pouco mais de um ano após a rainha Maria assumiu o trono, e ele se tornou o pastor da congregação Inglês de cerca de 100 membros. A despesa com o projeto de tradução Inglês Genebra foi custeada pelos membros mais ricos da congregação.

Auxiliado por outros dois exilados Inglês, de Anthony Golby e Thomas Sansão, Whittingham concluída a revisão de toda a Bíblia Tyndale, em abril de 1560.

 Golby foi educado em Cambridge e hábil em latim, grego e hebraico. Ele era conhecido "por um zelo ardente contra os erros e abominações do papismo, e todos os restos e manchas de reteve na Igreja da Inglaterra" (Alexander McClure, tradutores Revived: Notas biográficas dos tradutores KJV, c. 1850).

Samson (1517-1589) foi educado em Oxford e "foi uma stout protestante e puritano, e um grande estudioso muito" (McClure).  Depois que ele voltou para a Inglaterra tornou-se reitor da Igreja de Cristo em Oxford e foi considerado foi dos maiores lingüistas do país. Ele foi preso em 1564 sob a rainha Elizabeth, acusado de não-conformidade.

Whittingham retornou à Inglaterra após a publicação da Bíblia de Genebra e foi o autor de várias versões métricas dos Salmos que ainda são cantadas em igrejas anglicanas.

O Novo Testamento de Genebra foi publicado em 1557, a Bíblia inteira em 1560.

A Bíblia de Genebra foi muitas vezes impressos em tamanhos pequenos, que eram convenientes para uso missionário.

Ela continha muitas notas explicativas, que condenou o catolicismo romano e ensinava doutrinas protestantes. Estas notas são publicados ainda hoje.

Foi a primeira Bíblia inteira Inglês para conter divisões versículo todo. Antes disso, o Inglês Bíblias foram divididos em capítulos e parágrafos. Nas divisões versículo, os tradutores de Genebra seguido Stephanus "a Bíblia latina de 1555, que foi toda a primeira Bíblia em qualquer língua para conter divisões verso.

A Genebra rapidamente se tornou o mais popular Inglês Bíblia e exercia uma influência poderosa durante quase 100 anos, até a sua popularidade diminuiu em favor da King James Version.

A Bíblia de Genebra foi levada para a América pelos primeiros colonos da Inglaterra no século 17.

Ele continuou a ser impresso na Inglaterra até 1617.

Fonte: http://www.wayoflife.org/database/historyofenglishbible.html
Tradução: Google Tradutor

29 novembro 2010

A Bíblia de Estienne

Jerónimo tinha traduzido a Bíblia dos originais hebraico e grego, mas, nos dias de Estienne, a Vulgata já existia por mil anos. Muitos erros e adulterações haviam sido introduzido em resultado das sucessivas transcrições da Vulgata. Além disso, durante a Idade Média, haviam sido acrescentadas ao texto da Vulgata, várias lendas medievais, passagens parafraseadas e interpolações espúrias. Estas haviam ficado tão misturadas com o texto , que começavam já a ser aceitas como parte dos escritos considerados sagrados.

Para eliminar o que não era original, Estienne aplicou os métodos da crítica textual, usados no estudo da literatura clássica. Recorreu aos melhores e mais antigos manuscritos que existiam. Pesquisou detalhadamente nas bibliotecas de Paris e arredores. Em localidades tais como Évreux e Soissons, Estienne descobriu diversos manuscritos antigos, um deles aparentemente do Século VI.

Estienne comparou cuidadosamente os diversos textos latinos, passagem por passagem, escolhendo apenas a que parecia ser mais autêntica. A obra resultante, a Bíblia de Estienne, foi primeiro publicada em 1528 e foi um passo significativo para o refinamento textual da Bíblia. Seguiram-se edições aprimoradas por Estienne. Outros, antes dele, já haviam tentado corrigir a Vulgata, mas a edição publicada por Estienne foi a primeira a incluir informação crítica. Estienne indicava nas margens onde havia omitido certas passagens duvidosas ou onde era possível haver mais de uma versão. Ele também anotou como fonte os manuscritos que autorizavam as correcções que resolveu introduzir.


Estienne introduziu também muitas outras particularidades bastante inovadoras para o Século XVI. Ele fez distinção entre os chamados livros apócrifos e os considerados canónicos. Colocou o livro de Actos dos Apóstolos depois dos Evangelhos e antes das cartas do Apóstolo Paulo. No alto de cada página incluiu algumas palavras-chave para ajudar o leitor a localizar passagens específicas. Este foi o mais antigo exemplo do que hoje se chama títulos corridos. Em vez de usar os caracteres góticos, complexos, originários da Alemanha, Estienne foi um dos primeiros a imprimir a Bíblia inteira em fontes romanas, mais finas de mais fácil leitura, hoje de uso comum. Ele forneceu também muitas remissões recíprocas e notas filológicas para ajudar a esclarecer certas passagens bíblicas.

Muitos nobres e prelados apreciavam a Bíblia de Estienne, porque era melhor do que qualquer outra edição impressa da Vulgata. Em matéria de beleza e utilidade, a sua edição tornou-se padrão e foi rapidamente imitada por toda a Europa.

Robert Estienne (Paris, 1503 – Genebra, 7 de Setembro de 1559), também conhecido pelo nome latinizado Roberto Estéfano ou Stephanus, foi um tipógrafo ou impressor parisiense do Século XVI, especialmente conhecido por ter sido o primeiro a imprimir a Bíblia com a inclusão de capítulos e versículos numerados.

A Biblia de Tyndale

William Tyndale (por vezes apelidado de Tindall ou Tyndall; Gloucestershire, Inglaterra, c. 1484 - perto de Bruxelas, Bélgica, 6 de Outubro de 1536) foi um pastor protestante e um académico inglês, formado mestre em Artes na Universidade de Oxford, que traduziu a Bíblia para uma versão inicial do moderno inglês. o seu objetivo era fazer o Novo Testamento um livro tal que "todo menino de arado" pudesse lê-lo e se tornasse mais conhecedor das Escrituras que o próprio clero. Apesar de numerosas traduções para inglês, parciais ou completas, terem sido feitas a partir do século VII, a Bíblia de Tyndale foi a primeira a beneficiar da imprensa, o que permitiu uma ampla distribuição.


Tyndale estudou as escrituras e começou a defender as teses da Reforma Protestante, muitas das quais eram consideradas heréticas, primeiro pela Igreja Católica e depois pela própria Igreja Anglicana. As traduções de Tyndale foram banidas pelas autoridade e o próprio Tyndale foi queimado na fogueira em 1536 em Vilvoorden (10 kms a nordeste de Bruxelas), Bélgica, sob a instigação de agentes de Henrique VIII e a Igreja Anglicana. Suas últimas palavras foram, "Senhor, abre os olhos ao rei da Inglaterra".

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/William_Tyndale

Biblia de Erasmo - Textus Receptus

Textus Receptus (em latim "texto recebido") é o nome subsequentemente dado por Bonaventura Elzevir à série de impressões, em grego, do Novo Testamento que serviu de base para a Bíblia Luther, a Bíblia Rei James e para a maioria das traduções do Novo Testamento da reforma protestante, inclusive a tradução portuguesa por João Ferreira de Almeida.

A série que iniciou com a primeira impressão publicada do Novo Testamento em Grego, foi organizada pelo filósofo e humanista Erasmo de Roterdã em 1516. Sob pressão do seu editor, que queria que a obra fosse publicada antes da Bíblia Poliglota Complutense, Erasmo criou o Textus Receptus a partir de cerca de seis manuscritos, que não continham no seu total a completude do Novo Testamento. Dentre estes manuscritos datados do século XII ou posteriores, apenas um não era do estilo Bizantino, apesar disso a obra de Erasmo possui várias diferenças marcantes em relação à versão clássica deste texto, a de Hodges e Farstad.

Origem


A primeira edição de Erasmo foi criada apressadamente, pois seu editor Johann Froben queria se antecipar à versão em grego do Novo Testamento que estava sendo elaborada na Espanha, como parte do grande projeto da Bíblia Poliglota Complutense. Erros tipográficos, atribuídos à pressa em completar o trabalho, eram abundantes no texto publicado. Erasmo também não possuía uma versão completa do Apocalipse de João e foi forçado a traduzir para o grego seis versos da Vulgata em latim. Erasmo alterou o texto grego em vários locais para que correspondesse ao texto da Vulgata ou às citações dos Pais da Igreja, em consequência disso, apesar do Textus Receptus ser classificado como um texto Bizantino ele possui várias diferenças marcantes em relação à versão clássica de Hodges e Farstad.

A edição, que contava com um acordo de exclusividade por quatro anos do Maximiliano I, Sacro Imperador Romano-Germânico e Papa Leão X foi um sucesso comercial, sendo reimpressa por Erasmo em 1519 com a maioria dos erros tipográficos corrigidos.

Erasmo vinha estudando manuscritos do Novo Testamento em Grego por vários anos, na Holanda, França, Inglaterra e Suíça, notando suas diversas variantes, mas na época da feitura do Textus Receptus possuía apenas seis manuscritos à sua disposição.[1] Todos eles eram do século XII ou mais novos, sendo apenas um fora da corrente Bizantina. Consequentemente, a maioria dos estudiosos modernos considera seu texto de qualidade dúbia.[2]

Na terceira edição, de 1522, Erasmo incluiu o Comma Johanneum porque um único manuscrito continha este trecho, apesar disso Erasmo expressou dúvida sobre a autenticidade da passagem em suas anotações. A demanda popular pelo Novo Testamento em Grego gerou uma série de edições autorizadas e não-autorizadas baseadas em seu trabalho, incorporando sua versão do Novo Testamento, embora tipicamente incluindo várias alterações particulares. São também denominadas Textus Receptus as reimpressões de Estéfano em 1546; Beza em 1598 e também a dos irmãos Elzevir em 1633.

Nome

O nome "Textus Receptus" provém do prefácio da edição de 1633 (dos irmãos Bonnaventura e Abraão Elzevir) que diz: Textum ergo habes nunc ab omnibus receptum, in quo nihil immutatum aut corruptum damus (Tens, portanto, o texto agora recebido por todos, no qual nada oferecemos de alterado ou corrupto). As palavras "textum" e "receptum" foram utilizadas no caso nominativo para formar "Textus Receptus".

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Textus_Receptus

Bíblia Hebraica

O termo Bíblia Hebraica (em hebraico: תנ"ך, transl. Tanakh) é uma referência genérica para descrever livros da Bíblia escritos originalmente no hebraico bíblico (e no aramaico bíblico). O termo engloba os conteúdos do Tanakh judaico e do Velho Testamento protestante, sem incluir, no entanto, os livros deuterocanônicos das escrituras católicas, ou as partes Anagignoskomena do Velho Testamento ortodoxo. O termo não implica a padronização dos nomes, números ou ordem dos livros, que variam de acordo com a religião.

Versões da Bíblia em hebraico

Bíblia Hebraica pode se referir a versões da Bíblia na língua hebraica, como:

  • Bíblia Hebraica de Rudolf Kittel
  • Bíblia Hebraica Stuttgartensia
Bíblia Hebraica de Rudolf Kittel, (BHK)
Foto 1
O hebraísta Rudolf Kittel publicou na Alemanha, duas edições de Bíblia Hebraica, sendo a primeira em 1906 e a segunda com pequenas revisões em 1913.
  
A segunda edição tem sido reimpressa diversas vezes. Ambas as edições reproduziram o texto hebraico, editado por Mikraot Gedolot e publicado por Daniel Bomberg em Veneza, no ano de 1524.
  
Estas edições não incluíram as notas massoréticas, embora a edição do Bomberg as tivessem. Sua característica principal são suas notas de rodapé que gravam correções possíveis ao texto hebraico.
  
São também baseadas no Pentateuco Samaritano e em traduções conceituadas da Bíblia, como a Septuaginta, Vulgata e Peshitta. Assim, usou-se o texto geralmente aceito e preparado por Jacob ben Chayyim como base.
  

Foto 2
 Mais tarde, quando tornaram-se disponíveis os textos massoréticos de Ben Asher, como o do Códice de Leningrado, textos que são bem mais antigos e superiores, sendo padronizados por volta do século XX EC, Kittel passou produzir uma terceira edição da Bíblia Hebraica, que teve um texto hebraico ligeiramente diferente e algumas notas de rodapé completamente revisadas. Esta obra foi concluída por seus associados, após a sua morte. Foi a primeira vez que uma Bíblia reproduziu o texto do Códice de Leningrado. Os créditos pela idéia de usar o códice, cabem a Paul Kahle.[1]

  
Esta revisão apareceu nas edições, de 1929 a 1937, sendo que a primeira edição em um só volume foi em 1937; Depois disso foi reimpresso muitas vezes, incluindo as mais antigas edições que gravam variantes no livro de Isaías e do livro de Habacuque nos Pergaminhos do Mar Morto. Reproduz exatamente as notas massoreticas do códice, sem as editar. Quanto à referência, a Bíblia Hebraica de Kittel é geralmente abreviado BH, ou BHK (K para Kittel). Quanto a edições específicas para consultas, usa-se BH1, BH2 e BH3[2].

Bíblia Hebraica Stuttgartensia
Foto 3

A Bíblia Hebraica Stuttgartensia, ou BHS, é uma edição da bíblia do Texto Massorético da Bíblia Hebraica no idioma Hebraico, totalmente baseada no Códice de Leningrado publicada pela Sociedade Bíblica Alemã Deutsche Bibelgesellschaft em Stuttgart.

É amplamente vista tanto pelo judaísmo como pelo cristianismo, como uma edição confiável das Escrituras em Hebraico e Aramaico (tanak na terminologia judia ou Antigo Testamento na terminologia cristã), e tem sido em muito, a mais usada por eruditos do texto mestre na língua original, tanto para pesquisas como para base de traduções em outros idiomas. Também tornou-se a edição mais usada em escolas bíblicas.

Atualmente usa-se uma revisão da terceira edição da Bíblia Hebraica editada por Rudolf Kittel, sendo que a primeira foi baseada no Códice de Leningrado. As notas de rodapé das páginas tem sido totalmente revisadas. Originalmente estas notas foram acrescentadas aos poucos desde 1968 a 1976, chegando a ser um só volume em 1977; Desde então sendo reimpressa muitas vezes.

O texto usado é uma cópia exata, salvo pequenos erros, do Texto Massorético assim como está registrado no Códice de Leningrado. A única pequena diferença está no Livro das Crônicas, o qual precede aos Salmos, este foi movido para o fim, assim como também ocorre com outros livros bíblicos. O Livro de Jó, precede ao Livro dos Provérbios, assim como o acontece com todas as outras bíblias hebraicas.

Em suas margens, possuem as notas massoréticas. Estas estão baseadas no códice massorético, mas foram reeditadas a fim de se tornarem mais fáceis de entender. Mesmo assim, alguns livros tem sido escritos, explicando estas notas.

As notas ao pé da página registram possíveis correções ao texto. Muitas destas estão baseadas no Pentateuco samaritano, nos Pergaminhos do Mar Morto, e em antigas traduções bíblicas tais como a Septuaginta, a Vulgata e a Peshitta.
Bíblia Hebraica Stuttgartensia: http://pt.wikipedia.org/wiki/Bhs

Biblia - Versão Gotica

A Bíblia Gótica ou Bíblia de Wulfila é a Bíblia Cristã traduzida por Wulfila para a língua gótica falada pelos Germânicos Orientais ou pelas Tribos dos Godos.


Tal tradução consiste de um compilado de manuscritos dos século VI a VIII contendo uma grande parte do Novo Testamento e algumas partes do Velho escritos quase na sua maioria na Itália. Estes escritos são chamados de o Cordex Argenteus, que é conservado em Uppsala; o Codex Ambrosianus A até o Codex Ambrosianus E que contêm as espítolas Skeireins (são escritos muitos longos e muito importantes na composição dessa tradução aqui estudada) e Neemias 5-7; O Codex Carolinus (Romanos 11-14), o Codex Vaticanus Latinus 5750 (Skeireins), O Codex Gissensis (fragmentos do Evangelho de Lucas) e o Fragmento Pannonica, fragmentos de 1 mm de grossura em mental de prata e com versículos do Evangelho de João.

Sua história se resume basicamente assim: durante o século III, os Godos viviam na fronteira nordeste do Império Romano, onde hoje é a Ucrânia, Bulgária e Romênia. Durante o século IV, os Godos foram convertidos ao Cristianismo, em grande parte, pelos esforços do Bispo Wulfila, que inventou o alfabeto gótico e traduziu a Bíblia para a língua gótica em Nicopolis ad Istrum no norte da Bulgária de hoje. Partes desta tradução sobreviveram permitindo que o texto escrito fosse preservado preservando também a língua Gótica.

Os cristãos góticos se diferiam da doutrina Católica quanto a divindade de Jesus. Na crença dos cristãos góticos, Jesus era de uma criação menor do que Deus. Os Godos rejeitavam a fé na Santíssima Trindade ou em um Deus dito Trino.


cópia exata do antiga Bíblia Gótica,
o Codex Argenteus, criada na século VI
 e que ficou em exibição no Museu Arqueológico em Sofia, Bulgária,
por um tempo.

A foto acima é de Kameliya Atanasova (Sofia Photo Agency).
Durante o século V, os Godos cresceram e começaram a invadir o oeste do Império Romano incluindo a Espanha e Sudeste da França e ainda o Norte da África. Os Cristãos góticos reinaram nessas áreas por vários séculos, antes do reestabelecimento da Igreja Católica e do advento do Islã.

A Bíblia de Wulfila, embora fragmentada, é o único documento em uma língua Germânica oriental antiga, pois os outros textos são muito limitados, exceto talves o Skeireins, sua significância, para o estudo destas línguas, pode dificilmente ser exagerada.



   
 
Texto da Oração do Senhor, o Pai-Nosso, que se encontra na Bíblia Gótica ou Bíblia de Wulfila
   
atta unsar þu in himinam,

weihnai namo þein.

qimai þiudinassus þeins.

wairþai wilja þeins,

swe in himina jah ana airþai.

hlaif unsarana þana sinteinan gif uns himma daga.

jah aflet uns þatei skulans sijaima,

swaswe jah weis afletam þaim skulam unsaraim.

jah ni briggais uns in fraistubnjai,

ak lausei uns af þamma ubilin;

unte þeina ist þiudangardi jah mahts jah wulþus in aiwins.

amen.

Tradução deste texto: Jhúnior Cazetta



Fonte: http://biblicvs.carissimus.com/Trb/BibliaGotica.htm

Biblia Diatesseron

É a mais importante Harmonia Evangélica, criada por Tatiano, um apologista e asceta dentre os primeiros cristãos[1]. O termo "diatessarão" em português advém diretamente do latim diatessarōn ("composto por quatro [ingredientes]") e que, por sua vez, derivou do grego διὰ τεσσάρων (dia tessarōn), cujo significado é: διά - dia ("em intervalos de") e tessarōn (genitivo de τέσσαρες, tessares - "quatro"). Tatiano combinou os quatro evangelhos - Mateus, Marcos, Lucas e João - em uma única narrativa. O nome siríaco para esta harmonia é 'ܐܘܢܓܠܝܘܢ ܕܡܚܠܛܐ' (Ewangeliyôn Damhalltê), que significa 'Evangelho dos Misturados', enquanto temos o 'ܐܘܢܓܠܝܘܢ ܕܡܦܪܫܐ' (Evangelion de Mepharreshe), que significa 'Evangelho dos Separados'.



A harmonia de Tatiano segue os evangelhos bem de perto no texto, mas os coloca numa sequência nova, diferente. Como em outras harmonias, o Diatessarão resolve as aparentes discrepâncias e contradições entre os quatro evangelhos individuais. Tatiano também omitiu as genealogias presentes em Mateus e em Lucas. Com o objetivo de incluir todo o material canônico, Tatiano criou sua própria sequência narrativa, diferente tanto da sequência dos Evangelhos sinóticos quanto da encontrada em João e também omitiu duplicações, especialmente entre os sinóticos. A harmonia ainda omite o encontro de Jesus com a adúltera (Perícopa da Adúltera - João 7:53 até João 8:11), uma passagem que alguns consideram não ser originalmente parte do texto de João[2]. Assim, apenas 56 versículos dos Evangelhos canônicos não tem uma contraparte no Diatessarão, o que deixa o texto completo com aproximadamente 74% do comprimento total dos quatro evangelhos juntos [3].

Durante os primeiros anos do Cristianismo, os evangelhos primeiro circularam de forma independente, sendo o de Mateus o mais popular [4]. O Diatessarão é uma notável evidência da considerável autoridade que os quatro evangelhos canônicos tinham já na segunda metade do século II dC[5]. Vinte anos após a harmonia de Tatiano, Ireneu expressamente proclamou a autoridade formal dos quatro evangelhos. O Diatessarão se tornou a versão padrão dos evangelhos em algumas igrejas siríacas até pelo menos o quinto século, quando cedeu espaço para as versões independentes[5], na versão da bíblia chamada Peshitta.

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Diatessar%C3%A3o
          Foto: http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.thomasevangelie.nl/gesch28.jpg&imgrefurl=http://www.thomasevangelie.nl/gesch11.htm&usg=__YbFNyjejhre394jAxAScPwK601o=&h=297&w=254&sz=30&hl=pt-br&start=38&zoom=1&tbnid=U54kwG8OX7tG6M:&tbnh=125&tbnw=106&prev=/images%3Fq%3Ddiatesseron%26hl%3Dpt-br%26biw%3D1020%26bih%3D567%26gbv%3D2%26tbs%3Disch:1&itbs=1&iact=rc&dur=266&ei=pending&oei=TUv0TJzAKoT48Aai-PG4Cg&esq=2&page=3&ndsp=15&ved=1t:429,r:9,s:38&tx=51&ty=88

Biblia Antiga Latina - escrita em 157 D.C

Latina Antiga, dos Valdenses (do Vale de Vaudois, Norte da Itália, aos pés dos Alpes, traduzida ao redor do ano 157 d.C.);

As principais traduções antigas da Bíblia para o Latim são: (a) A Antiga Latina (que era chamada de Vulgata [significando a língua vulgar, usual, do povo], antes de Jerônimo e do Romanismo roubarem este nome); (b) a Ítala; e (c) a Vulgata de Jerônimo. Esta última é bem posterior e tem muita da má influência de Alexandria (embora ainda esteja mais perto do TR do que do TC, do Vaticanus e do Sinaiticus!).


- Não é muito claro se a Antiga Latina e a Ítala realmente nasceram distintas ou se são variações da mesma tradução original.

- Também não é totalmente claro se a Antiga Latina (e, também, a Ítala) é uma só versão ou se é um número de versões.

- Nem se o texto da Antiga Latina do Norte da África foi independente daquele da Europa.

- Antiga Latina: alguns historiadores e outras fontes põem sua tradução em cerca do ano 157. Tertuliano testifica de muitas cópias de uma tradução COMPLETA da Bíblia para o Latim, circulando por todo o Norte da África, no ano 190.

- Tradutor desconhecido, empreendimento não organizado, local indeterminado (mais provavelmente o Norte da África).

- É muito, muito literalista.

- Resultou de um esforço ESPONTÂNEO de tradução, por crente(s) individual ou por alguma(s) igreja local - independente - autônoma - soberana, ao invés de ser uma imposição OFICIAL de uma mega organização centralizada, como o seriam a Vulgata de Jerônimo e todas as Bíblias Alexandrinas.

(Nenhum fruto prestou quando veio da árvore de "um grande esforço das maiores organizações religiosas, unidas com o cândido objetivo de revisar a Bíblia da Reforma", pois este "revisar" incluiu revisar o texto em que ela se baseou! Começando por Col 1:14, 1Tim 3:16 e 1Jo 5:7-8, faça as seguintes comparações:

. Em grego, contraste os NT coligidos por Erasmus (3a edição em diante) contra os da United Bible Society;

. Em inglês, contraste a Bíblia de Tyndale 1525 [a KJV1611 é o "polimento final" dela] contra a English Revised Version 1881, encomendada pela Southern Convocation of the Church of England (a primeira revisão das Bíblias da Reforma!);

. Em alemão, contraste a Bíblia de Lutero 1522 contra a Hoffnung fur Alle, da International Bible Society;

. Em espanhol, contraste a Bíblia de Cassiodoro de Reyna 1569 contra a Nueva Versión Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional;

. Em italiano, contraste a Bíblia de Diodati 1607 contra Il NT in Lingua Moderna, da International Bible Society;

. Em francês, contraste a Bíblia de Lefevre y Olivetan 1534 contra a Bible de Semeur, da International Bible Society;

. Em português, contraste a Bíblia de João F. de Almeida [a ACF é ela na gramática de hoje] contra ... vocês sabem!).

- Atenção:

a) As primeiras cópias da Antiga Latina (e todas as cópias usadas pelos Valdenses do indomável vale de Vaudois, ao Norte da Itália, aos pés dos Alpes, desde os anos 157, passando pelo reavivamento de 1170 até a destruição pouco antes da Reforma) NÃO tinham os Apócrifa e eram 100% baseadas em manuscritos gregos dos anos 1** (que não sobreviveram mas que, inegavelmente, à luz da tradução para o Latim, têm que ter sido basicamente iguais ao texto dos manuscritos Bizantinos que nos chegaram às mãos).

b) Mas algumas cópias posteriores da Antiga Latina tiveram acrescentados os Apócrifa e tiveram algumas adulterações, tudo introduzido por admiradores dos hereges Orígenes e Agostinho. Cuidado!

- Apesar dos esforços Romanistas de liquidar a Antiga Latina e de impor a Vulgata de Jerônimo, a primeira estava constantemente reaparecendo e sendo trazida de volta à Europa. Além dos Valdenses, também os Albingenses recusaram totalmente a Bíblia de Jerônimo, aferraram-se à Antiga Latina, foram independentes de Roma, e, por tudo isto, foram considerados hereges, foram caluniados, perseguidos, e exterminados.

- A Antiga Latina tem cerca de 35 manuscritos-cópia sobreviventes, sendo os mais velhos de 3** e os mais novos de 12**. - A análise deles mostra que a Antiga Latina (na forma original e intocada) sustentou maravilhosamente o TR.


Fontes: http://solascriptura-tt.org/Bibliologia-Traducoes/Ha2TiposBibGravDiferenc-Curto.htm
            http://solascriptura-tt.org/Bibliologia-Traducoes/1asTraducoesSustentamTR-Helio.htm

A Biblia Peshita

A palavra “Peshita” vem do siríaco p’shitá que significa “simples” ou “comum”, em hebraico temos uma expressão similar – P’shát – que tem o mesmo sentido. Este foi o nome dado a uma versão da Bíblia em língua aramaica-siríaca, com uma escrita de origem mesopotâmica mais próxima do árabe do que do hebraico quadrático.

O Peshita é um tipo de “re-trabalho” do Antigo Siríaco (já citado), produzido por Rabbula, bispo de Edessa em 435 d.C., a obra possui todos os livros da Bíblia, exceto II Pedro, II João, III João, Judas e Apocalipse.

1 Targum: literalmente ‘tradução’, eram traduções que judeus faziam do A.T. para a língua aramaica. Ex: Targum Jônatas, Targum Onkelos, etc.

No século XIX muitos estudiosos datavam a versão do II século, porém, no século passado, esta visão foi largamente abandonada pelos estudiosos por uma questão óbvia, Ephraem em 378 d.C. menciona o Diatesaron2, mas se quer faz menção ao Peshita, o que prova claramente, que esta versão só passou existir pelo em aproximadamente a partir do início do século V d.C.

Quase todos os estudiosos siríacos concordam que os evangelhos contidos nesta versão são traduções
dos originais gregos. Uma minoria é que insiste que ela preserva a versão inicial do Novo Testamento e o
que o texto grego é apenas uma tradução secundária dele.

Fonte: http://www.ensinandodesiao.org.br/pdf/peshita.pdf

O Perigo do Adulterio - Proverbios 5

1-2 Meu filho, presta atenção à sabedoria que aqui te apresento: ouve as minhas explicações, para seres prudente e para que a tua linguagem guarde o conhecimento.

3-6 Os lábios de uma mulher de má vida podem parecer que escorrem mel. As suas falsas lisonjas são untuosas e macias. Mas no fim de contas, deixam um sabor amargo, uma ferida feita como que por uma aguda espada de dois gumes. Os seus comportamentos conduzem à morte. A sua conduta é inspirada pelo inferno. Não conhece o caminho da vida. Cambaleia por um caminho tortuoso, e nem se importa de saber onde é que ele leva.

7 Portanto, agora, meus filhos, dêem-me ouvidos, e nunca se desviem das palavras que vos estou a dizer:

8-11 Afastem-se dessas mulheres. Não se aproximem sequer da porta onde elas moram, para que não percam a dignidade, fazendo depender a vossa vida de gente cruel; para que gente que vos é estranha não venha a tirar-vos força e se tornem escravos deles. A consequência disso não poderá deixar de ser o gemerem em angústias, enquanto o vosso corpo vai apodrecendo pelo vício. No fim, só terão isto a dizer:

12-13 Oh, se ao menos eu tivesse prestado atenção aos avisos que me deram! Se não tivesse desprezado as repreensões! Porque é que não quis ouvir os que queriam ensinar-me? Porque é que fui assim tão estúpido?

14 Pouco faltou para que a minha desgraça fosse completa. E agora até o desprezo público tenho de enfrentar.

15-17 Por isso, bebe a água da tua própria cisterna. Porque é que o teu amor havia de derramar-se por mulheres da rua? Que os filhos que tens sejam só para ti e não partilhados com outros!

18 Que a tua fonte seja bendita; sê feliz com a mulher que escolheste na tua juventude.

19-20 Bela, aos teus olhos, como linda gazela, como uma corça graciosa, que te satisfaças, todo o tempo no seu seio - que só o seu amor te deleite! Porque é que, meu filho, te deixarias atrair por outras mulheres, que não a tua? Porque abraçarias tu uma mulher que te é estranha?

21 Deus observa atentamente a tua conduta, examina cuidadosamente tudo o que fazes.

22-23 Quem faz o mal ficará cativo da sua própria maldade; será acorrentado pelo seu pecado. Morrerá porque preferiu viver sem correção. Todos os seus erros se explicam pela sua loucura.


Fonte: http://www.biblegateway.com/passage/?search=Prov%C3%A9rbios+5&version=OL




27 novembro 2010

Descoberto o ossuario de Tiago, irmão de Jesus

Quando descobre um fóssil duvidoso tido por algum especialista como “elo perdido” ou coisa que o valha, a mídia geralmente faz aquele estardalhaço. Por que, então, silenciaram sobre a primeira descoberta arqueológica referente a Jesus e Sua família? O ossuário (urna funerária) de Tiago data do século 1 e traz a inscrição em aramaico “Tiago, filho de José, irmão de Jesus” (Ya´akov bar Yosef achui d´Yeshua).


Oculto por séculos, o ossuário foi comprado muitos anos atrás pelo engenheiro e colecionador judeu Oded Golan, que não suspeitou da importância do artefato. Só quando o renomado estudioso francês André Lemaire viu na urna, em abril de 2002, a inscrição na língua falada por Jesus, foi que se descobriu sua importância. O ossuário foi submetido a testes pelo Geological Survey of State of Israel e declarado autêntico. Segundo o jornal The New York Times, “essa descoberta pode muito bem ser o mais antigo artefato relacionado à existência de Jesus”.

O livro O Irmão de Jesus (Editora Hagnos, 247 p.) trata justamente da descoberta do ossuário de Tiago. A autoria é de Hershel Shanks, fundador e editor-chefe da Biblical Archaeology Review, e de Ben Witherington III, especialista no Jesus histórico e autor de vários livros sobre Jesus e o Novo Testamento. O prefácio é do próprio Lemaire, especialista em epigrafia semítica e autoridade incontestável no assunto.

Hershel conduz a história de maneira muito interessante, revelando os bastidores da descoberta e as reações a ela. Afinal, o ossuário, além de autenticar materialmente o Jesus histórico, afirma que Ele tinha um irmão chamado Tiago, filho de José e, possivelmente, também de Maria. Segundo a revista Time, trata-se de “uma história de investigação científica com alta relevância para o cristianismo”, talvez por isso mesmo deixada de lado por setores da mídia secular e antirreligiosa.

Juiz julga autêntico o objeto

A despeito de todas as evidências a favor da autenticidade do ossuário, somente agora, depois de muita investigação, o veredito foi dado: a urna mortuária é autêntica. Mas o assunto foi capa de alguma semanal? Apenas a revista IstoÉ fez menção ao assunto, mas preferiu falar sobre “sedução” na matéria de capa. Estaria a mídia tão seduzida pelo naturalismo/secularismo que prefere não destacar matérias que confirmam fatos relacionados com o cristianismo?

Inscrição diz:
“Tiago, filho de José, irmão de Jesus”
 (Ya´akov bar Yosef achui d´Yeshua).
A título de contraponto, isso mereceria também reportagem de capa na Superinteressante ou na Veja, já que o neoateísmo militante e as especulações teológicas liberais sempre passeiam pelas páginas dessas publicações.

Segundo a revista IstoÉ desta semana, a discussão em torno do ossuário nasceu em 2002, quando Oded Golan revelou o misterioso objeto para o mundo. “A possibilidade da existência de um depositário dos restos mortais de um parente próximo de Jesus Cristo agitou o circuito da arqueologia bíblica. Seria a primeira conexão física e arqueológica com o Jesus do Novo Testamento”, diz a semanal. “A peça teve sua veracidade colocada em xeque pela Autoridade de Antiguidades de Israel (IAA).

Em dezembro de 2004, Golan foi acusado de falsificador e a Justiça local entrou no imbróglio. No mês passado, porém, o juiz Aharon Far-kash, responsável por julgar a suposta fraude cometida pelo antiquário judeu, encerrou o processo e acenou com um veredito a favor da autenticidade do objeto. “[...] Nesses cinco anos, a ação se estendeu por 116 sessões. Foram ouvidas 133 testemunhas e produzidas 12 mil páginas de depoimentos.”

Dúvidas foram dissolvidas

Um dos entrevistados da reportagem foi o professor do Centro Universitário Adventista de São Paulo (Unasp), e especialista em arqueologia pela Universidade Hebraica de Jerusalém, Rodrigo Pereira da Silva. Ele acredita que todas as provas de que o ossuário era falso caíram por terra. “A paleografia mostrou que as letras aramaicas eram do primeiro século”, diz. “A primeira e a segunda partes da inscrição têm a mesma idade. E o estudo da pátina indica que tanto o caixão quanto a inscrição têm dois mil anos.”

“A participação de peritos em testes de carbono-14, arqueologia, história bíblica, paleografia (análise do estilo da escrita da época), geologia, biologia e microscopia transformou o tribunal israelense em um palco de seminário de doutorado”, compara IstoÉ. “Golan foi acusado de criar uma falsa pátina (fina camada de material formada por microorganismos que envolvem os objetos antigos). Mas o próprio perito da IAA, Yuval Gorea, especializado em análise de materiais, admitiu que os testes microscópicos confirmavam que a pátina onde se lê `Jesus´ é antiga. `Eles perderam o caso, não há dúvida´, comemorou Golan.”

De certa forma, foi bom que tantos especialistas – entre os quais, muitos céticos quanto à autenticidade da urna – tenham estudado o artefato. Assim, as dúvidas que pairavam sobre o objeto foram dissolvidas. Resta, agora, esperar que a imprensa dê o braço a torcer a admita tudo o que o ossuário nos revela.
 
Fonte: Michelson Borges, para o site www.observatoriodaimprensa.com.br




19 novembro 2010

RAINHA DE SABÁ

A rainha de Sabá (em ge'ez: ንግሥተ ሳባ, transl. Nigista Saba, em hebraico: 'מלכת שבא, transl. Malkat Shva, em árabe ملكة سبأ‎, transl. Malikat Sabaʾ) foi, na Torá, no Antigo e no Novo Testamento, no Alcorão, na história da Etiópia e do Iêmen, uma célebre soberana do antigo Reino de Sabá. A localização deste reino pode ter incluido os atuais territórios da Etiópia e do Iêmen.


Conhecida entre os povos etíopes como Makeda (em ge'ez ማክዳ, transl. mākidā), esta rainha recebeu diferentes nomes ao longo dos tempos. Para o rei Salomão de Israel ela era a "rainha de Sabá". Na tradição islâmica ela era Balkis ou Bilkis. Flávio Josefo, historiador romano de origem judaica, a chamou de Nicaula. Acredita-se que tenha vivido no século X a.C..

Na Torá, uma tradição que narra a história das nações foi preservada em Beresh't 10 (Gênesis 10). Em Beresh't 10:7 existe uma referênca a Sabá (Shva), filho de Raamá, filho de Cuxe, filho de Cam, filho de Noé. Em Beresh't 10:26-29 há uma referência a Sabá - listada ao lado de Almodá, Selefe, Hazarmavé, Jerá, Hadorão, Usal, Dicla, Obal, Abimael, Ofir, Havilá e Jobabe, como os descendentes de Joctã, filho de Héber, filho de Salá, filho de Arfaxade, descendente de Sem, um dos filhos de Noé. A questão sobre se a rainha de Sabá representaria uma ancestral dos hamitas ou dos semitas suscita debates passionais até hoje.

Em 8 de maio de 2008, a Universidade de Hamburgo anunciou oficialmente que arqueólogos alemães, depois de uma pesquisa comandada pelo professor Helmut Ziegert, descobriram os restos do palácio da Rainha de Sabá, datados do século X a.C., em Axum (Aksum), uma cidade sagrada da Etiópia, sob um antigo palácio real.[1]

A rainha de Sabá no judaísmo e no Velho Testamento


Claude Lorrain, A Embarcação da Rainha de Sabá.De acordo com a Torá e o Velho Testamento, a rainha da terra de Sabá (cujo nome não é mencionado) teria ouvido sobre a grande sabedoria do rei Salomão de Israel, e viajado até ele com presentes de especiarias, ouro, pedras preciosas, e belas madeiras, pretendendo testá-lo com suas perguntas, como está registrado no Primeiro Livro de Reis (10:1-13) (relato copiado posteriormente no Segundo Livro de Crônicas, 9:1-12).

O relato prossegue apontando a rainha como maravilhada pela grande sabedoria e riqueza do rei Salomão, e pronunciando uma bênção sobre a divindade do rei. Salomão respondeu, por sua vez, com presentes e "tudo o que ela desejou", após o qual a rainha retornou ao seu país. Aparentemente, a rainha de Sabá seria muito rica, já que ela teria trazido 4 toneladas e meia consigo para presentear ao rei Salomão (I Reis, 10:10).

Nas passagens bíblicas que se referem explicitamente à rainha de Sabá não há sinal de amor ou atração sexual entre ela e o rei Salomão. Os dois são descritos apenas como dois monarcas envolvidos em assuntos de estado.

Outro texto bíblico, o Cântico dos Cânticos, contém algumas referências que, por diversas vezes, foram interpretados como se referindo ao amor entre Salomão e a rainha de Sabá. A jovem mulher do Cântico dos Cânticos, no entanto, nega continuamente as insinuações românticas de seu pretendente, que muitos estudiosos identificaram com o rei Salomão. De qualquer maneira, não há nada que identifique esta personagem deste texto com a rainha estrangeira, rica e poderosa, descrita do Livro dos Reis. A mulher do texto da canção claramente indica umas certas "filhas de Jerusalém" como suas iguais.

A tradição etíope posterior afirma com segurança que o rei Salomão realmente seduziu e engravidou sua convidada, e possui um relato detalhado de como ele o fez (ver a seção posterior relevante), um assunto de importância considerável para o povo etíope, já que a linhagem de seus imperadores remontaria àquela união.

A rainha de Sabá no islamismo

A rainha de Sabá, Bilqis, é mostrada ao deitar-se num jardim - desenho em tinta sobre papel, 1595.O Alcorão, texto religioso central do islã, nunca menciona a rainha de Sabá por seu nome, embora as fontes árabes a chamem de Balqis ou Bilqis. O relato corânico é similar àquele da Bíblia; a narrativa conta como Salomão recebeu relatos de um reino governado por uma rainha cujo povo venerava o Sol. Ele enviou uma carta, convidando-a a visitá-lo e discutir sobre a sua divindade, relatada como sendo Alá, o Senhor dos Mundos (Alamin) no texto islâmico. Ela aceitou o convite e preparou enigmas para testar sua sabedoria e seu conhecimento. Então, um dos ministros de Salomão (que tinha conhecimento do "Livro") propôs trazê-lo o trono de Sabá "num piscar de olhos".[2] Diante do feito, a rainha chegou à sua corte, mostrou-lhe seu trono, entrou no seu palácio de cristal e começou a fazer as perguntas. Impressionada por sua sabedoria, ela louvou sua divindade e, eventualmente, aceitou o monoteísmo abraâmico.

Visão no islamismo atual

Alguns acadêmicos árabes modernos têm identificado a rainha de Sabá como uma soberana de uma colônia ou entreposto comercial no noroeste da Arábia, estabelecido por reinos da Arábia Meridional.[carece de fontes?] As descobertas arqueológicas mais recentes confirmam o fato de que tais colônias realmente existiram, com achados como artefatos e inscrições no alfabeto arábico meridional, embora nada especificamente relacionado a Balkis ou Bilkis, a rainha de Sabá, tenha sido descoberto até agora.

A rainha de Sabá na cultura etíope

Afresco etíope da rainha de Sabá rumo a Jerusalém, cavalgando e armada com espada e lança.A familia imperial da Etiópia aponta sua origem a partir de um descendente da rainha de Sabá com o rei Salomão[3] A rainha de Sabá (em ge'ez ንግሥተ ሣብአ, transl. nigiśta Śab'a), é chamada de Makeda (ge'ez: ማክዳ) no relato etíope (que pode ser traduzido literalmente como "travesseiro").

A etimologia de seu nome é incerta, existindo duas correntes principais de pensamento divergindo sobre sua fonte etíope. Uma delas, que inclui o acadêmico britânico Edward Ullendorff, mantém que o nome seria uma corruptela de Candace, uma rainha etíope mencionada no Novo Testamento (Atos dos Apóstolos); a outra corrente liga o nome à Macedônia, e relaciona esta história com as lendas etíopes posteriores sobre Alexandre, o Grande e o período do século IV a.C.. Muitos acadêmicos, no entanto, como o italiano Carlo Conti Rossini, não se convenceram por nenhuma destas teorias, e declararam o assunto como ainda não-resolvido.[4]

Uma antiga compilação de lendas etíopes, o Kebra Negast ("Glória dos Reis"), foi datada como tendo sido escrito há 700 anos, e relata a história de Makeda e seus descendentes. Neste relato o rei Salomão teria seduzido a rainha de Sabá e tido com ela um filho, Menelik I, que se tornaria o primeiro imperador da Etiópia.

A narrativa contida no Kebra Negast - que não encontra paralelo na história bíblica - é de que o rei Salomão teria convidado a rainha de Sabá a um banquete, servindo comida condimentada a induzi-la a ter sede, e convidando-a para passar a noite em seu palácio. A rainha pediu-lhe então que jurasse não a tomar à força. Ele aceitou com a condição de que ela, por sua vez, não levasse nada de seu palácio à força. A rainha assegurou que não o faria, ofendida pela insinuação de que ela, uma monarca rica e poderosa, precisaria roubar qualquer coisa. No entanto, quando ela acordou no meio da noite, sedenta, pegou uma jarra de água que havia sido colocada ao lado de sua cama. O rei Salomão então apareceu, avisando-a de que estava a descumprir sua promessa, ainda mais pelo fato de que a água, segundo ele, seria a mais valiosa de todas as suas posses materiais. Assim, enquanto ela saciou sua sede, ela libertou o rei de sua promessa, e passaram a noite juntos.

A tradição de que a rainha de Sabá bíblica teria sido uma soberana da Etiópia que visitou o rei Salomão em Jerusalém, no antigo Reino de Israel, é referendada pelo historiador romano de origem judaica Flávio Josefo, que identificou a visitante de Salomão como sendo "Rainha do Egito e da Etiópia".

Enquanto não existem tradições conhecidas de matriarcado no Iêmen durante o início do primeiro milênio a.C., as primeiras inscrições dos governantes de D'mt, no norte da Etiópia e da Eritréia, mencionam rainhas de status elevado, possivelmente até igual ao de seus reis.[5]

Para a monarquia etíope, a linhagem salomônica e sabaítica tem considerável importância política e cultural. A Etiópia foi convertida ao cristianismo pelos coptas do Egito, e a Igreja Copta lutou por séculos para manter os etíopes numa condição de dependência e subserviência fortemente ressentida pelos imperadores etíopes.

A rainha de Sabá no cristianismo

Além de sua menção no Velho Testamento, a rainha de Sabá é mencionada, como Rainha do Sul, no Novo Testamento,[6] quando Jesus Cristo indica que ela e os ninivitas julgarão a geração dos contemporâneos de Jesus, que o rejeitaram.

As interpretações cristãs das escrituras enfatizam, tipicamente, tanto os valores históricos quanto os valores metafóricos da história. O relato da rainha de Sabá é interpretado como uma metáfora e uma analogia cristã: a visita da rainha a Salomão foi comparada ao casamento metafórico da Igreja com Cristo, onde Salomão seria o "ungido" (Cristo), ou messias, e Sabá representaria uma população de gentios que se submeteu ao messias; a castidade da rainha de Sabá foi descrita como um presságio da Virgem Maria; e os três presentes que ela teria levado a Israel (ouro, especiarias e pedras) foram vistos como análogos aos presentes dos Três Reis Magos (ouro, incenso e mirra). Esta última analogia, em particular, é enfatizada como sendo consistente com uma passagem do Livro de Isaías (60:6): "todos virão de Sabá; trarão ouro e incenso e publicarão os louvores do Senhor."[7]

Visão medieval

Entre as obras de arte realizadas na Idade Média que retratam a visita da rainha de Sabá estão o "Portal da Mãe de Deus", na Catedral de Amiens, do século XIII, incluída como analogia em parte de um painel maior que retrata os presentes dos Reis Magos..[8] As catedrais de Estrasburgo, Chartres, Rochester e Cantuária, do século XII, contêm interpretações artísticas da rainha em vitrais e bas decorações das jambas.[7]

Visão renascentista

Relevo renascentista da rainha de Sabá se encontrando com o rei Salomão - um dos vários painéis que compõem o portal do Batistério de Florença.Giovanni Boccaccio, em sua obra Sobre as mulheres famosas (De mulieribus claris, em latim), segue o exemplo de Josefo ao chamar a rainha de Sabá de Nicaula. Boccaccio ainda afirma que ela não só era rainha da Etiópia e do Egito, como também da Arábia, e que relatos afirmavam que ela tinha um palácio luxuoso numa "ilha muito grande" chamada Meroe, localizada em algum lugar próximo ao rio Nilo, "praticamente no outro lado do mundo." De lá, Nicaula cruzou os desertos da Arábia, através da Etiópia e do Egito, pela costa do mar Vermelho, até chegar a Jerusalém, onde se encontrou com "o grande rei Salomão".[9]

O livro Cidade das Damas, de Cristina de Pisano também chama a rainha de Sabá de Nicaula. Os afrescos de Piero della Francesca em Arezzo (1466) sobre a Lenda da Vera Cruz contêm dois painéis sobre a visita da rainha de Sabá a Salomão. A lenda ilustrada liga as vigas do palácio do rei Salomão à madeira utilizada na crucifixão. A sequência desta visão metafórica, do Renascimento, sobre a rainha de Sabá como uma analogia aos presentes dos Reis Magos, também está claramente evidente no Tríptico da Adoração dos Magos (1510), de Hieronymus Bosch. Bosch optou por retratar a rainha de Sabá e o rei Salomão no colar vestido por um dos magos.[10]

O Doutor Fausto, de Christopher Marlowe, se refere à rainha como Sabá, quando Mefistófeles está tentando persuadir Fausto da sabedoria das mulheres com quem ele supostamente será presenteado todas as manhãs.[11]

Descobertas arqueológicas recentes

Templo de Bar'an, em Ma'rib - construído no século XVIII a.C., e em uso por quase 1000 anos.Descobertas arqueológicas recentes feitas no Mahram Bilqis ("Templo de Bilkis"), em Ma'rib, no Iêmen, apoiam a tese de que a rainha de Sabá teria governado a Arábia Meridional, com evidências de que a área seria a capital do reino de Sabá.

Uma equipe de pesquisadores financiados pela American Foundation for the Study of Man (AFSM, "Fundação Americana para o Estudo do Homem") e liderada pelo professor de arqueologia da Universidade de Calgary, Bill Glanzman, vem trabalhando para decifrar os segredos de um templo de 3.000 anos de idade encontrado no deserto.[12]

Referências:
1.↑ [1] "Arqueólogos alemães encontram palácio da rainha de Sabá na Etiópia", Yahoo Notícias - Ciência & Saúde

2.↑ Alcorão, 27:40
3.↑ Antigo Testamento, 351
4.↑ David Allen Hubbard, "The Literary Sources of the Kebra Nagast", doctoral thesis (St. Andrews, 1954), pp. 303f.
5.↑ Rodolfo Fattovich, "The 'Pre-Aksumite' State in Northern Ethiopia and Eritrea Reconsidered" in Paul Lunde and Alexandra Porter ed., Trade and Travel in the Red Sea Region, in D. Kennet & St J. Simpson ed., Society for Arabian Studies Monographs No. 2. BAR International Series 1269. Archaeopress, Oxford: 2004, p. 73.
6.↑ Evangelho segundo Mateus, 12:42 e Evangelho segundo Lucas, 11:31.
7.↑ a b Byrd, Vickie, editor; Queen of Sheba: Legend and Reality, (Santa Ana, California: The Bowers Museum of Cultural Art, 2004), p. 17.
8.↑ Murray, Stephen, The Portals:Access to Redemption, http://www.mcah.columbia.edu/Mcahweb/facade/body.html, webpage, accessed August 6, 2006.
9.↑ Giovanni Boccaccio, De mulieribus claris
10.↑ Web Gallery of Art, http://www.wga.hu/frames-e.html?/html/b/bosch/91adorat/01tripty.html, Visitado em 2 de agosto de 2006
11.↑ Marlowe, Christopher; Doctor Faustus and other plays: Oxford World Classics, p. 155.
12.↑ University of Calgary, http://www.ucalgary.ca/UofC/events/unicomm/NewsReleases/queen.htm, website accessed November 18, 2007

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Rainha_de_Sab%C3%A1

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